Por Bepe Damasco, em seu blog:
Na véspera da votação do habeas corpus de Lula no STF, as ameaças explícitas do comandante do Exército, general Villas Bôas, ao fiapo que ainda resta de democracia no país foi uma jogada política sincronizada com a Globo. Tanto que a vociferação da caserna, segundo a qual os militares não aceitam a impunidade e outras bobagens do gênero, logo seria reverberada à exaustão pelo Jornal Nacional.
A chantagem tinha como alvo os ministros do Supremo, especialmente a frágil Rosa Weber, cujo voto era tido como uma incógnita. Bingo. No dia seguinte, Rosa Weber não suportou a pressão. Tudo leva a crer, porém, que esse episódio seja apenas a ponta do iceberg de uma articulação mais abrangente reunindo fardados e globais. Os democratas que se cuidem.
Abro parênteses: para os que, mesmo na esquerda, insistem em dourar a pílula quando o assunto é o general Villas Bôas, destacando seu profissionalismo e preocupação com a falta de projetos para o país, recomendo caçar nas redes sociais uma entrevista dada por ele ao jornalista Roberto D’Ávila, da GloboNews.
Na visão de Villas Bôas, os grandes problemas do Brasil hoje são causados pelos lutadores sociais e políticos que combatem o racismo, a misoginia e a homofobia. A “ideologização” dessas questões estaria por trás dos dramas do país, de acordo com a análise preconceituosa e obtusa do militar. Fecho parênteses.
A reação hidrófoba das Organizações Globo à decisão da segunda turma do STF é uma pérola em termos de cinismo golpista. Para os Marinho e seus escribas, decisão do Supremo só é legítima quando joga água no moinho de seus interesses políticos. Só vale quando é contra Lula e o PT.
E os ministros da segunda turma não fizeram nada demais, apenas reconheceram uma obviedade: Moro não é o juiz natural do processo contra Lula relacionado ao sítio de Atibaia, que se situa em São Paulo, e não no Paraná, além de não ter nenhuma relação com as investigações sobre a Petrobras.
Ora, ante essa decisão qualquer aluno de primeiro semestre de direito é capaz de concluir que também os processos envolvendo a empresa de palestras do ex-presidente e o Instituto Lula não têm a ver com a Petrobras e com a justiça federal de Curitiba.
A exasperação global chegou às raias do desespero quando uma penca de renomados juristas viu nessa decisão uma brecha legal para que a condenação de Lula no fraudulento processo do triplex seja anulada. A Globo apostou em um caminho sem volta e trata a prisão de Lula como essencial para a manutenção do monopólio liderado por ela. E não hesitará, portanto, em dobrar sua aposta no sepultamento da democracia.
Por isso, vive a insuflar os militares ao menor sinal de que os ventos podem mudar de direção. Tudo indica inclusive que costuras tenebrosas estejam acontecendo ao vivo e a cores, e com freqüência, reunindo nas sombras representantes graduados das duas pontas desse conluio antipatriótico.
Em relação às forças armadas, vale repetir que, com as raras e honrosas exceções que só confirmam a regra, o nacionalismo dos militares ficou no do passado. Noves fora o perseguido comandante Othon e uma ou outra voz dissonante, os militares da ativa ou de pijama abraçaram a doutrina ultraneoliberal colocada em prática pelo governo golpista.
Ou alguém lembra de protestos dos quartéis diante da aprovação da reforma trabalhista, que roubou direitos históricos do povo? Ou com a consumação do congelamento dos gastos sociais por 20 anos e da entrega das riquezas estratégicas da nação de aos estrangeiros?
Também não engana ninguém o discurso udenista dos militares, em linha com os barões da mídia, sobre a ameaça representada pela corrupção à democracia. Para o general Villas Bôas e seus pares, só existe risco às instituições democráticas quando os acusados são os adversários da elite escravocrata, ou seja, a esquerda.
Por que será que o comandante da força terrestre não se manifestou quando o Supremo livrou a cara de Aécio, ou na ocasião em que Congresso Nacional por duas vezes impediu a instalação de processos contra Temer. Sem falar do silêncio da caserna acerca do golpe de estado de 2016, que apeou do governo uma presidente honesta, para entregar o governo da República a uma quadrilha de corruptos.
Na véspera da votação do habeas corpus de Lula no STF, as ameaças explícitas do comandante do Exército, general Villas Bôas, ao fiapo que ainda resta de democracia no país foi uma jogada política sincronizada com a Globo. Tanto que a vociferação da caserna, segundo a qual os militares não aceitam a impunidade e outras bobagens do gênero, logo seria reverberada à exaustão pelo Jornal Nacional.
A chantagem tinha como alvo os ministros do Supremo, especialmente a frágil Rosa Weber, cujo voto era tido como uma incógnita. Bingo. No dia seguinte, Rosa Weber não suportou a pressão. Tudo leva a crer, porém, que esse episódio seja apenas a ponta do iceberg de uma articulação mais abrangente reunindo fardados e globais. Os democratas que se cuidem.
Abro parênteses: para os que, mesmo na esquerda, insistem em dourar a pílula quando o assunto é o general Villas Bôas, destacando seu profissionalismo e preocupação com a falta de projetos para o país, recomendo caçar nas redes sociais uma entrevista dada por ele ao jornalista Roberto D’Ávila, da GloboNews.
Na visão de Villas Bôas, os grandes problemas do Brasil hoje são causados pelos lutadores sociais e políticos que combatem o racismo, a misoginia e a homofobia. A “ideologização” dessas questões estaria por trás dos dramas do país, de acordo com a análise preconceituosa e obtusa do militar. Fecho parênteses.
A reação hidrófoba das Organizações Globo à decisão da segunda turma do STF é uma pérola em termos de cinismo golpista. Para os Marinho e seus escribas, decisão do Supremo só é legítima quando joga água no moinho de seus interesses políticos. Só vale quando é contra Lula e o PT.
E os ministros da segunda turma não fizeram nada demais, apenas reconheceram uma obviedade: Moro não é o juiz natural do processo contra Lula relacionado ao sítio de Atibaia, que se situa em São Paulo, e não no Paraná, além de não ter nenhuma relação com as investigações sobre a Petrobras.
Ora, ante essa decisão qualquer aluno de primeiro semestre de direito é capaz de concluir que também os processos envolvendo a empresa de palestras do ex-presidente e o Instituto Lula não têm a ver com a Petrobras e com a justiça federal de Curitiba.
A exasperação global chegou às raias do desespero quando uma penca de renomados juristas viu nessa decisão uma brecha legal para que a condenação de Lula no fraudulento processo do triplex seja anulada. A Globo apostou em um caminho sem volta e trata a prisão de Lula como essencial para a manutenção do monopólio liderado por ela. E não hesitará, portanto, em dobrar sua aposta no sepultamento da democracia.
Por isso, vive a insuflar os militares ao menor sinal de que os ventos podem mudar de direção. Tudo indica inclusive que costuras tenebrosas estejam acontecendo ao vivo e a cores, e com freqüência, reunindo nas sombras representantes graduados das duas pontas desse conluio antipatriótico.
Em relação às forças armadas, vale repetir que, com as raras e honrosas exceções que só confirmam a regra, o nacionalismo dos militares ficou no do passado. Noves fora o perseguido comandante Othon e uma ou outra voz dissonante, os militares da ativa ou de pijama abraçaram a doutrina ultraneoliberal colocada em prática pelo governo golpista.
Ou alguém lembra de protestos dos quartéis diante da aprovação da reforma trabalhista, que roubou direitos históricos do povo? Ou com a consumação do congelamento dos gastos sociais por 20 anos e da entrega das riquezas estratégicas da nação de aos estrangeiros?
Também não engana ninguém o discurso udenista dos militares, em linha com os barões da mídia, sobre a ameaça representada pela corrupção à democracia. Para o general Villas Bôas e seus pares, só existe risco às instituições democráticas quando os acusados são os adversários da elite escravocrata, ou seja, a esquerda.
Por que será que o comandante da força terrestre não se manifestou quando o Supremo livrou a cara de Aécio, ou na ocasião em que Congresso Nacional por duas vezes impediu a instalação de processos contra Temer. Sem falar do silêncio da caserna acerca do golpe de estado de 2016, que apeou do governo uma presidente honesta, para entregar o governo da República a uma quadrilha de corruptos.
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