quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Marcia Tiburi rejeita fascista do MBL



Por Altamiro Borges

A professora de filosofia e escritora Marcia Tiburi, autora do indispensável livro "Como conversar com um fascista", não aceitou participar de uma entrevista inesperada na Rádio Guaíba com Kim Kataguari, o líder da sinistra seita Movimento Brasil Livre (MBL). Na carta abaixo, endereçada ao radialista Juremir Machado da Silva e publicada nesta quinta-feira (25) na revista Cult, ela explica os motivos da sua rejeição. Vale conferir:

O TRF-4 e o salto dialético da história

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Uma coisa é certa.

No meio da tão propalada “crise de representação política”, que a humanidade inteira vivencia tão dolorosamente, existe um político, num país da América do Sul, que ainda arrasta multidões.

Um político que, perseguido impiedosamente por todos os grandes meios de comunicação, que formam o mais concentrado oligopólio midiático do mundo, perseguido pelo sistema de justiça mais poderoso (e mais autoritário) do mundo democrático, ainda sim é o político com menor rejeição, dentre todos, e o político com maior aprovação popular.

Brigada militar prende 26 manifestantes

Foto: Mídia Ninja
Do jornal Brasil de Fato:

No início da noite dessa quarta-feira (24), após o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 26 jovens foram presos pela Brigada Militar do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.

Os jovens são militantes de movimentos populares, como o Levante Popular da Juventude, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a Mídia Ninja. Eles foram detidos no 3ª Departamento de Polícia de Porto Alegre. Os manifestantes foram acusados de formação de quadrilha e incêndio criminoso.

Judiciário declara guerra ao povo brasileiro

Editorial do site Jornalistas Livres:

Ele é mais do que as políticas públicas e projetos sociais de seus governos, hoje internacionalmente cantados em prosa e verso. O Da Silva, que Lula compartilha com milhões de brasileiros, é a assinatura de um, entre milhares de nordestinos que, fugindo da morte e vida severina, cruzaram o país em busca de uma vida digna. Luís Inácio Lula da Silva é mais um desses.

Lula é o cara que passou fome, numa família de 5 irmãos, e que sobreviveu pelo amor generoso de uma mãe forte e protetora. Como milhões de brasileiros, Lula não é só um representante da classe operária. Ele é um herói, o ideal da classe. O cara que, semialfabetizado, afrontou com sua inteligência a pernóstica cultura bacharelesca da nossa elite covarde, preconceituosa e corrupta.

O mercado financeiro vai ao paraíso

Por Laércio Portela, no site Marco Zero:

A cada voto contra Lula no julgamento do TRF 4, em Porto Alegre, as ações da Bolsa de Valores, em São Paulo, subiam e o dólar caia. O invisível (mas onipresente) mercado tem lado. Lá, no outro lado do mundo, no frio suíço de Davos, Michel Temer e Henrique Meireles comemoravam (recatadamente, como manda o figurino) o otimismo dos bilionários gringos com o futuro do Brasil sem o nome de Lula nas urnas das eleições presidenciais.

Jornais somem com o povo na capa

Do blog Viomundo:

A reportagem do Viomundo passou ontem pela avenida Paulista e, às 18h30, constatou que eram, quando muito, 100 pessoas se manifestando pela prisão do ex-presidente Lula. Um número que pode ter crescido depois.

Enquanto isso, milhares e milhares estavam nas ruas de Porto Alegre.

Um julgamento sem “data vênia”

Por Adalberto Monteiro, no site da Fundação Maurício Grabois:

Impressiona no julgamento de Lula no TRF-4, dia 24 de janeiro, a voz uníssona dos três juízes. Não se ouviu nenhuma vez “data vênia”. No essencial tiveram o mesmo juízo. Os votos proferidos, embora de estilos diferentes, tiveram a sincronia de soldados numa marcha militar.

Qualquer fiapo de expectativa de que houvesse um julgamento que merecesse este nome se desfez por completo. É impossível colher um só grão de arroz em ramos de ervas daninhas.

O Tribunal da Quarta Região no organograma é a instância superior do juízo de primeira instância de Curitiba. Mas, o que se conclui, após ouvir, ou ler, o voto de cada um dos magistrados da Oitava Turma daquele Tribunal, é que a primeira instância é na verdade, para eles, “suprema instância”.

O Brasil não tem imprensa de verdade

Por Mario Marona, no site Carta Maior:

O Brasil não tem uma imprensa independente.

O Brasil não tem uma imprensa isenta que não seja pobre, alternativa, e feita com o sacrifício pessoal de uns poucos jornalistas que abrem mão do conforto que poderiam dar às suas famílias para suprir a carência de informação confiável na mídia tradicional.

Como fazia a Última Hora, nos anos 50, como fez a “imprensa nanica” durante a ditadura.

Já é assim há muito tempo.

O povo quer Lula na eleição

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

Apenas uma pesquisa, dentre as divulgadas nas últimas semanas, ocupou-se do assunto político mais relevante na atualidade: como a opinião pública avalia o modo pelo qual Lula é tratado por uma parte do Judiciário, do Ministério Público e do aparelho repressivo do Estado.

Foi a pesquisa CUT/Vox Populi, realizada em meados de dezembro de 2017. Nenhuma das demais achou que era necessário saber o que a população pensa disso.

Está claro que há outros temas na pauta das pesquisas: a próxima eleição presidencial, o governo de Michel Temer, as percepções a respeito da economia, para citar os óbvios. Todos, no entanto, mostram-se estáveis há tempo. Desde o início do ano passado, a rigor, nada (ou quase nada) mudou nesses aspectos.

'Uma grande farsa', diz ex-ministro de FHC

Da Rede Brasil Atual:

“O Judiciário (do Brasil) assume o papel de assessor do golpe. Uma decisão extremamente politizada. Apesar de os juízes tentarem mostrar que respeitam a democracia, foi uma grande farsa, a segunda parte da farsa desde o impeachment”, definiu Paulo Sérgio Pinheiro, ex-ministro de Direitos Humanos de Fernando Henrique Cardoso, em entrevista para a Rádio Brasil Atual, pouco após o término do julgamento no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) que manteve a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Jogo não acabou, mas luta mudou de patamar

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A condenação do ex-presidente Lula por unanimidade, pela oitava turma do TRF-4, não significa o fim do jogo para sua candidatura mas certamente os caminhos jurídicos da defesa se estreitaram. Não poderão ser apresentados os embargos infringentes, apenas os declaratórios. Por outro lado, a luta política mudou de patamar com a grande mobilização despertada pelo julgamento, devendo intensificar-se a resistência à exclusão de Lula do pleito eleitoral.

Um crime premeditado para extirpar Lula

Por Jeferson Miola

Lula não foi julgado no TRF4; ele foi justiçado pela segunda instância da Lava Jato. Ao condenar Lula num processo fraudulento, sem provas e com ritos manipulados, o judiciário brasileiro aprofunda o regime de exceção e assume uma fisionomia fascista.

A comunidade jurídica internacional, acadêmicos, políticos, ativistas sociais e intelectuais do mundo inteiro denunciam a implacável perseguição jurídica e midiática do Lula. O judiciário brasileiro, assim mesmo, e apesar do alerta internacional, praticou um crime premeditado, cujo resultado era conhecido de antemão.

Lula e a batalha da comunicação

Por Rafael Dantas

A chancela unânime do TRF-4 a decisão do juiz Moro em relação ao condenação do presidente Lula, ampliando inclusive a pena, eleva o nível da luta de resistência democrática no país e para tal a esquerda precisa se reinventar travando as batalhas que se impõem.

Uma das principais batalhas é a da comunicação.

Num passado recente foi dito que a internet era a nossa mídia. Sim, nós tínhamos um amplo domínio sobre as redes sociais. Elas contrabalanceavam o poder de fogo do PIG. Porém o tempo fez com a direita percebesse esta debilidade e investisse pesado nas redes, e claro, ela possui financiamento e estrutura empresarial, pode se valer de técnicas e tecnologias que o dinheiro pode comprar para propagandear suas ideias e influir da discussão política.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Na "justiça" da Lava-Jato não há surpresas

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“Após ouvir relator e revisor, anulei qualquer dúvida sobre o caso”.

Quando o terceiro desembargador da 8ª Turma do TRF-4, Vitor Laus, começou a dar o seu voto, o placar já estava definido: 3 a 0 pela condenação de Lula em segunda instância.

A Bolsa subiu, o dólar caiu e, às quatro da tarde desta quarta-feira, os militantes que foram a Porto Alegre para apoiar o ex-presidente começaram a levantar acampamento.

Na avenida Paulista, os manifestantes contra Lula começaram a gritar, buzinar e soltar rojões.

Luta agora é fora da institucionalidade

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Com a desmoralização completa do poder Judiciário, inteiramente degradado depois de assumir de vez a condição de correia de transmissão dos interesses da elite mais retrógrada e antipovo do planeta, resta à esquerda a radicalização.

Não existe democracia com um Judiciário capaz de condenar sem provas e sem crime a maior liderança popular do país. Não é possível seguir respeitando as regras do jogo de uma democracia que já virou pó.

Há juízes no Brasil, o que falta é justiça

Por Joan Edesson de Oliveira, no site Vermelho:

“Ainda há juízes em Berlim!”

A frase é retirada do conto de François Andrieux, “O moleiro de Sans-Souci”, e narra um diálogo entre Frederico II, da Prússia, e um moleiro seu vizinho. Pressionado pelo imperador, que quer ampliar o seu castelo, e negando-se a vender-lhe a propriedade, o moleiro é ameaçado por Frederico, que afirma que pode tomar-lhe as terras, se a recusa em vendê-las persistisse. O moleiro não acredita que isso seja possível, retrucando:

- Tomar-me o moinho? Só se não houvesse juízes em Berlim.

MST rechaça "julgamento" e prega greve geral

Do site do MST:

Nos últimos anos, a sociedade brasileira tem tido seus direitos fundamentais atacados sistematicamente pelos poderes legislativos e por aquele que deveria zelar pela Constituição e os direitos: o Judiciário. A condenação sem crimes e sem provas se tornou o parâmetro para afastar a presidenta eleita Dilma Rousseff e, agora, para condenar o Presidente Lula. Em ambos os casos, o objetivo foi o de impedir que o verdadeiro poder estabelecido no artigo 1º da Constituição Federal seja exercido: Todo poder emana do Povo.

A elite cansou da democracia

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A história, se não é sempre a mesma, é bem semelhante.

O Brasil vive ciclos: sai das ditaduras, com o apoio da classe média, e experimenta a democracia mas quando esta começa a se aprofundar, um pouquinho que seja, no sentido de trazer as massas populares para a cena política, ela – a começar pelas elites que a balizam – “cansa da brincadeira”.

O povo é, para ela, um amor fugaz.

Quem delatou o Lula se deu muito bem

Vamos lutar por Lula e pela democracia

Por Dilma Rousseff, em seu site:

Mesmo quando nos golpeiam, como hoje, vamos lutar ainda mais.

A consciência da razão jurídica e a convicção da razão histórica são motivos fortes para que a luta continue. Vamos lutar em todas as instâncias do Judiciário pelo direito do ex-presidente Lula ser candidato. Mas vamos lutar por Lula e pela democracia em todos os recantos, nas ruas, na cidades e no campo do nosso Brasil.