Por Altamiro Borges
Pesquisas recentes têm apontado a queda de credibilidade do Poder Judiciário. E não é para menos. A sua seletividade fica cada dia mais evidente. O caso do sindicalista João Vaccari, ex-tesoureiro do PT, é emblemático. Durante mais de dois anos, ele foi mantido preso com base em delações sem qualquer prova material da midiática Operação Lava-Jato. Nesta semana, foi aprovada a sua soltura da cadeia, mas o carrasco Sergio Moro desacatou a decisão. No outro extremo, Rodrigo Rocha Loures, assessor especial do presidente golpista que foi filmado pela Polícia Federal após ter recebido uma mala com R$ 500 mil de um chefão da JBS, acaba de ganhar a sua liberdade após passar alguns dias na prisão. Nesta sexta-feira (30), o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou soltar o "homem da mala" de Michel Temer. Dá para acreditar que a Justiça é cega no Brasil?
Em seu despacho, o ministro alegou que, "em face do transcurso de lapso temporal e de alterações no panorama processual", foi descartada a possibilidade de Rocha Loures cometer novos crimes, o que tornaria desnecessária a sua prisão preventiva. "Em homenagem ao tratamento isonômico", ele ainda considerou na soltura do ex-assessor presidencial a decisão da Primeira Turma do STF, no último dia 20, de mandar para a prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica a ex-assessora do senador Zezé Perrella, a jornalista Andrea Neves, irmã de Aécio Neves, e Frederico Pacheco de Medeiros, primo do tucano - que ficou encarregado de receber R$ 2 milhões da JBS.
Na sua decisão, Edson Fachin trocou a prisão preventiva de Rocha Loures por outras medidas. “Não sucumbindo por completo os fatos que deram ensejo à decretação da medida extrema, torna-se imperiosa a sua substituição por medidas cautelares alternativas". A partir de agora, o "homem da mala" de Michel Temer será monitorado por uma tornozeleira eletrônica e deverá se recolher ao seu domicílio entre 20h e 6h e aos sábados, domingos e feriados. Ele também está proibido de ter contato com outros investigados, réus ou testemunhas do mesmo processo, deve entregar seu passaporte em até 48 horas e comparecer periodicamente em juízo para informar e justificar suas atividades.
Como lembra a revista Veja, "Rocha Loures foi indicado por Temer a Joesley Batista, em conversa gravada pelo empresário, como homem de 'sua mais estrita confiança' para ajudá-lo em qualquer assunto envolvendo questões da empresa no governo, a exemplo da demanda da JBS ao Planalto por ajuda em uma disputa entre a Empresa Produtora de Energia, usina hidrelétrica do Grupo J&F em Cuiabá, e a Petrobras no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Na noite do dia 28 de abril, agentes da PF filmaram Rodrigo Rocha Loures saindo de uma pizzaria paulistana com uma mala à mão, onde estavam alocados 500.000 reais. Entregue pelo diretor de relações institucionais da JBS e delator Ricardo Saud, o valor seria parte da propina combinada com o ex-parlamentar para resolver a pendência da JBS no Cade. Rocha Loures devolveu o dinheiro no dia 25 de maio".
Na denúncia apresentada nesta semana contra o usurpador e o seu "homem da mala", o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sustenta que o dinheiro era destinado a Michel Temer. "Entre os meses de março a abril de 2017, com vontade livre e consciente, o presidente da República, Michel Miguel Temer Lulia, valendo-se de sua condição de chefe do Poder Executivo e liderança política nacional, recebeu para si, em unidade de desígnios e por intermédio de Rodrigo Santos da Rocha Loures, vantagem indevida de 500.000 reais ofertada por Joesley Mendonça Batista, presidente da sociedade empresária J&F Investimentos, cujo pagamento foi realizado pelo executivo da J&F Ricardo Saud", afirma um trecho da denúncia da PGR. Em outra parte, Rodrigo Janot afirma que Michel Temer e Rocha Loures, "em comunhão de esforços e unidade de desígnios, com vontade livre e consciente, ainda aceitaram a promessa de vantagem indevida no montante de 38 milhões de reais".
Apesar das graves denúncias, o "homem da mala" já pode gozar da total liberdade e o golpista segue dando as ordens em Brasília - principalmente contra os trabalhadores, como no caso da "reforma" que liquida a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Isto ajuda a explicar porque o Judiciário está perdendo rapidamente sua credibilidade, mesmo com toda a campanha de apoio da mídia falsamente moralista. Nesta quinta-feira (29), o Instituto Ipsos divulgou mais uma pesquisa. Ele atesta a queda de popularidade até da midiática Operação Lava-Jato. Para 74% dos entrevistados, a operação chefiada pelo juiz Sergio Moro não está investigando todos os partidos de forma imparcial. A maioria defende a sua continuidade, mas já está com a pulga atrás da orelha. A libertação de Rocha Loures - além das benesses ao cambaleante Aécio Neves - deve reforçar esta suspeita.
Pesquisas recentes têm apontado a queda de credibilidade do Poder Judiciário. E não é para menos. A sua seletividade fica cada dia mais evidente. O caso do sindicalista João Vaccari, ex-tesoureiro do PT, é emblemático. Durante mais de dois anos, ele foi mantido preso com base em delações sem qualquer prova material da midiática Operação Lava-Jato. Nesta semana, foi aprovada a sua soltura da cadeia, mas o carrasco Sergio Moro desacatou a decisão. No outro extremo, Rodrigo Rocha Loures, assessor especial do presidente golpista que foi filmado pela Polícia Federal após ter recebido uma mala com R$ 500 mil de um chefão da JBS, acaba de ganhar a sua liberdade após passar alguns dias na prisão. Nesta sexta-feira (30), o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou soltar o "homem da mala" de Michel Temer. Dá para acreditar que a Justiça é cega no Brasil?
Em seu despacho, o ministro alegou que, "em face do transcurso de lapso temporal e de alterações no panorama processual", foi descartada a possibilidade de Rocha Loures cometer novos crimes, o que tornaria desnecessária a sua prisão preventiva. "Em homenagem ao tratamento isonômico", ele ainda considerou na soltura do ex-assessor presidencial a decisão da Primeira Turma do STF, no último dia 20, de mandar para a prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica a ex-assessora do senador Zezé Perrella, a jornalista Andrea Neves, irmã de Aécio Neves, e Frederico Pacheco de Medeiros, primo do tucano - que ficou encarregado de receber R$ 2 milhões da JBS.
Na sua decisão, Edson Fachin trocou a prisão preventiva de Rocha Loures por outras medidas. “Não sucumbindo por completo os fatos que deram ensejo à decretação da medida extrema, torna-se imperiosa a sua substituição por medidas cautelares alternativas". A partir de agora, o "homem da mala" de Michel Temer será monitorado por uma tornozeleira eletrônica e deverá se recolher ao seu domicílio entre 20h e 6h e aos sábados, domingos e feriados. Ele também está proibido de ter contato com outros investigados, réus ou testemunhas do mesmo processo, deve entregar seu passaporte em até 48 horas e comparecer periodicamente em juízo para informar e justificar suas atividades.
Como lembra a revista Veja, "Rocha Loures foi indicado por Temer a Joesley Batista, em conversa gravada pelo empresário, como homem de 'sua mais estrita confiança' para ajudá-lo em qualquer assunto envolvendo questões da empresa no governo, a exemplo da demanda da JBS ao Planalto por ajuda em uma disputa entre a Empresa Produtora de Energia, usina hidrelétrica do Grupo J&F em Cuiabá, e a Petrobras no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Na noite do dia 28 de abril, agentes da PF filmaram Rodrigo Rocha Loures saindo de uma pizzaria paulistana com uma mala à mão, onde estavam alocados 500.000 reais. Entregue pelo diretor de relações institucionais da JBS e delator Ricardo Saud, o valor seria parte da propina combinada com o ex-parlamentar para resolver a pendência da JBS no Cade. Rocha Loures devolveu o dinheiro no dia 25 de maio".
Na denúncia apresentada nesta semana contra o usurpador e o seu "homem da mala", o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sustenta que o dinheiro era destinado a Michel Temer. "Entre os meses de março a abril de 2017, com vontade livre e consciente, o presidente da República, Michel Miguel Temer Lulia, valendo-se de sua condição de chefe do Poder Executivo e liderança política nacional, recebeu para si, em unidade de desígnios e por intermédio de Rodrigo Santos da Rocha Loures, vantagem indevida de 500.000 reais ofertada por Joesley Mendonça Batista, presidente da sociedade empresária J&F Investimentos, cujo pagamento foi realizado pelo executivo da J&F Ricardo Saud", afirma um trecho da denúncia da PGR. Em outra parte, Rodrigo Janot afirma que Michel Temer e Rocha Loures, "em comunhão de esforços e unidade de desígnios, com vontade livre e consciente, ainda aceitaram a promessa de vantagem indevida no montante de 38 milhões de reais".
Apesar das graves denúncias, o "homem da mala" já pode gozar da total liberdade e o golpista segue dando as ordens em Brasília - principalmente contra os trabalhadores, como no caso da "reforma" que liquida a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Isto ajuda a explicar porque o Judiciário está perdendo rapidamente sua credibilidade, mesmo com toda a campanha de apoio da mídia falsamente moralista. Nesta quinta-feira (29), o Instituto Ipsos divulgou mais uma pesquisa. Ele atesta a queda de popularidade até da midiática Operação Lava-Jato. Para 74% dos entrevistados, a operação chefiada pelo juiz Sergio Moro não está investigando todos os partidos de forma imparcial. A maioria defende a sua continuidade, mas já está com a pulga atrás da orelha. A libertação de Rocha Loures - além das benesses ao cambaleante Aécio Neves - deve reforçar esta suspeita.
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