Por Nivaldo Santana, no blog de Renato Rabelo:
A partir de 2015 o mercado de trabalho no Brasil sofre uma reviravolta. O Ministério do Trabalho aponta que houve um saldo negativo de 1,5 milhão entre as admissões e desligamentos no mercado formal de trabalho. No primeiro trimestre deste ano, o total de desempregados já superava 11,1 milhões de trabalhadores.
Como desgraça pouca é bobagem, mesmo os trabalhadores que se mantém na ativa enfrentam uma queda real em sua renda. As campanhas salariais deste ano, ao contrário dos últimos dez anos, começam a refluir. Parcelamento de reajustes e pouco ou nenhum aumento real, diminuição de benefícios, etc.
Essa situação é reflexo da paralisia da economia brasileira, há três anos sem crescimento. As dificuldades econômicas são agravadas por pelo menos dois fatores: a desaceleração econômica em praticamente todos os países e a instabilidade política do Brasil.
Nesse quadro, o movimento sindical brasileiro tem grandes desafios a superar: o primeiro, e mais importante, é a luta pela estabilidade política no país, só possível com a derrota das forças golpistas; a segunda, é o esforço pela retomada do crescimento econômico, condição necessária para recuperar os empregos e a renda; e a terceira, é a luta pela manutenção dos direitos dos trabalhadores e do povo.
Para dar conta desses desafios, é essencial uma ampla unidade dos trabalhadores e das forças democráticas e progressistas do país. A base da unidade é reconhecer a falta de legalidade e legitimidade do presidente “interino”. Um governo originário de ação golpista não tem condições de construir alternativas de interesse dos trabalhadores.
Essa constatação deve servir de alerta até mesmo para setores do sindicalismo que não simpatizavam com a presidenta Dilma. Só a ingenuidade ou a má-fé para não se perceber que a agenda ultraliberal em curso no país tem como alvo central os trabalhadores e os aposentados.
As medidas iniciais do presidente biônico e outras propostas anunciadas ratificam esse entendimento. O governo pretende acelerar a votação da terceirização desregrada, pretende liquidar com a CLT a partir da prevalência do negociado sobre o legislado e prepara uma dura e regressiva reforma da Previdência.
É certo que o tsunami político que se abate sobre o Brasil provoca um realinhamento geral de forças. O movimento sindical não fica imune à essa realidade e também enfrenta turbulências nas suas relações internas, principalmente entre as centrais sindicais.
Ocorre que os interesses maiores dos trabalhadores se sustentam em um tripé fundamental: a defesa da democracia, do desenvolvimento e da valorização do trabalho. Com essa base é possível construir consensos mínimos para reverter a maré regressiva no país e descortinar novos horizontes para os trabalhadores.
* Nivaldo Santana é secretário sindical nacional do PCdoB e vice-presidente da CTB.
A partir de 2015 o mercado de trabalho no Brasil sofre uma reviravolta. O Ministério do Trabalho aponta que houve um saldo negativo de 1,5 milhão entre as admissões e desligamentos no mercado formal de trabalho. No primeiro trimestre deste ano, o total de desempregados já superava 11,1 milhões de trabalhadores.
Como desgraça pouca é bobagem, mesmo os trabalhadores que se mantém na ativa enfrentam uma queda real em sua renda. As campanhas salariais deste ano, ao contrário dos últimos dez anos, começam a refluir. Parcelamento de reajustes e pouco ou nenhum aumento real, diminuição de benefícios, etc.
Essa situação é reflexo da paralisia da economia brasileira, há três anos sem crescimento. As dificuldades econômicas são agravadas por pelo menos dois fatores: a desaceleração econômica em praticamente todos os países e a instabilidade política do Brasil.
Nesse quadro, o movimento sindical brasileiro tem grandes desafios a superar: o primeiro, e mais importante, é a luta pela estabilidade política no país, só possível com a derrota das forças golpistas; a segunda, é o esforço pela retomada do crescimento econômico, condição necessária para recuperar os empregos e a renda; e a terceira, é a luta pela manutenção dos direitos dos trabalhadores e do povo.
Para dar conta desses desafios, é essencial uma ampla unidade dos trabalhadores e das forças democráticas e progressistas do país. A base da unidade é reconhecer a falta de legalidade e legitimidade do presidente “interino”. Um governo originário de ação golpista não tem condições de construir alternativas de interesse dos trabalhadores.
Essa constatação deve servir de alerta até mesmo para setores do sindicalismo que não simpatizavam com a presidenta Dilma. Só a ingenuidade ou a má-fé para não se perceber que a agenda ultraliberal em curso no país tem como alvo central os trabalhadores e os aposentados.
As medidas iniciais do presidente biônico e outras propostas anunciadas ratificam esse entendimento. O governo pretende acelerar a votação da terceirização desregrada, pretende liquidar com a CLT a partir da prevalência do negociado sobre o legislado e prepara uma dura e regressiva reforma da Previdência.
É certo que o tsunami político que se abate sobre o Brasil provoca um realinhamento geral de forças. O movimento sindical não fica imune à essa realidade e também enfrenta turbulências nas suas relações internas, principalmente entre as centrais sindicais.
Ocorre que os interesses maiores dos trabalhadores se sustentam em um tripé fundamental: a defesa da democracia, do desenvolvimento e da valorização do trabalho. Com essa base é possível construir consensos mínimos para reverter a maré regressiva no país e descortinar novos horizontes para os trabalhadores.
* Nivaldo Santana é secretário sindical nacional do PCdoB e vice-presidente da CTB.
1 comentários:
O cenario internacional sem duvidas traria, como trouxe, dificuldades pro emprego, mais o pior e a sindrome de colonia das elite golpista brasileira torna tudo mais grave! #ForaTemer
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