Por Leonardo Wexell Severo:
“Sem Kadafi, Trípoli vive revolução no cotidiano”, é o título da reportagem do New York Times, que comemora “a transformação acelerada” da capital líbia após o assassinato do líder, “com mudanças de hábitos de sua população que antes seriam vistos como uma séria afronta ao regime”.
Incluindo as invencionices e qualificativos depreciativos à figura de Muamar Kadafi, a matéria do NYT - reproduzida pelo Estadão na sua edição de 2 de dezembro - é esclarecedora do que o Pentágono e seus escribas entendem por “revolução”: o mais exacerbado, doentio e criminoso individualismo. É ler para crer.
Segundo o NYT, em “questão de semanas”, Trípoli “transformou-se em algo animador e, ao mesmo tempo, inquietante”. “Os vendedores de haxixe exibem abertamente seu produto na Praça dos Mártires – a antiga Praça Verde dos tempos do ditador Muamar Kadafi. Os motoristas ultrapassam os faróis vermelhos sem se preocupar... Membros de milícias que substituíram a odiada polícia em muitos bairros ainda se mostram pouco disciplinados com suas armas. Frequentemente, atiram contra as pessoas ou para o ar”. E odiada era a antiga polícia, que tal?
O jornal conta ainda sobre motoristas dirigindo em alta velocidade ou mudando de pista aleatoriamente que “estão provocando um número de vítimas três vezes maior do que o normal” sem serem importunados, pois “não é momento para multar”. “Pelo menos 15 vítimas de acidentes de carro chegam ao hospital diariamente, com braços ou costelas quebrados e ferimentos na cabeça...” Além disso, “diariamente pessoas chegam no pronto-socorro com ferimentos de bala”.
“Cobrir os vidros do carro com filme escuro era proibido”, diz o texto, lembrando que agora os motoristas os colocam nos veículos “como um sinal da sua nova liberdade”. Segundo o sargento Mobruk Ali, que apenas contemplava – conforme a matéria – os carros voando, “primeiro precisamos tirar as armas dos rebeldes, então passaremos ao trabalho de fato”. Algumas pessoas também “queixam-se de mais roubos de carros” e a pobreza ganha as ruas: uma “multidão” passou a ganhar a vida vendendo bananas e laranja “embaixo de viadutos e nos cruzamentos, o que piora os congestionamentos”.
“Trípoli tem uma nova pulsação”, acrescenta a reportagem, com o que temos de concordar. E os grafites “revolucionários” à altura deste momento, “estão por toda a parte, em inglês: Lybia Free”. “Alguns trazem a inscrição ‘Obrigado, Otan’ pela ajuda militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte, que foi crucial para a destituição do governo”. A informação salta das linhas e inunda as entrelinhas. Mais clara, impossível.
“Sem Kadafi, Trípoli vive revolução no cotidiano”, é o título da reportagem do New York Times, que comemora “a transformação acelerada” da capital líbia após o assassinato do líder, “com mudanças de hábitos de sua população que antes seriam vistos como uma séria afronta ao regime”.
Incluindo as invencionices e qualificativos depreciativos à figura de Muamar Kadafi, a matéria do NYT - reproduzida pelo Estadão na sua edição de 2 de dezembro - é esclarecedora do que o Pentágono e seus escribas entendem por “revolução”: o mais exacerbado, doentio e criminoso individualismo. É ler para crer.
Segundo o NYT, em “questão de semanas”, Trípoli “transformou-se em algo animador e, ao mesmo tempo, inquietante”. “Os vendedores de haxixe exibem abertamente seu produto na Praça dos Mártires – a antiga Praça Verde dos tempos do ditador Muamar Kadafi. Os motoristas ultrapassam os faróis vermelhos sem se preocupar... Membros de milícias que substituíram a odiada polícia em muitos bairros ainda se mostram pouco disciplinados com suas armas. Frequentemente, atiram contra as pessoas ou para o ar”. E odiada era a antiga polícia, que tal?
O jornal conta ainda sobre motoristas dirigindo em alta velocidade ou mudando de pista aleatoriamente que “estão provocando um número de vítimas três vezes maior do que o normal” sem serem importunados, pois “não é momento para multar”. “Pelo menos 15 vítimas de acidentes de carro chegam ao hospital diariamente, com braços ou costelas quebrados e ferimentos na cabeça...” Além disso, “diariamente pessoas chegam no pronto-socorro com ferimentos de bala”.
“Cobrir os vidros do carro com filme escuro era proibido”, diz o texto, lembrando que agora os motoristas os colocam nos veículos “como um sinal da sua nova liberdade”. Segundo o sargento Mobruk Ali, que apenas contemplava – conforme a matéria – os carros voando, “primeiro precisamos tirar as armas dos rebeldes, então passaremos ao trabalho de fato”. Algumas pessoas também “queixam-se de mais roubos de carros” e a pobreza ganha as ruas: uma “multidão” passou a ganhar a vida vendendo bananas e laranja “embaixo de viadutos e nos cruzamentos, o que piora os congestionamentos”.
“Trípoli tem uma nova pulsação”, acrescenta a reportagem, com o que temos de concordar. E os grafites “revolucionários” à altura deste momento, “estão por toda a parte, em inglês: Lybia Free”. “Alguns trazem a inscrição ‘Obrigado, Otan’ pela ajuda militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte, que foi crucial para a destituição do governo”. A informação salta das linhas e inunda as entrelinhas. Mais clara, impossível.
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