Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Ontem, a economista Monica de Bolle – neoliberal civilizada – disse à BBC que “‘Elite da elite’, governo Temer não entende o que é estar desempregado no Brasil“.
Mesmo no conservador Reino Unido, num governo conservador como o de Teresa May, a elite é menos insensível.
Meu amigo Hayle Gadelha manda, fresquinho, comentários sobre uma matéria do The Guardian sobre a visita do diretor e potencial novo presidente do Bank of England, o BC deles, a áreas empobrecidas do país, como o País de Gales, para ouvir as queixas da população, antes de tomar as decisões de políticas econômicas mais duras ainda.
Ora direis, ouvir o povo…
Hayle Gadelha
O jornal The Guardian de hoje traz reportagem sobre Andy Haldane, o economista-chefe do Banco da Inglaterra, que está viajando pelo País de Gales. “Mas esta não é uma viagem dos discursos habituais, de palestras para homens de negócios sobre os detalhes da política monetária. Em vez disso, Haldane está no ‘modo ouvinte’, na primeira etapa de uma turnê nacional que visa aproveitar as experiências cotidianas das famílias comuns na elaboração de políticas monetárias”, escreve o jornal.
“As famílias mais pobres da Grã-Bretanha”, diz Haldane, “estão sendo mais atingidas pelo aumento dos preços dos produtos essenciais, como comida e combustível, e as ações para evitar que uma inflação mais alta se torne enraizada devem, portanto, ser uma prioridade”.
Diz a reportagem que “Haldane conheceu dezenas de pessoas esta semana, que disseram que estavam lutando para lidar com o aumento do custo de vida. Ele ouviu falar de pais que impedem seus filhos de fazer viagens escolares, para destinar o dinheiro para os recursos básicos cada vez mais caros. Ele ouviu falar sobre o aumento de busca por empréstimos e sobre pessoas que vasculham supermercados para economizar alguns centavos em um pedaço de pão. Na verdade, ele ouviu dezenas de histórias semelhantes durante os eventos da mesa redonda em Cardiff, Barry e Porth, nos vales galeses”.
Essa tentativa de compreender as dificuldades dos mais pobres diante da política econômica inflacionária é louvável, embora as soluções que Haldane pretende dar de combate à inflação possam levar a desemprego e achatamento salarial – portanto, a condições semelhantes às que vivemos aqui no Brasil. Não adianta fortalecer os bancos à custa de enfraquecer a produção e de piorar ainda mais as condições de vida do trabalhador.
O nosso “homem forte” da economia brasileira talvez também ouça muito – mas não os mais pobres. Está atento ao que dizem os banqueiros e de olho nos mais pobres (que foram lançados ao desemprego e ao achatamento salarial) apenas em função do calendário eleitoral.
Ontem, a economista Monica de Bolle – neoliberal civilizada – disse à BBC que “‘Elite da elite’, governo Temer não entende o que é estar desempregado no Brasil“.
Mesmo no conservador Reino Unido, num governo conservador como o de Teresa May, a elite é menos insensível.
Meu amigo Hayle Gadelha manda, fresquinho, comentários sobre uma matéria do The Guardian sobre a visita do diretor e potencial novo presidente do Bank of England, o BC deles, a áreas empobrecidas do país, como o País de Gales, para ouvir as queixas da população, antes de tomar as decisões de políticas econômicas mais duras ainda.
Ora direis, ouvir o povo…
Hayle Gadelha
O jornal The Guardian de hoje traz reportagem sobre Andy Haldane, o economista-chefe do Banco da Inglaterra, que está viajando pelo País de Gales. “Mas esta não é uma viagem dos discursos habituais, de palestras para homens de negócios sobre os detalhes da política monetária. Em vez disso, Haldane está no ‘modo ouvinte’, na primeira etapa de uma turnê nacional que visa aproveitar as experiências cotidianas das famílias comuns na elaboração de políticas monetárias”, escreve o jornal.
“As famílias mais pobres da Grã-Bretanha”, diz Haldane, “estão sendo mais atingidas pelo aumento dos preços dos produtos essenciais, como comida e combustível, e as ações para evitar que uma inflação mais alta se torne enraizada devem, portanto, ser uma prioridade”.
Diz a reportagem que “Haldane conheceu dezenas de pessoas esta semana, que disseram que estavam lutando para lidar com o aumento do custo de vida. Ele ouviu falar de pais que impedem seus filhos de fazer viagens escolares, para destinar o dinheiro para os recursos básicos cada vez mais caros. Ele ouviu falar sobre o aumento de busca por empréstimos e sobre pessoas que vasculham supermercados para economizar alguns centavos em um pedaço de pão. Na verdade, ele ouviu dezenas de histórias semelhantes durante os eventos da mesa redonda em Cardiff, Barry e Porth, nos vales galeses”.
Essa tentativa de compreender as dificuldades dos mais pobres diante da política econômica inflacionária é louvável, embora as soluções que Haldane pretende dar de combate à inflação possam levar a desemprego e achatamento salarial – portanto, a condições semelhantes às que vivemos aqui no Brasil. Não adianta fortalecer os bancos à custa de enfraquecer a produção e de piorar ainda mais as condições de vida do trabalhador.
O nosso “homem forte” da economia brasileira talvez também ouça muito – mas não os mais pobres. Está atento ao que dizem os banqueiros e de olho nos mais pobres (que foram lançados ao desemprego e ao achatamento salarial) apenas em função do calendário eleitoral.
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