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O tenente-coronel Mauro Cid, o ex-faz-tudo do ex-presidente fujão, segue dedurando os principais mentores golpistas em sua delação premiada. Segundo postagem de Aguirre Talento no site UOL na sexta-feira (11), o milico agora confirmou em depoimento à Polícia Federal que o vereador Carluxo Bolsonaro (Republicanos-RJ), o filhote 02 do “capetão”, comandava o famigerado “gabinete do ódio”, o grupo de assessores do Palácio do Planalto que espalhava fake news e destilava o ódio contra adversários políticos e instituições democráticas.
“Cid também vinculou o próprio Jair Bolsonaro diretamente à disseminação de notícias falsas com ataques às urnas eletrônicas, confirmando suspeitas detectadas pela PF após encontrar mensagens do então presidente enviadas ao celular do empresário Meyer Nigri... Essas informações foram confirmadas ao UOL por três fontes que acompanharam as tratativas do acordo. O caso está sob análise da equipe do subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos”, registra o jornalista.
Conforme ele lembra, “o gabinete do ódio era composto pelos assessores Tércio Arnaud Tomaz, José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz. A indicação deles para trabalhar no governo Bolsonaro era atribuída, nos bastidores, a Carlos. Tércio e José Matheus anteriormente foram assessores do seu gabinete na Câmara do Rio. Em seu depoimento, Cid deixou claro que o vereador era responsável pelas estratégias do então presidente nas redes sociais. Além disso, Carlos dava ordens e comandava o gabinete do ódio, de acordo com Mauro Cid”.
Grupo incentivou o clima golpista no país
O chamado “gabinete do ódio” já vinha sendo investigado no âmbito do inquérito que apura a ação das milícias digitais. “O depoimento de Mauro Cid traz pela primeira vez o papel de ascendência de Carlos Bolsonaro sobre o grupo. As investigações da PF têm detectado indícios que essas milícias geraram ataques às instituições que resultaram na disseminação do sentimento de desconfiança sobre o período eleitoral”. Essa atuação criminosa incentivou a montagem dos acampamentos golpistas nos quarteis do Exército – verdadeiras “incubadoras de terroristas” – e teve seu ápice nos atos de vandalismo contra as sedes dos Três Poderes no 8 de janeiro.
A delação do tenente-coronel desmente a versão apresentada por Carluxo. “Em depoimento prestado à PF no inquérito dos atos antidemocráticos, Carlos Bolsonaro negou ser responsável pela disseminação de ataques às autoridades e disse também que não tinha vínculo com a política de comunicação do governo federal”. Caberá agora à Polícia Federal mostrar quem está mentido – o ex-faz-tudo do “capetão” ou seu filhote desequilibrado.
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