Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
No rolo compressor acionado para blindar a turma do pudim na Lava Jato e tocar seus projetos no Congresso Nacional, o Planalto não poderia ter escolhido um nome melhor para presidir a Comissão Especial da Reforma da Previdência: Carlos Marun, aquele mesmo, o histriônico comandante da tropa de choque de Eduardo Cunha.
Com seu porte espaçoso, gestos largos e falando sempre aos gritos, o gaúcho Marun, 56 anos, deputado federal em primeiro mandato pelo PMDB do Mato Grosso do Sul, defendeu Cunha com unhas e dentes até o fim, sem dar bola para a platéia.
No final do ano passado, ele foi fazer uma visita ao ex-presidente da Câmara preso em Curitiba, pagando a viagem com dinheiro da Câmara. Pego em flagrante, devolveu a grana, e saiu assobiando.
Por aí se pode ter uma ideia das intenções do governo: aprovar o mais rápido possível, sem muita discussão, o projeto de reforma que já veio embrulhado para presente.
Como parceiro de Marun nesta empreitada, também escolheram a dedo o relator: Arthur Maia, líder do Solidariedade de Paulinho da Força, que na última campanha eleitoral recebeu R$ 1,2 milhão de bancos e empresas de previdência privada, os principais interessados no assunto. Na lista da Odebrecht, ele é o "Tuca".
Depois de fazer barba e cabelo nas eleições para as novas mesas diretoras da Câmara e do Senado, com a oposição praticamente dizimada, o governo agora pode aprovar o que quiser, até revogar a Lei Áurea, se for necessário.
Sem entrar no mérito do projeto enviado pelo Planalto, o fato é que um tema de tamanha importância para a vida dos brasileiros, no qual está em jogo o destino dos futuros aposentados, não poderia ficar nas mãos de dois parlamentares com este prontuário.
Qualquer pessoa com juízo sabe que uma reforma da Previdência é necessária para evitar a falência do sistema. FHC e Lula apenas fizeram tímidos remendos e, a cada ano, o rombo só aumenta.
Por isso mesmo, há urgência para se encontrar um novo modelo, e nisso estamos todos de acordo.
Sem que a comissão tenha sequer começado a trabalhar, a dupla Marun & Maia já prometeu entregar seu relatório final até a segunda quinzena de março. Só quem está se lixando para a opinião pública, que diz não se preocupar com índices de popularidade, pode dar esta garantia.
Dizem que é para dar uma "sinalização positiva para o mercado" e, assim, reativar a economia.
De que mercado estão falando? Só se for o mercado financeiro, porque os outros mercados e mercadinhos estão fechando as portas e demitindo seus empregados.
Projetos alternativos apresentados por entidades sindicais de patrões e empregados deveriam ser analisados por esta comissão numa ampla discussão pública, mas eles nem pensam nisso.
Pode-se imaginar o que vai acontecer com o fervente caldeirão social, que já começou a explodir no Espírito Santo e no Rio de Janeiro, quando os ainda empregados e os milhões de desempregados descobrirem do que se trata: trabalhar mais tempo para receber uma aposentadoria menor.
Quem não estiver satisfeito que compre um plano de previdência privada.
Estão brincando com fogo sem se dar conta da gravidade da insatisfação social que brota por toda parte.
Depois que as investigações e delações da Lava Jato chegaram às cúpulas do PMDB e do PSDB, os novos velhos donos do poder resolveram partir para o tudo ou nada, como constata o editorial "Sem limites" da Folha desta sexta-feira.
"Movimentos no governo e no Congresso indicam que núcleo do poder deixou aparências de lado e prioriza a própria sobrevivência", escreve o jornal.
Até a mídia amiga resolveu denunciar o jogo dos que "recorrem à desfaçatez como tábua de salvação".
No rolo compressor acionado para blindar a turma do pudim na Lava Jato e tocar seus projetos no Congresso Nacional, o Planalto não poderia ter escolhido um nome melhor para presidir a Comissão Especial da Reforma da Previdência: Carlos Marun, aquele mesmo, o histriônico comandante da tropa de choque de Eduardo Cunha.
Com seu porte espaçoso, gestos largos e falando sempre aos gritos, o gaúcho Marun, 56 anos, deputado federal em primeiro mandato pelo PMDB do Mato Grosso do Sul, defendeu Cunha com unhas e dentes até o fim, sem dar bola para a platéia.
No final do ano passado, ele foi fazer uma visita ao ex-presidente da Câmara preso em Curitiba, pagando a viagem com dinheiro da Câmara. Pego em flagrante, devolveu a grana, e saiu assobiando.
Por aí se pode ter uma ideia das intenções do governo: aprovar o mais rápido possível, sem muita discussão, o projeto de reforma que já veio embrulhado para presente.
Como parceiro de Marun nesta empreitada, também escolheram a dedo o relator: Arthur Maia, líder do Solidariedade de Paulinho da Força, que na última campanha eleitoral recebeu R$ 1,2 milhão de bancos e empresas de previdência privada, os principais interessados no assunto. Na lista da Odebrecht, ele é o "Tuca".
Depois de fazer barba e cabelo nas eleições para as novas mesas diretoras da Câmara e do Senado, com a oposição praticamente dizimada, o governo agora pode aprovar o que quiser, até revogar a Lei Áurea, se for necessário.
Sem entrar no mérito do projeto enviado pelo Planalto, o fato é que um tema de tamanha importância para a vida dos brasileiros, no qual está em jogo o destino dos futuros aposentados, não poderia ficar nas mãos de dois parlamentares com este prontuário.
Qualquer pessoa com juízo sabe que uma reforma da Previdência é necessária para evitar a falência do sistema. FHC e Lula apenas fizeram tímidos remendos e, a cada ano, o rombo só aumenta.
Por isso mesmo, há urgência para se encontrar um novo modelo, e nisso estamos todos de acordo.
Sem que a comissão tenha sequer começado a trabalhar, a dupla Marun & Maia já prometeu entregar seu relatório final até a segunda quinzena de março. Só quem está se lixando para a opinião pública, que diz não se preocupar com índices de popularidade, pode dar esta garantia.
Dizem que é para dar uma "sinalização positiva para o mercado" e, assim, reativar a economia.
De que mercado estão falando? Só se for o mercado financeiro, porque os outros mercados e mercadinhos estão fechando as portas e demitindo seus empregados.
Projetos alternativos apresentados por entidades sindicais de patrões e empregados deveriam ser analisados por esta comissão numa ampla discussão pública, mas eles nem pensam nisso.
Pode-se imaginar o que vai acontecer com o fervente caldeirão social, que já começou a explodir no Espírito Santo e no Rio de Janeiro, quando os ainda empregados e os milhões de desempregados descobrirem do que se trata: trabalhar mais tempo para receber uma aposentadoria menor.
Quem não estiver satisfeito que compre um plano de previdência privada.
Estão brincando com fogo sem se dar conta da gravidade da insatisfação social que brota por toda parte.
Depois que as investigações e delações da Lava Jato chegaram às cúpulas do PMDB e do PSDB, os novos velhos donos do poder resolveram partir para o tudo ou nada, como constata o editorial "Sem limites" da Folha desta sexta-feira.
"Movimentos no governo e no Congresso indicam que núcleo do poder deixou aparências de lado e prioriza a própria sobrevivência", escreve o jornal.
Até a mídia amiga resolveu denunciar o jogo dos que "recorrem à desfaçatez como tábua de salvação".
1 comentários:
Ei Kotscho ! Que reformas da Previdência são necessárias ? Igualar o tempo minimo para as mulheres em 65 anos? Desvincular o salario minimo dos benefícios previdenciários ? Elevar para 49 anos o tempo de contribuição ? A falência da Previdência Social eh uma falacia.A Previdência social não pode quebrar, ela não eh uma empresa de previdência privada.Ela se confunde com a própria Nação e uma Nação não se quebra.Podem desmantela-la, desorganiza-la, destruí-la como pretendem os governantes golpistas de plantão,mas dizer que sem reformas ela vai quebrar eh mentira para enganar o povo e vender as medidas destrutivas. Estes governantes estão a serviço de banqueiros para alavancar a Previdência Privada e submeter o povo a opção privada ou a inanição..
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