Por João Guilherme Vargas Netto
Em 1950 o matemático Norbert Wiener lançou nos Estados Unidos seu livro: “Cibernética e sociedade: o uso humano de seres humanos” em que pessimistamente dizia que “a máquina automática representa o equivalente econômico perfeito do trabalho escravo. Qualquer trabalho que concorra com o trabalho escravo deve aceitar as condições econômicas do trabalho escravo.”
Preocupado pelas consequências catastróficas de suas predições procurou a direção da central sindical CIO (na época ainda concorrente e à esquerda da AFL) para expor suas teses e como consequência registrou na reedição de seu livro em 1954 que “os sindicatos e o movimento operário estão nas mãos de um pequeno número de dirigentes perfeitamente aptos para resolver os problemas específicos da organização profissional e para participar de discussões sobre os salários e condições de trabalho, mas completamente despreparados para abordar as questões mais amplas, políticas, técnicas, sociológicas e econômicas que dizem respeito à própria existência do trabalho.”
O pessimismo de 65 anos atrás de Norbert Wiener prefigurava a situação de hoje face à “revolução” 4.0 e ele poderia, se vivo estivesse, participar com destaque no seminário que a Industriall realizou semana passada na Alemanha.
Os dirigentes sindicais (e não só os brasileiros) ainda não estão aptos a entenderem o futuro tecnológico e as enormes mudanças que ocorrerão por conta dele no trabalho humano e na representação dos trabalhadores.
Os dirigentes continuam a ser, como na época de Wiener, os mais capazes para enfrentar os problemas salariais e das condições de trabalho, mas atualmente o próprio enfrentamento destes problemas é subvertido pela imensa desorganização do mundo do trabalho e pelo desemprego, muito mais que pelo avanço da tecnologia. A uberização é consequência e não causa da desorganização.
O grande desafio para o movimento sindical do século XXI é exatamente a maré montante do individualismo e da atomização anárquica dos trabalhadores que os faz concorrerem entre si como equivalentes perfeitos do trabalho escravo e cujo protesto se manifesta, aqui e ali, como explosões de revolta sem melhor organização posterior.
Frente a isto as mudanças tecnológicas, cujos efeitos variaram nestes 65 anos e são cada vez mais amigáveis aos usuários e operadores, representam menor desafio que a Esfinge da organização e da representação.
Em 1950 o matemático Norbert Wiener lançou nos Estados Unidos seu livro: “Cibernética e sociedade: o uso humano de seres humanos” em que pessimistamente dizia que “a máquina automática representa o equivalente econômico perfeito do trabalho escravo. Qualquer trabalho que concorra com o trabalho escravo deve aceitar as condições econômicas do trabalho escravo.”
Preocupado pelas consequências catastróficas de suas predições procurou a direção da central sindical CIO (na época ainda concorrente e à esquerda da AFL) para expor suas teses e como consequência registrou na reedição de seu livro em 1954 que “os sindicatos e o movimento operário estão nas mãos de um pequeno número de dirigentes perfeitamente aptos para resolver os problemas específicos da organização profissional e para participar de discussões sobre os salários e condições de trabalho, mas completamente despreparados para abordar as questões mais amplas, políticas, técnicas, sociológicas e econômicas que dizem respeito à própria existência do trabalho.”
O pessimismo de 65 anos atrás de Norbert Wiener prefigurava a situação de hoje face à “revolução” 4.0 e ele poderia, se vivo estivesse, participar com destaque no seminário que a Industriall realizou semana passada na Alemanha.
Os dirigentes sindicais (e não só os brasileiros) ainda não estão aptos a entenderem o futuro tecnológico e as enormes mudanças que ocorrerão por conta dele no trabalho humano e na representação dos trabalhadores.
Os dirigentes continuam a ser, como na época de Wiener, os mais capazes para enfrentar os problemas salariais e das condições de trabalho, mas atualmente o próprio enfrentamento destes problemas é subvertido pela imensa desorganização do mundo do trabalho e pelo desemprego, muito mais que pelo avanço da tecnologia. A uberização é consequência e não causa da desorganização.
O grande desafio para o movimento sindical do século XXI é exatamente a maré montante do individualismo e da atomização anárquica dos trabalhadores que os faz concorrerem entre si como equivalentes perfeitos do trabalho escravo e cujo protesto se manifesta, aqui e ali, como explosões de revolta sem melhor organização posterior.
Frente a isto as mudanças tecnológicas, cujos efeitos variaram nestes 65 anos e são cada vez mais amigáveis aos usuários e operadores, representam menor desafio que a Esfinge da organização e da representação.
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