quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Petroleiros organizam greve contra demissões

Por Altamiro Borges

Nesta terça-feira (14), a Petrobras anunciou o fechamento da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados, localizada no Paraná, e a demissão sumária de todos os seus 396 petroquímicos. Em comunicado lacônico, a empresa apenas informou que a unidade estaria gerando prejuízo, já que “no contexto atual de mercado, a matéria-prima utilizada na fábrica (resíduo asfáltico) está mais cara do que seus produtos finais (amônia e ureia)”. O facão foi imposto sem qualquer negociação com o sindicato e a Federação Única dos Petroleiros.

Bolsonaro avança aos trancos e barrancos

Por João Guilherme Vargas Netto

Para evitar que se repita mais vezes durante o ano o erro que as direções sindicais, dos aposentados e dos partidos de oposição cometeram nestes dias de janeiro é preciso que se critique, com ênfase, a clamorosa manifestação de insensibilidade frente às agruras dos trabalhadores e do povo e a facilidade com que a geringonça de Bolsonaro avança com o silêncio obsequioso delas.

Refiro-me ao reajuste do salário mínimo e às filas e desatendimento do INSS que não mereceram nenhuma crítica nem provocaram indignação dos dirigentes, exceto uma frase no jornal e um artigo em rede social.

Dilma comenta "Democracia em Vertigem"

As bases do fascismo no Brasil

Entrevista inédita com Lula na TVT

Corrupção virou bandeira política nos EUA

Quanto vale a nossa democracia?

O salário mínimo no governo Bolsonaro

Como Damares quer prevenir gravidez precoce

Por Luís Fernando Tófoli, no site The Intercept-Brasil:

Diferentes pesquisas científicas sobre sexo desprotegido e gravidez precoce trazem repetidamente a mesma conclusão: não há evidências de que programas baseados na abstinência sexual sejam eficazes como defende a ministra Damares Alves. São artigos, publicados internacionalmente de 2007 a 2019, incluindo revisões sistemáticas, metanálises, estudos epidemiológicos e até uma revisão de revisões sistemáticas.

A maior parte dos dados vêm de países desenvolvidos, mas uma metanálise feita em países em desenvolvimento tampouco conseguiu apontar efetividade nos programas centrados em abstinência.

Moro no Roda Viva já é vexame anunciado

Por Leandro Fortes

Não há nada mais humilhante para um repórter do que se submeter a pautas prévias de assessorias de imprensa em entrevistas, sejam coletivas ou individuais.

Sempre tive como norte, nesses casos, perguntar, justamente, aquilo que era vetado pela assessoria. E ensinei a meus alunos, quando professor de faculdade de jornalismo: o tema vetado deve ser alvo logo da primeira pergunta.

Porque se o jornalista não fizer isso, vai estar desmoralizando a si e à profissão que abraçou.

Um presente de grego de Trump para o Brasil

Editorial do site Vermelho:

Não há motivos para se comemorar a decisão do governo dos Estados Unidos de formalizar a prioridade de ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o chamado “clube dos ricos”. Por trás do gesto está o projeto de enfraquecer ainda mais a Organização Mundial do Comércio (OMC), foro em que o Brasil e o espectro do BRICS (Brasil, Rússia, Índia e China) conquistaram posições estratégicas.

O juiz de garantias e a fúria da juristocracia

Por Ana Paula Lemes de Souza, na revista CartaCapital:

O ano de 2019 se marcou por iniciativas de supressão democrática e investidas autoritárias, muitas delas tão escondidas que se tornou difícil enxergá-las com precisão, exigindo um esforço microscópico. São as pulverizações dos microfascismos, vezes tão pequenos e incontáveis que se tornam quase imperceptíveis, pois se acionam sobre as construções de subjetividades.

Outras delas são difíceis de enxergar pela camuflagem. Como numa emboscada da visão, somente são vistas com o afastamento do olhar. São esvaziamentos diversos que solapam as estruturas e, como cromatóforos de camaleões, metamorfoseiam e enganam a visão: destroem a democracia através da própria democracia, esvaziam os sentidos da Constituição utilizando a própria Constituição.

Globo dá aula sobre o que é ser bolsonarista

Por Jeferson Miola, em seu blog:             

A Folha de São Paulo [15/1] denunciou que Fabio Wajngarten, chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência [SECOM], é proprietário da empresa FW Comunicação e Marketing. Segundo a reportagem, através desta empresa Fabio “recebe dinheiro de emissoras de TV e de agências de publicidade contratadas pela própria secretaria, ministérios e estatais do governo Jair Bolsonaro”.

É um caso enciclopédico de violação do código de ética do serviço público, de conflito de interesses e de improbidade administrativa. Em outros tempos que não os atuais, cinicamente denominados como de “normalidade institucional”, isso daria até cadeia.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Brasil e OCDE: o selo de vira-lata

Por Marcelo Zero

1. O governo subserviente de Bolsonaro está comemorando a troca na “fila da OCDE”. Os EUA, que apoiavam a entrada da Argentina antes do Brasil, agora querem que o Brasil entre em primeiro lugar. O caráter político-ideológico da troca é evidente, face à eleição do progressista Fernández naquele país.

2. Mas não há nada a comemorar.

3. Em primeiro lugar, porque o apoio dos EUA, embora importante, não assegura o ingresso do Brasil, pois esse processo depende do voto de todos os membros da organização (36, ao todo).

4. Há de se lembrar que, hoje em dia, o Brasil tem uma péssima imagem lá fora, em razão das trapalhadas do governo Bolsonaro em política externa, na questão ambiental e nos temas concernentes aos direitos humanos.

O plano de Trump para militarizar o espaço

Por Nazanín Armanian, no site Outras Palavras:

Em 1983, Ronald Reagan, um fanático religioso e ator de cinema convertido em presidente dos EUA, lançou sua Guerra nas Estrelas com o código Excalibur: enviaria ao espaço cerca de 2.200 satélites equipados com armas de partículas subatômicas, ainda por inventar, e que com a velocidade da luz destruiriam as ogivas nucleares soviéticas, hipoteticamente lançadas em direção aos EUA. O projeto não se concretizou: custava cerca de 20 bilhões de dólares e só serviria como um videogame infantil.

Hoje, 34 anos depois, o Congresso dos EUA, de maioria democrata, aprovou um projeto de lei de “defesa”, com orçamento de 738 bilhões de dólares, que inclui a criação da Força Espacial (FE), proposto por Donald Trump, outro “presidente por acidente” que afirma que o espaço é o “novo território de combate”.

A reforma agrária às avessas no Brasil

Por Marcio Pochmann, no site da Fundação Perseu Abramo:

Do ponto de vista dos indígenas, originários detentores do conjunto de mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados da extensão territorial que forma o país, o quinto maior do mundo, o Brasil ingressou em sua sexta reforma na propriedade de suas terras. Ou seja, a apropriação em grandes dimensões de terras pelo capital internacional (land grabbing) que faz com que o país ocupe atualmente a terceira na posição no mundo, após a República do Congo e Rússia, em transações negociadas por empresas estrangeiras, segundo relatório Land Matrix para o ano de 2018.

A teocracia miliciana: Bolsonaro ou Edir?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Teocracia (do grego Teo: Deus + cracia: poder) é o sistema de governo em que as ações políticas, jurídicas e policiais são submetidas às normas de algumas religiões. O poder teocrático pode ser exercido direta ou indiretamente pelos clérigos de uma religião (Wikipédia).

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Edir Macedo e sua turma tinham um projeto de poder e chegaram lá com Bolsonaro, antes do que eles poderiam imaginar.

Está tudo no livro do jornalista Gilberto Nascimento: “O reino: a história de Edir Macedo e uma radiografia da Igreja Universal” (Companhia das Letras), que acaba de ser lançado.

Os evangélicos fundamentalistas neopentecostais, antigamente chamados de “crentes”, já mandam mais no governo e no país do que os militares, de quem o presidente vem se afastando e vice-versa.

Fila do INSS volta a humilhar os brasileiros

Cresce o número de endividados no Brasil

Record, SBT e Band abocanham verbas

Por Fernando Brito, em seu blog:

Se o Brasil tivesse ainda um Ministério Público, a reportagem da Folha sobre o fato de que Fábio Wajngarten, chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, continua com seus negócios privados com emissoras e agências de propaganda com as quais trata, em nome do Estado brasileiro, de negócios, além do sujeito ser expelido do cargo, por intolerável desvio ético, o Brasil estaria discutindo agora o inexplicável favoritismo que a Record e a Bandeirantes têm na distribuição da publicidade estatal.