Por Renato Rovai, em seu blog:
Só Dilma pode tornar Eduardo Campos um candidato forte. Já afirmei isso aqui. Elegê-lo então será um desafio hercúleo não só para Dilma, como para boa parte dos seus ministros e também para o PT.
Uma das formas de fortalecer o governador de Pernambuco é continuar fazendo o que boa parte dos assessores e ministros continuam fazendo, dialogando pouco. Campos já percebeu isso. E ontem em jantar com 60 empresários na casa do dono da Riachuelo, disse: “O governo, além de tudo, às vezes não dialoga. A solução é falar com o governo pela imprensa. Não quer me receber? Você pode tuitar.”
O fato de Campos ter dito que o Brasil não começou ontem e que o governo pode fazer mais não significa nada do ponto de vista político. Mas ter percebido que esse governo é ruim de conversa é um caminho que pode levá-lo a ir se cercando de muita gente descontente com o rumo de algumas coisas.
Conversar pode não resolver o problema, mas como diz um amigo, também não gasta a boca. Além do mais, o diálogo é parte integrante do ritual da política. Governo que conversa pouco, mesmo bem avaliado, se arrisca muito.
Quando um governo conversa pouco ele vai esgarçando a base e criando um campo de descontentamento que pode vir a ser conquistado por outra força. É isso que Eduardo Campos percebeu. Que o governo Dilma, mesmo bem avaliado, tem agradado menos do que que deveria o campo político e setores organizados.
Na setor popular o descontentamento é grande em relação a isso Pelo que tenho ouvido, no empresarial também. Vamos ao exemplo do ministro Comunicação, que foi tema de post recente. É raro encontrar quem defenda, no movimento social, a gestão do ministro Paulo Bernardo. Mas as pessoas não criticam só suas opções políticas na área, mas também a forma como ele se relaciona com os críticos e com as críticas. Bernardo não recebe os movimentos organizados e quando confrontado se comporta de forma ríspida com seus interlocutores. Em alguns casos, grosseira.
No II Encontro de Blogueiros, realizando em Brasília, por exemplo, só faltou mandar o blogueiro Eduardo Guimarães calar a boca, dispensando-lhe um tratamento arrogante e autoritário.
Depois disso, convidou várias entidades para uma reunião em Brasília com o objetivo de discutir a questão da banda larga. Por ter sido criticado no twitter, desmarcou o encontro e nunca mais convocou as entidades para debater esse ou qualquer outro tema.
Esse é um exemplo de coisas que têm sido corriqueiras em várias áreas. E com todos os setores. Creiam, empresários também reclamam desse tipo de tratamento.
Eduardo Campos não é bobo. Já percebeu que o governo Dilma tem esse calcanhar de aquiles. Ou melhor, já percebeu que pode morrer pela boca. Não pelo excesso, mas pela ausência de diálogo. E pela forma pouco polida dispensada por alguns de seus principais assessores e ministros à diferentes setores políticos e organizados da sociedade.
Isso não significa que a reeleição de Dilma esteja em risco. Ela é bem avaliada porque o seu governo é bom. Teve coragem de enfrentar os bancos e diminuiu os juros para padrões civilizados. Ampliou os investimos no combate à pobreza e à miséria. Turbinou o Minha Casa Minha Vida e está fazendo uma gestão criativa e organizada na área de saúde, criando bons programas como o saúde na escola.
Fora isso, teve a coragem de criar a Comissão da Verdade, o que não é pouca coisa.
Certamente, faltaram citar muitas outras boas iniciativas. O que só reforça a tese de que a eleição de Dilma não está em risco.
Mas se eu fosse Dilma, passaria a gastar a boca. E aconselharia a todos os seus ministros a fazer o mesmo. Se isso vier a ocorrer, Eduardo Campos perderá boa parte do seu discurso. Porque o resto, não cola. Principalmente na classe política e entre aqueles que não estão dispostos a correr riscos. Ninguém vai deixar a base porque alguém resolveu dizer que o governo pode fazer mais. Um governo com 80% de aprovação.
Só Dilma pode tornar Eduardo Campos um candidato forte. Já afirmei isso aqui. Elegê-lo então será um desafio hercúleo não só para Dilma, como para boa parte dos seus ministros e também para o PT.
Uma das formas de fortalecer o governador de Pernambuco é continuar fazendo o que boa parte dos assessores e ministros continuam fazendo, dialogando pouco. Campos já percebeu isso. E ontem em jantar com 60 empresários na casa do dono da Riachuelo, disse: “O governo, além de tudo, às vezes não dialoga. A solução é falar com o governo pela imprensa. Não quer me receber? Você pode tuitar.”
O fato de Campos ter dito que o Brasil não começou ontem e que o governo pode fazer mais não significa nada do ponto de vista político. Mas ter percebido que esse governo é ruim de conversa é um caminho que pode levá-lo a ir se cercando de muita gente descontente com o rumo de algumas coisas.
Conversar pode não resolver o problema, mas como diz um amigo, também não gasta a boca. Além do mais, o diálogo é parte integrante do ritual da política. Governo que conversa pouco, mesmo bem avaliado, se arrisca muito.
Quando um governo conversa pouco ele vai esgarçando a base e criando um campo de descontentamento que pode vir a ser conquistado por outra força. É isso que Eduardo Campos percebeu. Que o governo Dilma, mesmo bem avaliado, tem agradado menos do que que deveria o campo político e setores organizados.
Na setor popular o descontentamento é grande em relação a isso Pelo que tenho ouvido, no empresarial também. Vamos ao exemplo do ministro Comunicação, que foi tema de post recente. É raro encontrar quem defenda, no movimento social, a gestão do ministro Paulo Bernardo. Mas as pessoas não criticam só suas opções políticas na área, mas também a forma como ele se relaciona com os críticos e com as críticas. Bernardo não recebe os movimentos organizados e quando confrontado se comporta de forma ríspida com seus interlocutores. Em alguns casos, grosseira.
No II Encontro de Blogueiros, realizando em Brasília, por exemplo, só faltou mandar o blogueiro Eduardo Guimarães calar a boca, dispensando-lhe um tratamento arrogante e autoritário.
Depois disso, convidou várias entidades para uma reunião em Brasília com o objetivo de discutir a questão da banda larga. Por ter sido criticado no twitter, desmarcou o encontro e nunca mais convocou as entidades para debater esse ou qualquer outro tema.
Esse é um exemplo de coisas que têm sido corriqueiras em várias áreas. E com todos os setores. Creiam, empresários também reclamam desse tipo de tratamento.
Eduardo Campos não é bobo. Já percebeu que o governo Dilma tem esse calcanhar de aquiles. Ou melhor, já percebeu que pode morrer pela boca. Não pelo excesso, mas pela ausência de diálogo. E pela forma pouco polida dispensada por alguns de seus principais assessores e ministros à diferentes setores políticos e organizados da sociedade.
Isso não significa que a reeleição de Dilma esteja em risco. Ela é bem avaliada porque o seu governo é bom. Teve coragem de enfrentar os bancos e diminuiu os juros para padrões civilizados. Ampliou os investimos no combate à pobreza e à miséria. Turbinou o Minha Casa Minha Vida e está fazendo uma gestão criativa e organizada na área de saúde, criando bons programas como o saúde na escola.
Fora isso, teve a coragem de criar a Comissão da Verdade, o que não é pouca coisa.
Certamente, faltaram citar muitas outras boas iniciativas. O que só reforça a tese de que a eleição de Dilma não está em risco.
Mas se eu fosse Dilma, passaria a gastar a boca. E aconselharia a todos os seus ministros a fazer o mesmo. Se isso vier a ocorrer, Eduardo Campos perderá boa parte do seu discurso. Porque o resto, não cola. Principalmente na classe política e entre aqueles que não estão dispostos a correr riscos. Ninguém vai deixar a base porque alguém resolveu dizer que o governo pode fazer mais. Um governo com 80% de aprovação.
3 comentários:
Que analise chinfrim, pobre. A grande imprensa fala besteira por um lado e voce pelo outro. Voce não percebeu não? O governo fala direto com a sociedade, deixa de ser besta, rapaz. O Governo não dialoga e tem a aprovação que tem (Quanto, mesmo)??? Vagina se dialogasse??? Deixe de ser tucano, rapaz, saia de cima do muro. Ou apoie o governo ou caia fora, a democracia oferece várias opções.
ACostumamo-nos a ver o Lula atuando politicamente e queremos que a Dilma faça o mesmo. Não fará, porque não sabe.
O calcanhar de aquiles do governo, como tem dito Ciro Gomes, é a ausência de pessoas (ministros principalmente) discutindo um projeto grandioso para o país. Um salto de qualidade...quanto ao bernardo? AH! o bernardo. Quem espera alguma coisa do bernardo, pô?
19/03/2010 Vejam a aprovação da Presidenta e de seu governo. Alguma coisa está errada, ou as analises do Rovai, do Rodrigo Vianna, ou as estatisticas. Às vezes as outras pessoas enxergam melhor a realidade do que a gente. Não queiram ser os donos da verdade. Dilma é Lula e Lula é Dilma, um não age sem o outro. E os dois estão anos luz à frente dos simples mortais.
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