Por Cesar Locatelli, no site Jornalistas Livres:
Ao autorizar o aumento de impostos, que deixa o litro da gasolina 41 centavos mais caro, Temer e Meirelles retiram mais dinheiro da economia, sangrando quem já está bem mal das pernas, e, ainda, dão sinais evidentes de que a recuperação da economia não está ali virando a próxima esquina.
A recessão que amargamos tem origem, por um lado, na incerteza política: você se arriscaria a dizer quem será o presidente no final do mês que vem? Ninguém toma decisões econômicas importantes sem ter resposta para essa pergunta. De outro lado, o governo faz questão de, desde o primeiro dia, só aprovar medidas recessivas. Cortes de gastos e investimentos do governo são tão recessivos quanto os cortes de direitos dos trabalhadores.
O fantasma do desemprego, aliado à perda de direitos trabalhistas, faz o trabalhador se retrair do consumo: ele restringe seu consumo ao essencial. O empresário, que vê suas vendas e o consumo em geral caírem, decide suspender seus investimentos. O humor e as expectativas de todos nós determinam o crescimento ou a recessão
Consumo e investimento fracos implicam queda maior ainda na arrecadação de impostos pelo governo. E nesse momento de desânimo generalizado, vêm Temer e Meirelles e jogam um pouco mais de gasolina na fogueira da recessão: retiram mais R$ 10 bilhões de circulação pelo aumento dos impostos da gasolina e cortam mais de R$ 5 bilhões em gastos do governo.
Não há economia que cresça com esse estado de ânimo. A arrecadação despenca com os cortes, com a “austeridade” e o governo resolve cortar mais. Retira mais sangue do organismo econômico. A equipe econômica acha que está no caminho certo e conta com o apoio dos meios de comunicação para afirmar que, de fato, não havia outra saída.
Há outras saídas, sim. O nó é que os apoiadores do golpe, que se uniram para impedir Dilma, tinham entre seus objetivos fazer a dívida do governo cair e, desse modo, aumentar os ganhos de quem empresta dinheiro para o governo. A crise política e econômica criada foi enorme e a dívida só faz crescer, ao contrário do que projetavam.
Só o governo teria forças para tornar a saída da recessão e a volta do crescimento mais rápidas: investir, aumentar sua dívida até o país voltar a crescer e, então, reduzir seu endividamento num ambiente de crescimento econômico e expectativas favoráveis de trabalhadores e empresários.
Essa solução aparentemente está descartada pois contraria, ao menos temporariamente, os interesses dos golpistas que se uniram em torno de Temer. E assistimos o governo tomar as medidas que agravam a retração da economia, como esse aumento de impostos da gasolina.
Além disso há mais um sinal desanimador nessas últimas medidas. Temer e Meirelles têm clareza do custo político do aumento de impostos. Essa última medida, que subiu o preço da gasolina, não teria sido tomada se estivéssemos no final da recessão. Por que aumentar impostos, pagar o custo político, se o país vai sair da recessão nesse segundo semestre?
Temer parece saber que não terá futuro político, mas Meirelles tem ambição política desmedida. Como optaram pela medida fortemente impopular devem ter previsão de que a recessão não está em seus momentos derradeiros.
A recessão que amargamos tem origem, por um lado, na incerteza política: você se arriscaria a dizer quem será o presidente no final do mês que vem? Ninguém toma decisões econômicas importantes sem ter resposta para essa pergunta. De outro lado, o governo faz questão de, desde o primeiro dia, só aprovar medidas recessivas. Cortes de gastos e investimentos do governo são tão recessivos quanto os cortes de direitos dos trabalhadores.
O fantasma do desemprego, aliado à perda de direitos trabalhistas, faz o trabalhador se retrair do consumo: ele restringe seu consumo ao essencial. O empresário, que vê suas vendas e o consumo em geral caírem, decide suspender seus investimentos. O humor e as expectativas de todos nós determinam o crescimento ou a recessão
Consumo e investimento fracos implicam queda maior ainda na arrecadação de impostos pelo governo. E nesse momento de desânimo generalizado, vêm Temer e Meirelles e jogam um pouco mais de gasolina na fogueira da recessão: retiram mais R$ 10 bilhões de circulação pelo aumento dos impostos da gasolina e cortam mais de R$ 5 bilhões em gastos do governo.
Não há economia que cresça com esse estado de ânimo. A arrecadação despenca com os cortes, com a “austeridade” e o governo resolve cortar mais. Retira mais sangue do organismo econômico. A equipe econômica acha que está no caminho certo e conta com o apoio dos meios de comunicação para afirmar que, de fato, não havia outra saída.
Há outras saídas, sim. O nó é que os apoiadores do golpe, que se uniram para impedir Dilma, tinham entre seus objetivos fazer a dívida do governo cair e, desse modo, aumentar os ganhos de quem empresta dinheiro para o governo. A crise política e econômica criada foi enorme e a dívida só faz crescer, ao contrário do que projetavam.
Só o governo teria forças para tornar a saída da recessão e a volta do crescimento mais rápidas: investir, aumentar sua dívida até o país voltar a crescer e, então, reduzir seu endividamento num ambiente de crescimento econômico e expectativas favoráveis de trabalhadores e empresários.
Essa solução aparentemente está descartada pois contraria, ao menos temporariamente, os interesses dos golpistas que se uniram em torno de Temer. E assistimos o governo tomar as medidas que agravam a retração da economia, como esse aumento de impostos da gasolina.
Além disso há mais um sinal desanimador nessas últimas medidas. Temer e Meirelles têm clareza do custo político do aumento de impostos. Essa última medida, que subiu o preço da gasolina, não teria sido tomada se estivéssemos no final da recessão. Por que aumentar impostos, pagar o custo político, se o país vai sair da recessão nesse segundo semestre?
Temer parece saber que não terá futuro político, mas Meirelles tem ambição política desmedida. Como optaram pela medida fortemente impopular devem ter previsão de que a recessão não está em seus momentos derradeiros.
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