Charge: Sérgio Paulo |
O governador bolsonarista de Roraima, Antonio Denarium (PP), está metido em outro rolo. O site Metrópoles revela que ele “empenhou R$ 17 milhões para custear uma festa que terá show do cantor Wesley Safadão e homenageará o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). A empresa contratada para organizar a festa é presidida por uma estudante de 23 anos”.
Segundo a denúncia, a gastança é para bancar a 42ª Exposição-Feira Agropecuária de Roraima, conhecida como Expoferr Show, que acontece na cidade de Boa Vista entre os dias 14 e 18 deste mês. “Só o show de Wesley Safadão custará R$ 950 mil ao governo de Roraima. Também foram contratados os cantores Tarcísio do Arcodeon e Dorgival Dantas, por R$ 380 mil cada, e Michele Andrade, por R$ 195 mil”.
Ainda de acordo com a reportagem, “a empresa contratada pelo governo de Denarium é o Instituto Brasileiro de Cidadania e Ação Social (Ibras). Segundo o cadastro na Receita Federal, o Ibras tem como presidente Bruna Antony de Oliveira, de 23 anos... Ela foi nomeada para um cargo comissionado na Assembleia Legislativa em janeiro, mas acabou exonerada em março. No último dia 9, o Tribunal de Contas de Roraima requisitou cópia de todos os procedimentos licitatórios e documentos que justifiquem os valores pagos ao Ibras”.
Ouro ilegal de Terra Yanomami
O fanático bolsonarista Antonio Denarium vive aprontando. Em agosto passado, ele foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RR) por distribuir ilegalmente cestas básicas durante a campanha eleitoral de 2022. Mas o velhaco entrou com recurso e “os embargos serão analisados pelo TSE no dia 21, uma semana após a visita de Arthur Lira”. Em fevereiro, dois parentes do político foram alvos de uma operação da Polícia Federal.
Conforme matéria na época da revista Fórum, a irmã Vanda Garcia de Almeida e o sobrinho Fabrício de Souza “são suspeitos de envolvimento em lavagem de dinheiro proveniente de ouro ilegal extraído da Terra Indígena Yanomami. O território enfrenta grave crise humanitária em consequência da ação nefasta de garimpeiros que exploram ilegalmente no local. Além da irmã e do sobrinho, outros familiares de Denarium estão entre os alvos da operação. A ação, chamada de Operação BAL (composto usado no tratamento de envenenamento por ouro, British Anti-Lewisite), mira um esquema suspeito de movimentar R$ 64 milhões em dois anos”.
Na ocasião, Antonio Denarium jurou que nada tinha a ver com o escândalo envolvendo sua irmã e seu sobrinho e garantiu que estava inteiramente à disposição da Justiça e que “espera que eventuais responsabilidades sejam apuradas na forma da lei”. Ninguém acreditou muito na bravata, mas ele seguiu impunemente no cargo. Agora, um novo rolo vem à tona.
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