Charge: Carol Cospe Fogo |
Matadoras para as pretensões de João Doria as declarações de Alexandre Leite à Folha nesta semana. Menos pela capacidade de análise do deputado federal pelo União Brasil e mais pelo que ele representa: Alexandre é filho de Milton Leite, presidente da Câmara Municipal de São Paulo.
Ninguém menos que o líder popular da zona Sul da capital que levou Doria para andar na periferia.
Primeiro na campanha pela prefeitura e depois ao governo do estado.
O filho de Leite diz que Doria tem problemas de personalidade – o que não é novidade.
Defende que o vice-governador Rodrigo Garcia – ex-DEM, ex-parceiro do pai – se afaste do gestor para manter suas pretensões de governar o estado.
E por aí, segue.
O primeiro evento popular da vida de Doria aconteceu no início de 2016, quando ainda era candidato nas prévias do PSDB para a prefeitura de São Paulo. Foi no Grajaú, numa inauguração da CPTM, levado por Milton Leite.
No Largo 13, coração do bairro de Santo Amaro, é que aparece com cara de quem vai vomitar ao tomar um pingado no boteco.
Quando a capital o rejeitou, na eleição para o governo em 2018, foi Milton Leite quem conteve a sangria de votos que quase resultou na derrota no segundo turno.
É vívida no PSDB a cena em que Doria, acompanhado de Milton e assessores, tenta convencer eleitores de última hora no sábado antes da votação na represa do Guarapiranga.
Alexandre, o ventríloquo
Milton Leite, obviamente, fala pelo filho: diz que Doria pode contaminar a candidatura de Rodrigo Garcia ao governo.
Chega a dizer que o barco está afundando e o vice não tem onde se agarrar: “Não acho que o Rodrigo deva se agarrar à imagem dele se o Doria continuar em decadência”, diz Alexandre.
É preciso bater sempre na mesma tecla: que liderança nacional de peso está com João Doria? Nenhuma. O gestor não tem apoio de governadores, senadores, deputados, líderes religiosos, empresariais. Nada.
E agora perdeu o último braço que tinha no campo popular.
Nem Milton Leite, que nunca se preocupou com popularidade por nunca ter dependido disso, quer aparecer ao lado de Dória. Na visão dele, o gestor está matando a galinha dos ovos de ouro da turma – Rodrigo Garcia, cuja candidatura é a chance de manterem o controle da máquina estatal paulista.
Por fim, Doria é comparado a Bolsonaro pelo filho ventríloquo do homem que o levou para os braços do povo e que agora o abandona.
É o Bolsodoria reeditado, de trás para frente e muito pior do que aquele que vimos surgir em 2018.
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