Por Cesar Locatelli, no site Jornalistas Livres:
Como a “luta incansável” contra corrupção saiu das ruas, mas não das manchetes, e como os protagonistas da Lava Jato ainda ocupam lugar de destaque na imprensa tradicional, seria plausível esperar que os índices do Brasil tivessem melhorado muito, não é mesmo?
A organização Transparência Internacional divulgou ontem (21/2) sua classificação de percepção de corrupção em 180 países para o ano de 2017. O Índice de Percepção de Corrupção é uma nota que vai de 0 (maior percepção de corrupção) a 100 (menor percepção de corrupção). São fontes de dados para construção do índice instituições como o Banco Mundial, o Instituto Gallup, o Fórum Econômico Social, as unidades de economia da revista The Economist e do jornal Wall Street Journal, dentre outras. Essas fontes conferem ao índice indiscutível viés da finança internacional.
Vejamos quem está no topo e na lanterna da classificação de 2017.
No topo da lista figura a Nova Zelândia menor percepção de corrupção em 2017, com índice 89. A Nova Zelândia é seguida muito de perto por Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia.
Lá no final da lista aparece a Somália, na posição 180 e com índice de 9, na companhia próxima de Sudão Sul, Síria, Afeganistão e Iêmen.
O Brasil aparece na posição 96, com índice 37. Pouco à frente do Brasil estão a Guiana, Sri Lanka e Timor Leste. Pouco atrás estão Colômbia, Indonésia e Panamá. Em 2016, o país ocupava a posição 79. Isso quer dizer que a percepção de que a corrupção aumentou no país o fez cair 17 posições na classificação. Caíram 17 posições, como o Brasil, El Salvador, Macedônia e as Ilhas Maldivas. Os únicos países que caíram mais do que o Brasil, entre 2016 e 2017, foram a Libéria e Bahrain.
Temos, há muito tempo, afirmado que a justiça brasileira, Lava Jato à frente, é seletiva, ou seja, que só se importa em punir com certas classes e certos grupamentos. Mesmo tendo em conta que não se pode atribuir uma alta confiabilidade ao índice da Transparência Internacional, temos uma firme indicação que o alarde feito nos últimos anos não resultou em diminuição da percepção de corrupção. Comparando com os anos 2012 (43), 2013 (42), 2014 (43), 2015 (38) e 2016 (40), a percepção de corrupção do país de 2017 é maior.
E por fim, o golpe era para acabar com a corrupção, não era?
Nota:
1 Veja a escala de cores do mapa. O vermelho mais escuro reflete maior percepção de corrupção. O amarelo mais claro reflete menor percepção de corrupção.
2 Para ler mais: https://www.transparency.org/news/feature/corruption_perceptions_index_2017
Como a “luta incansável” contra corrupção saiu das ruas, mas não das manchetes, e como os protagonistas da Lava Jato ainda ocupam lugar de destaque na imprensa tradicional, seria plausível esperar que os índices do Brasil tivessem melhorado muito, não é mesmo?
A organização Transparência Internacional divulgou ontem (21/2) sua classificação de percepção de corrupção em 180 países para o ano de 2017. O Índice de Percepção de Corrupção é uma nota que vai de 0 (maior percepção de corrupção) a 100 (menor percepção de corrupção). São fontes de dados para construção do índice instituições como o Banco Mundial, o Instituto Gallup, o Fórum Econômico Social, as unidades de economia da revista The Economist e do jornal Wall Street Journal, dentre outras. Essas fontes conferem ao índice indiscutível viés da finança internacional.
Vejamos quem está no topo e na lanterna da classificação de 2017.
No topo da lista figura a Nova Zelândia menor percepção de corrupção em 2017, com índice 89. A Nova Zelândia é seguida muito de perto por Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia.
Lá no final da lista aparece a Somália, na posição 180 e com índice de 9, na companhia próxima de Sudão Sul, Síria, Afeganistão e Iêmen.
O Brasil aparece na posição 96, com índice 37. Pouco à frente do Brasil estão a Guiana, Sri Lanka e Timor Leste. Pouco atrás estão Colômbia, Indonésia e Panamá. Em 2016, o país ocupava a posição 79. Isso quer dizer que a percepção de que a corrupção aumentou no país o fez cair 17 posições na classificação. Caíram 17 posições, como o Brasil, El Salvador, Macedônia e as Ilhas Maldivas. Os únicos países que caíram mais do que o Brasil, entre 2016 e 2017, foram a Libéria e Bahrain.
Temos, há muito tempo, afirmado que a justiça brasileira, Lava Jato à frente, é seletiva, ou seja, que só se importa em punir com certas classes e certos grupamentos. Mesmo tendo em conta que não se pode atribuir uma alta confiabilidade ao índice da Transparência Internacional, temos uma firme indicação que o alarde feito nos últimos anos não resultou em diminuição da percepção de corrupção. Comparando com os anos 2012 (43), 2013 (42), 2014 (43), 2015 (38) e 2016 (40), a percepção de corrupção do país de 2017 é maior.
E por fim, o golpe era para acabar com a corrupção, não era?
Nota:
1 Veja a escala de cores do mapa. O vermelho mais escuro reflete maior percepção de corrupção. O amarelo mais claro reflete menor percepção de corrupção.
2 Para ler mais: https://www.transparency.org/news/feature/corruption_perceptions_index_2017
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