Por Altamiro Borges
Os holofotes da mídia seduzem e desnorteiam muita gente. Nesta terça-feira (29), Luciana Genro – a candidata do PSOL que ficou em quarto lugar nas eleições presidenciais de 2014, conquistando 1,6 milhão de votos (1,55% do total) – concedeu longa entrevista à Folha tucana. Destoando da opinião da sua sigla, ela afirmou que “não estamos em uma situação de golpe” no Brasil e voltou a atacar o seu ex-partido. “Os líderes do PT estão tentando convencer – e alguns setores foram convencidos – de que há uma ameaça à democracia, ao estado democrático de direito. Quando na realidade não é isso”. De imediato, a executiva do PSOL e sua bancada federal reagiram, afirmando que Luciana Genro “fala em nome próprio”.
Na entrevista, a ex-presidenciável – dirigente de uma corrente minoritária na legenda – faz uma leitura fantasiosa da grave conjuntura política. Mesmo se dizendo contrária ao impeachment de Dilma, ela reforça o coro da mídia, da oposição demotucana e de setores do Judiciário que tentam legitimar o “golpe de toga” em curso no país. “Não estamos em uma situação de golpe, onde haja o risco de assumir um governo que vai restringir as liberdades individuais, que vá censurar, que vá prender, que vá torturar. Há uma tentativa do governo se fortalecer apelando para esse espírito democrático das pessoas e esse medo”, afirma.
Ela aposta que a radicalização do quadro político irá beneficiar o seu partido – e, quem sabe, uma nova candidatura sua à Presidência. Para ela, há “uma insatisfação muito grande com o governo e o PSDB, por mais que tente, não está, felizmente, conseguindo capitalizar toda essa insatisfação. Nomes como o da Marina [Silva], em maior medida, e o meu, em menor medida, acabam recebendo uma parte importante da insatisfação. Acredito que há um espaço importante para a construção de uma terceira via, que burla essa polarização entre PSDB e PT”. Daí a sua defesa da convocação imediata de novas eleições.
“A melhor saída seria nem Dilma, nem Temer, nem Cunha, nem Renan. Todos esses estão comprometidos e não servem para conduzir o país e, por isso, a necessidade de novas eleições. Essa é uma opinião minha”, afirma. Ela parece otimista com a situação atual, em que a ofensiva fascista ameaça às forças de esquerda – e não somente o PT. “O PSOL vai crescer muito... As eleições municipais serão essa oportunidade de crescimento. A crise tende a radicalizar a classe média. A radicalização pode ir tanto para a direita como para a esquerda. Por isso, figuras como o Bolsonaro também ganham força em momentos como esse”. Haja voluntarismo!
Diante da entrevista, que teve forte repercussão nas redes sociais, a executiva nacional do PSOL e a sua bancada de deputados federais divulgaram o seguinte comunicado – bem mais lúcido e com os pés no chão:
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Em entrevista publicada nesta terça-feira (29) a ex-candidata à Presidência da República pelo PSOL, Luciana Genro, expressou suas opiniões sobre o atual momento político que o país vive. Embora falando em nome próprio, por se tratar de figura pública do PSOL, o partido e sua bancada se sentem na obrigação de registrar que a posição oficial do partido, de sua bancada federal e de dezenas de lideranças partidárias, divulgada na última semana, é a que segue abaixo:
Nota da Executiva Nacional e da bancada do PSOL
Face à velocidade dos últimos acontecimentos e a radicalização da crise política, tomamos um posicionamento firme e sem meias palavras:
1. Somos oposição programática e de esquerda ao governo Dilma. Combatemos suas políticas regressivas e questionamos as concessões feitas ao grande capital. Diante da atual crise, do ajuste fiscal e da retirada de direitos, é inegável que este governo tem se afastado dos reais anseios da maioria da população.
2. Somos favoráveis a toda e qualquer investigação, desde que respeitado o Estado Democrático de Direito, sem seletividade ou interferências externas. É preciso que se desvendem as relações promíscuas entre os poderes da República e o grande empresariado.
3. As últimas atitudes do juiz Sérgio Moro representam claro uso político da Justiça e comprometem o trabalho desenvolvido pela Operação Lava Jato. Atitudes que possuem objetivos midiáticos rompem regras democráticas básicas e favorecem a estratégia de um golpe institucional.
4. Somos contra a saída gestada pelos partidos da oposição conservadora, pelo grande capital e pelos grandes meios de comunicação. O impeachment, instrumento que só pode ser usado com crime de responsabilidade comprovado, se tornou uma saída para negar o resultado das urnas, com o propósito de retirar a presidenta Dilma do poder, buscando um "acordão" para salvar outros citados nas investigações da Lava Jato. A troca de governo acelerará os ajustes pretendidos pelos poderosos, retirando direitos dos trabalhadores e atingindo nossa soberania.
5. A saída é pela esquerda. É necessário promover uma reforma política profunda, com ampla participação popular, ter coragem de mudar radicalmente os rumos da economia, auditar a dívida pública, priorizar o consumo e a produção, taxar as grandes fortunas e baixar a taxa de juros de forma consistente. Propostas não faltam. Mas é preciso coragem para contrariar interesses do grande capital.
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Os holofotes da mídia seduzem e desnorteiam muita gente. Nesta terça-feira (29), Luciana Genro – a candidata do PSOL que ficou em quarto lugar nas eleições presidenciais de 2014, conquistando 1,6 milhão de votos (1,55% do total) – concedeu longa entrevista à Folha tucana. Destoando da opinião da sua sigla, ela afirmou que “não estamos em uma situação de golpe” no Brasil e voltou a atacar o seu ex-partido. “Os líderes do PT estão tentando convencer – e alguns setores foram convencidos – de que há uma ameaça à democracia, ao estado democrático de direito. Quando na realidade não é isso”. De imediato, a executiva do PSOL e sua bancada federal reagiram, afirmando que Luciana Genro “fala em nome próprio”.
Na entrevista, a ex-presidenciável – dirigente de uma corrente minoritária na legenda – faz uma leitura fantasiosa da grave conjuntura política. Mesmo se dizendo contrária ao impeachment de Dilma, ela reforça o coro da mídia, da oposição demotucana e de setores do Judiciário que tentam legitimar o “golpe de toga” em curso no país. “Não estamos em uma situação de golpe, onde haja o risco de assumir um governo que vai restringir as liberdades individuais, que vá censurar, que vá prender, que vá torturar. Há uma tentativa do governo se fortalecer apelando para esse espírito democrático das pessoas e esse medo”, afirma.
Ela aposta que a radicalização do quadro político irá beneficiar o seu partido – e, quem sabe, uma nova candidatura sua à Presidência. Para ela, há “uma insatisfação muito grande com o governo e o PSDB, por mais que tente, não está, felizmente, conseguindo capitalizar toda essa insatisfação. Nomes como o da Marina [Silva], em maior medida, e o meu, em menor medida, acabam recebendo uma parte importante da insatisfação. Acredito que há um espaço importante para a construção de uma terceira via, que burla essa polarização entre PSDB e PT”. Daí a sua defesa da convocação imediata de novas eleições.
“A melhor saída seria nem Dilma, nem Temer, nem Cunha, nem Renan. Todos esses estão comprometidos e não servem para conduzir o país e, por isso, a necessidade de novas eleições. Essa é uma opinião minha”, afirma. Ela parece otimista com a situação atual, em que a ofensiva fascista ameaça às forças de esquerda – e não somente o PT. “O PSOL vai crescer muito... As eleições municipais serão essa oportunidade de crescimento. A crise tende a radicalizar a classe média. A radicalização pode ir tanto para a direita como para a esquerda. Por isso, figuras como o Bolsonaro também ganham força em momentos como esse”. Haja voluntarismo!
Diante da entrevista, que teve forte repercussão nas redes sociais, a executiva nacional do PSOL e a sua bancada de deputados federais divulgaram o seguinte comunicado – bem mais lúcido e com os pés no chão:
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Em entrevista publicada nesta terça-feira (29) a ex-candidata à Presidência da República pelo PSOL, Luciana Genro, expressou suas opiniões sobre o atual momento político que o país vive. Embora falando em nome próprio, por se tratar de figura pública do PSOL, o partido e sua bancada se sentem na obrigação de registrar que a posição oficial do partido, de sua bancada federal e de dezenas de lideranças partidárias, divulgada na última semana, é a que segue abaixo:
Nota da Executiva Nacional e da bancada do PSOL
Face à velocidade dos últimos acontecimentos e a radicalização da crise política, tomamos um posicionamento firme e sem meias palavras:
1. Somos oposição programática e de esquerda ao governo Dilma. Combatemos suas políticas regressivas e questionamos as concessões feitas ao grande capital. Diante da atual crise, do ajuste fiscal e da retirada de direitos, é inegável que este governo tem se afastado dos reais anseios da maioria da população.
2. Somos favoráveis a toda e qualquer investigação, desde que respeitado o Estado Democrático de Direito, sem seletividade ou interferências externas. É preciso que se desvendem as relações promíscuas entre os poderes da República e o grande empresariado.
3. As últimas atitudes do juiz Sérgio Moro representam claro uso político da Justiça e comprometem o trabalho desenvolvido pela Operação Lava Jato. Atitudes que possuem objetivos midiáticos rompem regras democráticas básicas e favorecem a estratégia de um golpe institucional.
4. Somos contra a saída gestada pelos partidos da oposição conservadora, pelo grande capital e pelos grandes meios de comunicação. O impeachment, instrumento que só pode ser usado com crime de responsabilidade comprovado, se tornou uma saída para negar o resultado das urnas, com o propósito de retirar a presidenta Dilma do poder, buscando um "acordão" para salvar outros citados nas investigações da Lava Jato. A troca de governo acelerará os ajustes pretendidos pelos poderosos, retirando direitos dos trabalhadores e atingindo nossa soberania.
5. A saída é pela esquerda. É necessário promover uma reforma política profunda, com ampla participação popular, ter coragem de mudar radicalmente os rumos da economia, auditar a dívida pública, priorizar o consumo e a produção, taxar as grandes fortunas e baixar a taxa de juros de forma consistente. Propostas não faltam. Mas é preciso coragem para contrariar interesses do grande capital.
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1 comentários:
nâo sei o que houve com a Luciana para dizer as besteiras que disse à Folha. Parece que teremos uma Marta Suplicy do PSOL, agora...
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