Por Renato Rovai, em seu blog:
Depois que as investigações da Polícia Federal revelaram que empresas da família de José Yunes repassaram mais de R$ 1 milhão a companhias de fachada do doleiro Adir Assad, o melhor amigo de Michel Temer se apressou em afirmar que não tinha qualquer relação com Assad ou as empresas dele.
Uma reação bem diferente da que vem tendo em relação às notas relativas ao Tabapuã Pappers, que já ensejaram várias matérias neste blogue.
No entanto, os negócios pouco republicanos de Assad parecem estar bem mais próximos de Yunes do que ele admite.
A empresa Pataccas Participações e Consultoria, por exemplo, é um ponta a ser investigada dessa história. Um relatório da Receita Federal revelou que a Pataccas recebeu R$ 56 milhões de companhias ligadas ao grupo Toyo Setal, suspeito de lavagem de dinheiro de propina em contratos com Petrobrás.
A Pataccas é da família de Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, executivo da Toyo Setal que fez negócios com Assad.
O curioso, porém, é que apenas um lance de escadas de um prédio comercial em Santana de Parnaíba, já citado em algumas matérias deste blogue, separa a Pataccas da Stargate, firma que tem entre os sócios uma offshore controlada por José Yunes.
Enquanto a Pattacas está na sala 710, a Stargate está na sala 605. Bem, ao menos no papel.
Na semana passada, o repórter Ivan Longo foi ao endereço dessas empresas e descobriu que onde deveria funcionar a Stargate só existe uma sala de reuniões.
Na sala 701, no mesmo andar da Pattacas, onde deveria estar a Oxitec, de Sandro Mabel, ex-deputado goiano e assessor especial de Temer, também só há uma sala de reuniões.
Ou seja, nos endereços oficiais de empresas controladas por Yunes e Mabel não existe uma secretaria sequer.
Sobre o prédio em Santana do Parnaíba
Pela internet e pelos registros documentais, a Stargate Brasil Estética Produtos e Serviços, empresa que José Yunes, sócio e amigo de Temer, controla como procurador, fica na Avenida Yojiro Takaoka, 3484, sala 605, no Centro de Apoio I em Alphaville, Santana de Parnaíba, São Paulo. É o mesmo local em que, pelos documentos, fica a Oxitec, empresa de Sandro Mabel, outro sócio de Temer. Esta, no entanto, ficaria na sala ou conjunto 701. A região é conhecida por ser onde ficam concentradas sedes de grandes empresas e pelos seus luxuosos condomínios residenciais. Só na avenida de onde seria a Stargate existem uns cinco desses.
O endereço leva a um grande prédio comercial. Na parte térrea há dois cafés, um restaurante, algumas outras lojas e um pequeno espaço com o logo da Fedex.
Ao chegar no local, o repórter Ivan Longo constatou que para ir a qualquer sala ou andar era preciso se identificar na portaria para que o responsável pudesse autorizar a subida do visitante. Na recepção ninguém sabia informar nada sobre a Stargate e a Oxitec. Segundo a funcionária, “talvez essas companhias pudessem ser encontradas na loja do térreo”. A que tinha o logo da Fedex (foto).
A recepcionista da Fedex procurou o nome das empresas de Yunes e Mabel no cadastro e não encontrou qualquer informação sobre elas.
Neste momento, a funcionária informou que e a loja com logo da Fedex é, na verdade, a Virtual Office, companhia que funciona como “hotel” de empresas. Isto é, que aloja as empresas de maneira virtual e oferece infraestrutura para conferências oline, reuniões, etc.
Por que Yunes e Mabel, que tem grandes empresas e muitas salas comercias, hospedam a Stargate e a Oxitex em um prédio onde elas não funcionam efetivamente? Essa pergunta deveria fazer parte de um questionamento por algum parlamentar ao Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, afinal, eles são dois dos homens mais próximos do atual presidente da República, Michel Temer. Um deles, inclusive, foi seu sócio.
* Colaboraram: João Noé e Ivan Longo.
Depois que as investigações da Polícia Federal revelaram que empresas da família de José Yunes repassaram mais de R$ 1 milhão a companhias de fachada do doleiro Adir Assad, o melhor amigo de Michel Temer se apressou em afirmar que não tinha qualquer relação com Assad ou as empresas dele.
Uma reação bem diferente da que vem tendo em relação às notas relativas ao Tabapuã Pappers, que já ensejaram várias matérias neste blogue.
No entanto, os negócios pouco republicanos de Assad parecem estar bem mais próximos de Yunes do que ele admite.
A empresa Pataccas Participações e Consultoria, por exemplo, é um ponta a ser investigada dessa história. Um relatório da Receita Federal revelou que a Pataccas recebeu R$ 56 milhões de companhias ligadas ao grupo Toyo Setal, suspeito de lavagem de dinheiro de propina em contratos com Petrobrás.
A Pataccas é da família de Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, executivo da Toyo Setal que fez negócios com Assad.
O curioso, porém, é que apenas um lance de escadas de um prédio comercial em Santana de Parnaíba, já citado em algumas matérias deste blogue, separa a Pataccas da Stargate, firma que tem entre os sócios uma offshore controlada por José Yunes.
Enquanto a Pattacas está na sala 710, a Stargate está na sala 605. Bem, ao menos no papel.
Na semana passada, o repórter Ivan Longo foi ao endereço dessas empresas e descobriu que onde deveria funcionar a Stargate só existe uma sala de reuniões.
Na sala 701, no mesmo andar da Pattacas, onde deveria estar a Oxitec, de Sandro Mabel, ex-deputado goiano e assessor especial de Temer, também só há uma sala de reuniões.
Ou seja, nos endereços oficiais de empresas controladas por Yunes e Mabel não existe uma secretaria sequer.
Sobre o prédio em Santana do Parnaíba
Pela internet e pelos registros documentais, a Stargate Brasil Estética Produtos e Serviços, empresa que José Yunes, sócio e amigo de Temer, controla como procurador, fica na Avenida Yojiro Takaoka, 3484, sala 605, no Centro de Apoio I em Alphaville, Santana de Parnaíba, São Paulo. É o mesmo local em que, pelos documentos, fica a Oxitec, empresa de Sandro Mabel, outro sócio de Temer. Esta, no entanto, ficaria na sala ou conjunto 701. A região é conhecida por ser onde ficam concentradas sedes de grandes empresas e pelos seus luxuosos condomínios residenciais. Só na avenida de onde seria a Stargate existem uns cinco desses.
O endereço leva a um grande prédio comercial. Na parte térrea há dois cafés, um restaurante, algumas outras lojas e um pequeno espaço com o logo da Fedex.
Ao chegar no local, o repórter Ivan Longo constatou que para ir a qualquer sala ou andar era preciso se identificar na portaria para que o responsável pudesse autorizar a subida do visitante. Na recepção ninguém sabia informar nada sobre a Stargate e a Oxitec. Segundo a funcionária, “talvez essas companhias pudessem ser encontradas na loja do térreo”. A que tinha o logo da Fedex (foto).
A recepcionista da Fedex procurou o nome das empresas de Yunes e Mabel no cadastro e não encontrou qualquer informação sobre elas.
Neste momento, a funcionária informou que e a loja com logo da Fedex é, na verdade, a Virtual Office, companhia que funciona como “hotel” de empresas. Isto é, que aloja as empresas de maneira virtual e oferece infraestrutura para conferências oline, reuniões, etc.
Por que Yunes e Mabel, que tem grandes empresas e muitas salas comercias, hospedam a Stargate e a Oxitex em um prédio onde elas não funcionam efetivamente? Essa pergunta deveria fazer parte de um questionamento por algum parlamentar ao Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, afinal, eles são dois dos homens mais próximos do atual presidente da República, Michel Temer. Um deles, inclusive, foi seu sócio.
* Colaboraram: João Noé e Ivan Longo.
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