Por Deisy Francis Mexidor, no sítio Vermelho:
"Os Estados Unidos perderam um amigo que nunca souberam que tinham e os pobres do mundo um defensor", lamentou o ator Sean Penn quando recebeu a notícia da morte do presidente venezuelano, Hugo Chávez.
E de suas palavras podem dar fé hoje os quase dois milhões de estadunidenses de baixos rendimentos que receberam calefação gratuita para se proteger do rigoroso inverno graças à solidariedade do mandatário.
Tudo começou há cerca de oito anos e desde então até a atualidade o plano beneficiou a 1,7 milhão de pessoas. Em 2005 iniciou-se como doação do país sul-americano para ajudar os atingidos pelos furacões Katrina e Rita, e neste ano favorece ademais a muitas das vítimas de Sandy, o furacão que fez estragos na costa leste no final de outubro.
Só nesta temporada invernal o programa apoiará 100 mil famílias em 25 estados -incluindo mais de 240 comunidades indígenas-, segundo informaram em fevereiro a empresa petroleira estadunidense Citgo, subsidiária de Petróleos de Venezuela, e sua sócia Citizens Energy Corporation, cujo presidente é Joseph P. Kennedy II, filho do senador assassinado Robert F. Kennedy (1925-1968). Recordou o diretor da Citizens Energy que quando se contemplou esta ideia se reuniu com representantes das principais empresas petroleiras de seu país e de outros produtores de petróleo a nível internacional para solicitar sua ajuda. "Todos disseram que não, exceto Citgo, o presidente Chávez e o povo de Venezuela".
Numa declaração escrita de Kennedy, depois do falecimento do líder bolivariano, assegurou que ele se preocupou "profundamente pela falta das mais básicas necessidades dos pobres na Venezuela e em outros países em todo mundo".
Por isso "nossas rezas vão ao povo da Venezuela, a sua família e a todos os que receberam o calor de sua generosidade", afirmou.
Segundo dados oferecidos pela Citgo ao apresentar a oitava edição anual do projeto solidário de combustível de calefação, a percentagem de recursos que a empresa gastou em programas sociais dentro do território do norte foi até cinco vezes maior ao de outros das principais petroleiras norte-americanas.
O congressista democrata José Serrano qualificou Chávez como um verdadeiro revolucionário latino-americano e disse sentir-se orgulhoso de poder expressar que seu bairro, o Bronx em Nova York, se tenha beneficiado do programa venezuelano com "milhões investidos em nossa comunidade".
Tanto nos Estados Unidos como em todo o hemisfério -advertiu Serrano- seu rastro ficará entre a gente que lhe inspirou a lutar por uma vida melhor para os pobres e oprimidos.
Por sua vez, Fernando Garay, porta-voz da Citgo, indicou que Chávez deixa depois de si uma marca de ajuda "aos menos privilegiados e promoção da justiça social que ultrapassa as fronteiras dos países".
Em oito anos residentes estadunidenses receberam mais de 200 milhões de galões de combustível a um valor superior aos 400 milhões de dólares.
A religiosa Kathy Boylan, do centro Dorothy Day Catholic Worker House, em Washington, assinalou que será eterno seu agradecimento para o presidente Chávez. "É uma honra ter recebido sua ajuda, celebramos e damos graças a Deus por sua vida e pedimo-lhe desculpas em nome de nosso país".
Boylan considerou que ele foi o único que respondeu quando alguns se negaram, "por que não o fazem outras petroleiras se tão boa imagem dão?".
Milhões de pessoas no mundo continuam manifestando sua dor pela perda do governante sul-americano, que morreu a 5 de março depois de lutar durante dois anos contra o câncer.
Organizações de direitos civis dentro dos Estados Unidos interpuseram uma solicitação por meio da Ata de Liberdade de Informação (FOIA, por sua sigla em inglês) às agências federais para que revelem documentos que se relacionem, refiram ou discutam possíveis planos de envenenar ou de assassinar de qualquer outra forma ao presidente venezuelano.
As demandas realizaram-se à Agência Central de Inteligência, ao Departamento de Estado e à Agência de Inteligência de Defesa e foram apresentadas pelo Fundo da Associação pela Justiça Civil, a Coalizão Answer e o jornal Libertação.
O governo de Venezuela também anunciou que abriria uma investigação sobre as circunstâncias da doença de Chávez, especialmente para determinar se foi envenenado ou deliberadamente exposto a elementos cancerígenos, segundo difundiram a rede NBC e outros meios de imprensa.
Poucas coisas foram convencionais na trajetória de Hugo Chávez. A impressão que deixa nos Estados Unidos com programas de ajuda aos mais pobres o demonstra. Dispôs só de 58 anos de vida e mudou esta parte do mundo, sentenciou um jovem intérprete cubano. E como o Libertador Simón Bolívar, há muito ainda por fazer.
* Deisy Francis Mexidor é jornalista, correspondente da Prensa Latina na América do Norte
"Os Estados Unidos perderam um amigo que nunca souberam que tinham e os pobres do mundo um defensor", lamentou o ator Sean Penn quando recebeu a notícia da morte do presidente venezuelano, Hugo Chávez.
E de suas palavras podem dar fé hoje os quase dois milhões de estadunidenses de baixos rendimentos que receberam calefação gratuita para se proteger do rigoroso inverno graças à solidariedade do mandatário.
Tudo começou há cerca de oito anos e desde então até a atualidade o plano beneficiou a 1,7 milhão de pessoas. Em 2005 iniciou-se como doação do país sul-americano para ajudar os atingidos pelos furacões Katrina e Rita, e neste ano favorece ademais a muitas das vítimas de Sandy, o furacão que fez estragos na costa leste no final de outubro.
Só nesta temporada invernal o programa apoiará 100 mil famílias em 25 estados -incluindo mais de 240 comunidades indígenas-, segundo informaram em fevereiro a empresa petroleira estadunidense Citgo, subsidiária de Petróleos de Venezuela, e sua sócia Citizens Energy Corporation, cujo presidente é Joseph P. Kennedy II, filho do senador assassinado Robert F. Kennedy (1925-1968). Recordou o diretor da Citizens Energy que quando se contemplou esta ideia se reuniu com representantes das principais empresas petroleiras de seu país e de outros produtores de petróleo a nível internacional para solicitar sua ajuda. "Todos disseram que não, exceto Citgo, o presidente Chávez e o povo de Venezuela".
Numa declaração escrita de Kennedy, depois do falecimento do líder bolivariano, assegurou que ele se preocupou "profundamente pela falta das mais básicas necessidades dos pobres na Venezuela e em outros países em todo mundo".
Por isso "nossas rezas vão ao povo da Venezuela, a sua família e a todos os que receberam o calor de sua generosidade", afirmou.
Segundo dados oferecidos pela Citgo ao apresentar a oitava edição anual do projeto solidário de combustível de calefação, a percentagem de recursos que a empresa gastou em programas sociais dentro do território do norte foi até cinco vezes maior ao de outros das principais petroleiras norte-americanas.
O congressista democrata José Serrano qualificou Chávez como um verdadeiro revolucionário latino-americano e disse sentir-se orgulhoso de poder expressar que seu bairro, o Bronx em Nova York, se tenha beneficiado do programa venezuelano com "milhões investidos em nossa comunidade".
Tanto nos Estados Unidos como em todo o hemisfério -advertiu Serrano- seu rastro ficará entre a gente que lhe inspirou a lutar por uma vida melhor para os pobres e oprimidos.
Por sua vez, Fernando Garay, porta-voz da Citgo, indicou que Chávez deixa depois de si uma marca de ajuda "aos menos privilegiados e promoção da justiça social que ultrapassa as fronteiras dos países".
Em oito anos residentes estadunidenses receberam mais de 200 milhões de galões de combustível a um valor superior aos 400 milhões de dólares.
A religiosa Kathy Boylan, do centro Dorothy Day Catholic Worker House, em Washington, assinalou que será eterno seu agradecimento para o presidente Chávez. "É uma honra ter recebido sua ajuda, celebramos e damos graças a Deus por sua vida e pedimo-lhe desculpas em nome de nosso país".
Boylan considerou que ele foi o único que respondeu quando alguns se negaram, "por que não o fazem outras petroleiras se tão boa imagem dão?".
Milhões de pessoas no mundo continuam manifestando sua dor pela perda do governante sul-americano, que morreu a 5 de março depois de lutar durante dois anos contra o câncer.
Organizações de direitos civis dentro dos Estados Unidos interpuseram uma solicitação por meio da Ata de Liberdade de Informação (FOIA, por sua sigla em inglês) às agências federais para que revelem documentos que se relacionem, refiram ou discutam possíveis planos de envenenar ou de assassinar de qualquer outra forma ao presidente venezuelano.
As demandas realizaram-se à Agência Central de Inteligência, ao Departamento de Estado e à Agência de Inteligência de Defesa e foram apresentadas pelo Fundo da Associação pela Justiça Civil, a Coalizão Answer e o jornal Libertação.
O governo de Venezuela também anunciou que abriria uma investigação sobre as circunstâncias da doença de Chávez, especialmente para determinar se foi envenenado ou deliberadamente exposto a elementos cancerígenos, segundo difundiram a rede NBC e outros meios de imprensa.
Poucas coisas foram convencionais na trajetória de Hugo Chávez. A impressão que deixa nos Estados Unidos com programas de ajuda aos mais pobres o demonstra. Dispôs só de 58 anos de vida e mudou esta parte do mundo, sentenciou um jovem intérprete cubano. E como o Libertador Simón Bolívar, há muito ainda por fazer.
* Deisy Francis Mexidor é jornalista, correspondente da Prensa Latina na América do Norte
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