Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:
Guarnecido por foro privilegiado, Michel Temer conseguiu escapar imediatamente do julgamento no Supremo Tribunal Federal e, após comprar votos de forma vergonhosa à luz do dia ou na calada da noite, safou-se na Câmara dos Deputados, temporariamente, de dois processos que coleciona por organização criminosa, obstrução da Justiça e corrupção passiva, segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República.
Quem, diante disso, consegue afirmar que o crime não compensa?
Talvez o ditado tenha sido criado para servir de advertência aos criminosos pobretões de colarinho-sujo. Lula é um deles e paga o pato por ter circulado e, talvez, volte a circular nas franjas do poder. Ele não está incluído entre os ricaços e poderosos permanentes capazes de se livrar bem cedo, ou um pouquinho mais tarde, com o apoio dos melhores advogados, intérpretes das leis inalcançáveis para os carentes. Não há foro privilegiado nem cadeia especial para pobres.
Assim tem sido secularmente. Não se pode acreditar em ilusão mirando os arroubos momentâneos e autoritários da Lava Jato.
Temer, nas últimas semanas, transformou os palácios do Planalto e do Jaburu em balcões de negócios. Descaradamente, ele mesmo trocava benesses do poder por votos capazes de salvar a pele. Repetiu o mesmo para escapar da primeira denúncia. Fizeram agora cálculos variados, de 12 bilhões a 30 bilhões de reais, para o custo total desse negócio caviloso.
Eis um exemplo da troca. Uma das mais execráveis. Talvez a maior delas.
Dias antes da votação na Câmara, Temer fechou um negócio com os ruralistas. A eles, o indigitado presidente ofereceu a Portaria nº 1.129/17, que modifica as regras de fiscalização do trabalho escravo no Brasil, um país ainda marcado pela escravidão e envergonhado pela escravidão atualmente ampliada. Os brancos somam-se aos negros. Todos eles muito pobres.
Os ruralistas na Câmara são poderosíssimos. Compõem uma bancada acima de 200 parlamentares. Eles, somente às vezes, são alcançados pelas leis, apesar do esforço da fiscalização. Há proteção política.
Para a ONU, as formas contemporâneas de escravidão incluem, essencialmente, o trabalho forçado, a servidão doméstica, formas servis de casamento e escravidão sexual.
Quem, diante disso, consegue afirmar que o crime não compensa?
Talvez o ditado tenha sido criado para servir de advertência aos criminosos pobretões de colarinho-sujo. Lula é um deles e paga o pato por ter circulado e, talvez, volte a circular nas franjas do poder. Ele não está incluído entre os ricaços e poderosos permanentes capazes de se livrar bem cedo, ou um pouquinho mais tarde, com o apoio dos melhores advogados, intérpretes das leis inalcançáveis para os carentes. Não há foro privilegiado nem cadeia especial para pobres.
Assim tem sido secularmente. Não se pode acreditar em ilusão mirando os arroubos momentâneos e autoritários da Lava Jato.
Temer, nas últimas semanas, transformou os palácios do Planalto e do Jaburu em balcões de negócios. Descaradamente, ele mesmo trocava benesses do poder por votos capazes de salvar a pele. Repetiu o mesmo para escapar da primeira denúncia. Fizeram agora cálculos variados, de 12 bilhões a 30 bilhões de reais, para o custo total desse negócio caviloso.
Eis um exemplo da troca. Uma das mais execráveis. Talvez a maior delas.
Dias antes da votação na Câmara, Temer fechou um negócio com os ruralistas. A eles, o indigitado presidente ofereceu a Portaria nº 1.129/17, que modifica as regras de fiscalização do trabalho escravo no Brasil, um país ainda marcado pela escravidão e envergonhado pela escravidão atualmente ampliada. Os brancos somam-se aos negros. Todos eles muito pobres.
Os ruralistas na Câmara são poderosíssimos. Compõem uma bancada acima de 200 parlamentares. Eles, somente às vezes, são alcançados pelas leis, apesar do esforço da fiscalização. Há proteção política.
Para a ONU, as formas contemporâneas de escravidão incluem, essencialmente, o trabalho forçado, a servidão doméstica, formas servis de casamento e escravidão sexual.
Há coisa pior do que a portaria de Temer na alma do brasileiro?
Apenas dez anos após ser protocolado oficialmente o fim da escravidão, Joaquim Nabuco atacou o problema com autoridade.
“Entre o passado e o futuro desdobra-se, acreditai-me, um longo e penoso deserto moral (...) em que a nossa alma tem de educar-se a si própria (...) a maior de todas as reformas sociais – a reforma de nós mesmos – terá de ser efetuada (...).”
Nabuco referia-se ao fato de que “a massa da população brasileira, composta de descrentes ou senhores de escravo”, não rejeitou a herança recebida. Acomodou-se a ela.
Este é o sentimento de Temer. Para ele, pouco importa. Não educou a alma.
Apenas dez anos após ser protocolado oficialmente o fim da escravidão, Joaquim Nabuco atacou o problema com autoridade.
“Entre o passado e o futuro desdobra-se, acreditai-me, um longo e penoso deserto moral (...) em que a nossa alma tem de educar-se a si própria (...) a maior de todas as reformas sociais – a reforma de nós mesmos – terá de ser efetuada (...).”
Nabuco referia-se ao fato de que “a massa da população brasileira, composta de descrentes ou senhores de escravo”, não rejeitou a herança recebida. Acomodou-se a ela.
Este é o sentimento de Temer. Para ele, pouco importa. Não educou a alma.
1 comentários:
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