Por Leneide Duarte-Plon, no site Carta Maior:
Crescem em Paris as diferentes frentes de luta para denunciar o neofascismo que se instala no Brasil insidiosamente, depois da eleição de Bolsonaro.
Um coletivo internacional de juristas, advogados e de magistrados – com alguns dos mais respeitados nomes do direito na França como William Bourdon e Henri Leclerc – assinou um manifesto no Le Monde cujo título era a conclusão mais que óbvia depois das revelações de Glenn Greenwald: "O Supremo Tribunal Federal tem o dever de libertar Lula".
Esta semana, dois acontecimentos importantes marcam a campanha pela liberdade do ex-presidente Lula: na terça-feira, dia 25, no Théâtre Monfort, serão lidas em francês cartas escritas por pessoas das mais diversas origens ao preso político mais famoso do mundo.
Por iniciativa da historiadora Maud Chirio e com mise-en-scène de Thomas Quillardet, as cartas escritas a Lula contam um ano da história o Brasil. « Avril-Avril/Lettres à Lula » leva ao palco franceses e brasileiros lendo trechos das cartas escolhidas por um grupo de historiadores, que já trabalham com esses arquivos há um ano, juntamente com o Instituto Lula. Os vídeos são de autoria de Felipe Galvon e Celso Costa.
Chico Buarque, Cecília Boal, Juliana Carneiro da Cunha, Maria de Medeiros, Ariane Mnouchkine, Anna Mouglalis, Camila Pitanga, Audrey Pulvar, Renata Sorrah, Marcia Tiburi e Jean Wyllys, entre outros, vão subir ao palco para dar voz a pessoas que falam a Lula através de suas cartas.
Como o clima no Brasil é de perseguição e ameaças, muitos dos que trabalham com as cartas preferem se manter anônimos, como explica Maud Chirio :
- Foi o grupo Linhas de Luta, que criou um site com o mesmo nome que já disponibilizou cartas traduzidas para o francês, inglês e espanhol. São historiadores, uma francesa, um argentino e brasileiros. Alguns deles quiseram ficar anônimos pois, infelizmente, a universidade é um lugar onde afirmar uma identidade política ficou complicado.
A incansável professora de Direito Carol Proner participa na Europa de diversas frentes. Na semana passada, ela falou num colóquio internacional na Sciences Po, em Paris, intitulado « Le Droit contre l’État de Droit » (O Direito contra o Estado de Direito). Sua conferência se intitulava « O law-fare como ferramenta do neofascismo ». No mesmo colóquio o juiz brasileiro Rubens Casara falou sobre "O estado pós-democrático e personalidade autoritária: a ‘democracia antiliberal’ no Brasil".
Em sua conferência, Carol Proner explicou que o 'lawfare' designa uma guerra jurídica com fins políticos, "a via judiciária é utilizada como uma arma para eliminar um inimigo".
Os leitores do Le Monde começam a ter uma informação mais precisa sobre o que se passou no Brasil. Carol Proner e Julia Neuenschwander assinaram dia 18 de junho um artigo cujo título resumia a operação Lava-Jato : "A justiça brasileira foi instrumentalizada com fins políticos".
No contexto da avalanche de informações das reportagens de Glenn Greenwald, que apenas começaram a avançar como um tsunami, o mesmo Le Monde deu na semana passada, em duas páginas (com chamada de capa), uma entrevista com Chico Buarque, na qual ele falava "da cultura do ódio que se espalha pelo Brasil" e de sua decisão de se afastar por um tempo do país.
Em outras reportagens, o jornal resumiu as iniciativas dos diferentes grupos franco-brasileiros que trabalham na denúncia do neofascismo.
O RED-Br (Réseau Européen pour la Démocratie au Brésil), criado este ano e presidido por Silvia Capanema, é formado por professores universitários, intelectuais e artistas. Ele já obteve uma primeira grande vitória : conseguiu que a prefeitura de Paris aprovasse, por unanimidade, a criação de uma rua ou praça em homenagem a Marielle Franco. A praça será inaugurada em setembro.
Caravana Lula Livre na Europa
Organizada pelo 'Comité Lula Libre'», a Caravana Lula Livre parte de Paris dia 25 de junho e percorre três capitais européias emblemáticas para denunciar o processo político do ex-presidente.
Em Paris, sede da Unesco, o grupo começa o trabalho de informação em órgãos internacionais de direitos Humanos. Em Genebra, a Caravana será recebida no Alto Comissariado de Direitos Humanos, da ONU, na Organização Internacional do Trabalho e no Conselho Mundial de Igrejas. Em Estrasburgo, no Conselho da Europa, e em Bruxelas, no Parlamento Europeu.
O jornalista Breno Altman, membro do Comitê Internacional Lula Livre, fará parte da Caravana. Ele veio a Paris para falar na Bourse du Travail, onde fez duas palestras resumindo a situação de desmonte da democracia brasileira, desde o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Crescem em Paris as diferentes frentes de luta para denunciar o neofascismo que se instala no Brasil insidiosamente, depois da eleição de Bolsonaro.
Um coletivo internacional de juristas, advogados e de magistrados – com alguns dos mais respeitados nomes do direito na França como William Bourdon e Henri Leclerc – assinou um manifesto no Le Monde cujo título era a conclusão mais que óbvia depois das revelações de Glenn Greenwald: "O Supremo Tribunal Federal tem o dever de libertar Lula".
Esta semana, dois acontecimentos importantes marcam a campanha pela liberdade do ex-presidente Lula: na terça-feira, dia 25, no Théâtre Monfort, serão lidas em francês cartas escritas por pessoas das mais diversas origens ao preso político mais famoso do mundo.
Por iniciativa da historiadora Maud Chirio e com mise-en-scène de Thomas Quillardet, as cartas escritas a Lula contam um ano da história o Brasil. « Avril-Avril/Lettres à Lula » leva ao palco franceses e brasileiros lendo trechos das cartas escolhidas por um grupo de historiadores, que já trabalham com esses arquivos há um ano, juntamente com o Instituto Lula. Os vídeos são de autoria de Felipe Galvon e Celso Costa.
Chico Buarque, Cecília Boal, Juliana Carneiro da Cunha, Maria de Medeiros, Ariane Mnouchkine, Anna Mouglalis, Camila Pitanga, Audrey Pulvar, Renata Sorrah, Marcia Tiburi e Jean Wyllys, entre outros, vão subir ao palco para dar voz a pessoas que falam a Lula através de suas cartas.
Como o clima no Brasil é de perseguição e ameaças, muitos dos que trabalham com as cartas preferem se manter anônimos, como explica Maud Chirio :
- Foi o grupo Linhas de Luta, que criou um site com o mesmo nome que já disponibilizou cartas traduzidas para o francês, inglês e espanhol. São historiadores, uma francesa, um argentino e brasileiros. Alguns deles quiseram ficar anônimos pois, infelizmente, a universidade é um lugar onde afirmar uma identidade política ficou complicado.
A incansável professora de Direito Carol Proner participa na Europa de diversas frentes. Na semana passada, ela falou num colóquio internacional na Sciences Po, em Paris, intitulado « Le Droit contre l’État de Droit » (O Direito contra o Estado de Direito). Sua conferência se intitulava « O law-fare como ferramenta do neofascismo ». No mesmo colóquio o juiz brasileiro Rubens Casara falou sobre "O estado pós-democrático e personalidade autoritária: a ‘democracia antiliberal’ no Brasil".
Em sua conferência, Carol Proner explicou que o 'lawfare' designa uma guerra jurídica com fins políticos, "a via judiciária é utilizada como uma arma para eliminar um inimigo".
Os leitores do Le Monde começam a ter uma informação mais precisa sobre o que se passou no Brasil. Carol Proner e Julia Neuenschwander assinaram dia 18 de junho um artigo cujo título resumia a operação Lava-Jato : "A justiça brasileira foi instrumentalizada com fins políticos".
No contexto da avalanche de informações das reportagens de Glenn Greenwald, que apenas começaram a avançar como um tsunami, o mesmo Le Monde deu na semana passada, em duas páginas (com chamada de capa), uma entrevista com Chico Buarque, na qual ele falava "da cultura do ódio que se espalha pelo Brasil" e de sua decisão de se afastar por um tempo do país.
Em outras reportagens, o jornal resumiu as iniciativas dos diferentes grupos franco-brasileiros que trabalham na denúncia do neofascismo.
O RED-Br (Réseau Européen pour la Démocratie au Brésil), criado este ano e presidido por Silvia Capanema, é formado por professores universitários, intelectuais e artistas. Ele já obteve uma primeira grande vitória : conseguiu que a prefeitura de Paris aprovasse, por unanimidade, a criação de uma rua ou praça em homenagem a Marielle Franco. A praça será inaugurada em setembro.
Caravana Lula Livre na Europa
Organizada pelo 'Comité Lula Libre'», a Caravana Lula Livre parte de Paris dia 25 de junho e percorre três capitais européias emblemáticas para denunciar o processo político do ex-presidente.
Em Paris, sede da Unesco, o grupo começa o trabalho de informação em órgãos internacionais de direitos Humanos. Em Genebra, a Caravana será recebida no Alto Comissariado de Direitos Humanos, da ONU, na Organização Internacional do Trabalho e no Conselho Mundial de Igrejas. Em Estrasburgo, no Conselho da Europa, e em Bruxelas, no Parlamento Europeu.
O jornalista Breno Altman, membro do Comitê Internacional Lula Livre, fará parte da Caravana. Ele veio a Paris para falar na Bourse du Travail, onde fez duas palestras resumindo a situação de desmonte da democracia brasileira, desde o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
1 comentários:
Meus cumprimentos a essas pessoas especiais, que lutam por esta causa política,humanitária, da liberdade do grande Estadista, o melhor Presidente da história do Brasil!!!!
Lula Inocente Lula Livre!!!!!!
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