Por Tereza Cruvinel, em seu blog:
Como eu já disse, Temer viajou bem nervosinho para a China e por muitos motivos. Primeiro deles, a entrega da delação de Lúcio Funaro ao STF, primeiro passo para a apresentação da segunda denúncia contra ele. Outro, não menos grave, a completa desarticulação em sua base de apoio, que ficou exposta na noite desta terça-feira, na sessão do Congresso para remover os vetos da pauta, e promete outro desnudamento hoje, na votação destinada a legalizar o aumento do rombo fiscal para este ano e para 2018. O clima foi de barata-voa, com deputados governistas fazendo corpo mole, dificultando o quórum e impondo mais mudanças no Refis, o projeto que busca recursos aliviando multas e juros para devedores. O presidente do Senado, Eunício Oliveira, quase apanhou fisicamente na sessão bicameral.
Mais cedo, foi um parto aprovar na Comissão de Orçamento a mudança da meta deste ano e do ano que vem para R$ 159 bilhões. E como o governo tem que apresentar o orçamento de 2018 até amanhã, 31 de agosto, por mandamento constitucional, a equipe econômica começou a se descabelar. Se o aumento do deficit em R$ 30 bilhões não for aprovado, este valor terá que ser cortado da proposta orçamentária. E com isso, começaram a preparar duas propostas, uma para o caso de aprovação, e outra para o caso de derrota do governo na votação das mudanças na LDO, onde ainda consta a meta antiga (R$ 129 bilhões de deficit).
O verdadeiro pavor do Governo, ontem, era o de que o procurador-geral Rodrigo Janot apresentasse sua denúncia antes da votação da mudança nas metas fiscais. Aí a boiada poderia estourar mesmo. Este temor transparece na fala nervosa de Temer no vídeo que postou antes de viajar, acusando Janot, sem citá-lo, de tentar “semear a desordem nas instituições”. Isso não deve acontecer hoje, pois Janot só deve apresentar a segunda denúncia contra Temer depois que a delação de Lucio Bolonha Funaro for homologada pelo ministro Luiz Fachin, que a recebeu ontem. A nova denúncia terá um bom lastro nela, bem como na delação da JBS.
Temer bravateou no vídeo, depois de reclamar de Janot: “mas tenho a força necessária para resistir”. Ele sabe que sua força minguou, de 2 de agosto para cá, quando barrou a primeira denúncia violando a composição da CCJ e comprando votos da forma mais explícita que já se viu naquela Casa.
Nos últimos dias, tentando evitar o estouro da boiada, Temer demitiu cerca de 140 ocupantes de cargos no governo por indicação de deputados “traidores”, que votaram contra o governo em 2 de agosto. Mas o Centrão quer mais. Exige a demissão dos ministros do PSDB, especialmente a do coordenador político Antonio Imbassahy e a do ministro das Cidades Bruno Araújo, o que significaria empurrar o PSDB para fora de seu governo. Temer precisa dos tucanos, ainda que seja para ter os votos de apenas metade da bancada, como na votação da primeira denúncia. Até agora, só demitiu indicados de partidos como PSB, SD, DEM, PP e outras siglas que entregaram uma porção bem maior de votos, proporcionalmente ao tamanho das bancadas.
Mais cedo, foi um parto aprovar na Comissão de Orçamento a mudança da meta deste ano e do ano que vem para R$ 159 bilhões. E como o governo tem que apresentar o orçamento de 2018 até amanhã, 31 de agosto, por mandamento constitucional, a equipe econômica começou a se descabelar. Se o aumento do deficit em R$ 30 bilhões não for aprovado, este valor terá que ser cortado da proposta orçamentária. E com isso, começaram a preparar duas propostas, uma para o caso de aprovação, e outra para o caso de derrota do governo na votação das mudanças na LDO, onde ainda consta a meta antiga (R$ 129 bilhões de deficit).
O verdadeiro pavor do Governo, ontem, era o de que o procurador-geral Rodrigo Janot apresentasse sua denúncia antes da votação da mudança nas metas fiscais. Aí a boiada poderia estourar mesmo. Este temor transparece na fala nervosa de Temer no vídeo que postou antes de viajar, acusando Janot, sem citá-lo, de tentar “semear a desordem nas instituições”. Isso não deve acontecer hoje, pois Janot só deve apresentar a segunda denúncia contra Temer depois que a delação de Lucio Bolonha Funaro for homologada pelo ministro Luiz Fachin, que a recebeu ontem. A nova denúncia terá um bom lastro nela, bem como na delação da JBS.
Temer bravateou no vídeo, depois de reclamar de Janot: “mas tenho a força necessária para resistir”. Ele sabe que sua força minguou, de 2 de agosto para cá, quando barrou a primeira denúncia violando a composição da CCJ e comprando votos da forma mais explícita que já se viu naquela Casa.
Nos últimos dias, tentando evitar o estouro da boiada, Temer demitiu cerca de 140 ocupantes de cargos no governo por indicação de deputados “traidores”, que votaram contra o governo em 2 de agosto. Mas o Centrão quer mais. Exige a demissão dos ministros do PSDB, especialmente a do coordenador político Antonio Imbassahy e a do ministro das Cidades Bruno Araújo, o que significaria empurrar o PSDB para fora de seu governo. Temer precisa dos tucanos, ainda que seja para ter os votos de apenas metade da bancada, como na votação da primeira denúncia. Até agora, só demitiu indicados de partidos como PSB, SD, DEM, PP e outras siglas que entregaram uma porção bem maior de votos, proporcionalmente ao tamanho das bancadas.
Pelo tamanho da traição do PSDB, diz um deputado da fileira rebelde, o castigo ao partido não pode ficar só no segundo escalão, devendo atingir também pelo menos os dois ministros, que são deputados e não conseguiram convencer nem seus próprios colegas de bancada. Os outros dois são o chanceler Aloysio Nunes Ferrreira, que é senador, e Luislinda Valois, de Direitos Humanos, que não é parlamentar. Além da “traição” de metade da bancada tucana, o PSDB ainda veiculou, no dia 17 de agosto, o programa partidário em que critica o “presidencialismo de cooptação” e define Temer como um presidente que “enfrenta dificuldades para governar e unir o país”. Se continuar premiando um partido que faz isso, dizem os do Centrão, Temer estará mostrando que a fidelidade não compensa.
Estas disputas na base começaram a aflorar ontem, na votação dos vetos, e vão se manifestar hoje na votação das metas fiscais. Enquanto isso, Temer tenta vender o Brasil aos chineses e a crise fiscal se agrava perigosamente. Com o rombo recorde de julho, de R$ 20,14 bilhões, anunciado ontem, o deficit acumulado em 12 meses já bateu em R$ 183 bilhões, furando a nova meta estabelecida, de R$ 159 bilhões. O trem do golpe descarrilhou de vez e esta percepção também contribui para o desconjuntamento da base.
Estas disputas na base começaram a aflorar ontem, na votação dos vetos, e vão se manifestar hoje na votação das metas fiscais. Enquanto isso, Temer tenta vender o Brasil aos chineses e a crise fiscal se agrava perigosamente. Com o rombo recorde de julho, de R$ 20,14 bilhões, anunciado ontem, o deficit acumulado em 12 meses já bateu em R$ 183 bilhões, furando a nova meta estabelecida, de R$ 159 bilhões. O trem do golpe descarrilhou de vez e esta percepção também contribui para o desconjuntamento da base.
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