Por Altamiro Borges
Em artigo no Estadão no domingo (1), FHC voltou a tagarelar sobre corrupção. O ex-presidente devia ser mais cauteloso com os seus textos – certo que depois ele pode pedir para esquecê-los. Nem bem o artigo foi publicado e surgiram novos indícios sobre as ligações do governador tucano Marconi Perillo com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira.
No texto intitulado “Crime sem castigo”, o sociólogo defende a tese de que a corrupção aproximou-se do seu “limiar” nos últimos anos – logicamente depois do seu reinado “ético”. Para FHC, “dia chegará – se não houver reação – em que a corrupção passará a ser condição de governabilidade, como ocorre nos chamados narcoestados”.
A "cultura de tolerância"
FHC até cita, em tom de tristeza, o “clamoroso caso que afeta o Senado”, sem mencionar o nome de Demóstenes Torres, o ex-líder do DEM – talvez porque este partido tenha sido o principal aliado de seu governo, inclusive ocupando a vice-presidência da República. Ao final, o ex-presidente critica a “cultura de tolerância” com os corruptos.
Ele poderia aproveitar o artigo para fazer uma autocrítica sincera do seu governo, quando surgiram inúmeros indícios de corrupção – como na compra de deputados na votação da emenda da reeleição ou no processo da privataria das estatais. Na ocasião, a “cultura da tolerância” contou com a inestimável ajuda da mídia demotucana.
A chefe de gabinete do tucano
Mais ainda: ele poderia aproveitar o artigo para questionar a prática de alguns de seus pares tucanos. Desde o início do escândalo Demóstenes/Cachoeira surgiram indícios do envolvimento no esquema do governador Marconi Perillo (PSDB-GO). Mas FHC, no seu “farisaísmo” – tão criticado no artigo –, preferiu se fingir de morto.
Passados três dias, a própria mídia foi forçada a falar sobre o esquema de corrupção envolvendo o governador tucano. Eliane Gonçalves Pinheiro, chefe de gabinete de Marconi Perillo, foi flagrada em escutas gravadas pela Polícia Federal negociando com o mafioso Carlinhos Cachoeira. Ela inclusive já pediu demissão do cargo, mas o fedor permanece.
Quem é "o maior"?
“Segundo relatório da Operação Monte Carlo, Cachoeira trocou telefonemas e mensagens com Eliane que, como o senador Demóstenes Torres (sem partido), também foi presenteada com um telefone criptografado comprado no exterior para poder falar com o contraventor”, relatam Chico Góis e Jaílton de Carvalho no jornal O Globo de hoje (4).
Num dos trechos das escutas com autorização judicial, o mafioso pergunta à chefe de gabinete de Marconi Perillo se ela falou “pro maior” (sic). Eliane responde que sim e acrescenta: “Estou com ele aqui. Tá aqui. Imagina como que tava”. Quem seria “o maior”? O governador nega que seja ele, mas pouca gente acredita – talvez só FHC, o “puro”.
Em artigo no Estadão no domingo (1), FHC voltou a tagarelar sobre corrupção. O ex-presidente devia ser mais cauteloso com os seus textos – certo que depois ele pode pedir para esquecê-los. Nem bem o artigo foi publicado e surgiram novos indícios sobre as ligações do governador tucano Marconi Perillo com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira.
No texto intitulado “Crime sem castigo”, o sociólogo defende a tese de que a corrupção aproximou-se do seu “limiar” nos últimos anos – logicamente depois do seu reinado “ético”. Para FHC, “dia chegará – se não houver reação – em que a corrupção passará a ser condição de governabilidade, como ocorre nos chamados narcoestados”.
A "cultura de tolerância"
FHC até cita, em tom de tristeza, o “clamoroso caso que afeta o Senado”, sem mencionar o nome de Demóstenes Torres, o ex-líder do DEM – talvez porque este partido tenha sido o principal aliado de seu governo, inclusive ocupando a vice-presidência da República. Ao final, o ex-presidente critica a “cultura de tolerância” com os corruptos.
Ele poderia aproveitar o artigo para fazer uma autocrítica sincera do seu governo, quando surgiram inúmeros indícios de corrupção – como na compra de deputados na votação da emenda da reeleição ou no processo da privataria das estatais. Na ocasião, a “cultura da tolerância” contou com a inestimável ajuda da mídia demotucana.
A chefe de gabinete do tucano
Mais ainda: ele poderia aproveitar o artigo para questionar a prática de alguns de seus pares tucanos. Desde o início do escândalo Demóstenes/Cachoeira surgiram indícios do envolvimento no esquema do governador Marconi Perillo (PSDB-GO). Mas FHC, no seu “farisaísmo” – tão criticado no artigo –, preferiu se fingir de morto.
Passados três dias, a própria mídia foi forçada a falar sobre o esquema de corrupção envolvendo o governador tucano. Eliane Gonçalves Pinheiro, chefe de gabinete de Marconi Perillo, foi flagrada em escutas gravadas pela Polícia Federal negociando com o mafioso Carlinhos Cachoeira. Ela inclusive já pediu demissão do cargo, mas o fedor permanece.
Quem é "o maior"?
“Segundo relatório da Operação Monte Carlo, Cachoeira trocou telefonemas e mensagens com Eliane que, como o senador Demóstenes Torres (sem partido), também foi presenteada com um telefone criptografado comprado no exterior para poder falar com o contraventor”, relatam Chico Góis e Jaílton de Carvalho no jornal O Globo de hoje (4).
Num dos trechos das escutas com autorização judicial, o mafioso pergunta à chefe de gabinete de Marconi Perillo se ela falou “pro maior” (sic). Eliane responde que sim e acrescenta: “Estou com ele aqui. Tá aqui. Imagina como que tava”. Quem seria “o maior”? O governador nega que seja ele, mas pouca gente acredita – talvez só FHC, o “puro”.
2 comentários:
FHC cada vez mais simpático na charge do carioca de O Dia!
Quero ver ele se defender na CPI
da Privataria Tucana!
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