quarta-feira, 22 de abril de 2020
Mortes em alta, isolamento em baixa
Por Fernando Brito, em seu blog:
Passaram hoje de 45 mil as mortes de norte-americanos por conta do novo coronavírus.
Rapidamente, o “grande irmão do Norte” aproxima-se das perdas de 58 mil cidadãos que se foram na insana Guerra do Vietnã, em seis anos de envolvimento total, desde Lyndon Johnson até Richard Nixon.
Em dois meses, não em cinco anos, como então.
Apenas nas últimas 24 horas, 2805 mortes, um recorde.
No entanto, no auge de uma guerra contra uma maré infecciosa, tudo o que se ouve é se pedir que as pessoas saiam de suas trincheiras domésticas, levantem-se e vão morrer no contágio.
Passaram hoje de 45 mil as mortes de norte-americanos por conta do novo coronavírus.
Rapidamente, o “grande irmão do Norte” aproxima-se das perdas de 58 mil cidadãos que se foram na insana Guerra do Vietnã, em seis anos de envolvimento total, desde Lyndon Johnson até Richard Nixon.
Em dois meses, não em cinco anos, como então.
Apenas nas últimas 24 horas, 2805 mortes, um recorde.
No entanto, no auge de uma guerra contra uma maré infecciosa, tudo o que se ouve é se pedir que as pessoas saiam de suas trincheiras domésticas, levantem-se e vão morrer no contágio.
Um caminho perigoso e sem volta
Por Eric Nepomuceno
Dizem que Luiz XIV, o monarca do absolutismo francês, disse o que ninguém conseguiu provar que disse: “O Estado sou eu”. Anos depois, morreu de gangrena.
Jair Messias diz que não disse o que disse e foi gravado e mostrado para quem quisesse ver.
Na manhã seguinte, se desdisse.
Até aí, nada de novo: em sua versão tão peculiar de integridade, já chegou a desmentir o que havia dito não no dia anterior, mas horas antes.
Agora, uma inovação: ao dizer que não tinha ido apoiar a manifestação de extrema-direita que pedia um golpe militar com ele no poder, Jair Messias lançou sua versão pessoal da tal frase.
Dizem que Luiz XIV, o monarca do absolutismo francês, disse o que ninguém conseguiu provar que disse: “O Estado sou eu”. Anos depois, morreu de gangrena.
Jair Messias diz que não disse o que disse e foi gravado e mostrado para quem quisesse ver.
Na manhã seguinte, se desdisse.
Até aí, nada de novo: em sua versão tão peculiar de integridade, já chegou a desmentir o que havia dito não no dia anterior, mas horas antes.
Agora, uma inovação: ao dizer que não tinha ido apoiar a manifestação de extrema-direita que pedia um golpe militar com ele no poder, Jair Messias lançou sua versão pessoal da tal frase.
Bolsonaro, militares e a escalada ditatorial
Por Jeferson Miola, em seu blog:
A ofensiva de Bolsonaro contra as instituições domingo, 19 de abril, foi o mais acintoso, mais grave e mais afrontoso ataque contra o pouco que resta do Estado de Direito no Brasil.
A pauta bolsonarista e as circunstâncias da participação do Bolsonaro não poderiam ser mais impactantes: [1] o protesto aconteceu no dia do Exército brasileiro; [2] o ato com a presença presidencial foi realizado no portão do Quartel-General do Exército do qual ele é o Comandante Supremo; e [3] a matilha bolsonarista reunida, em quem Bolsonaro disse “acreditar”, pedia “intervenção militar com Bolsonaro no poder”, o fechamento do Congresso e o fechamento do STF.
A ofensiva de Bolsonaro contra as instituições domingo, 19 de abril, foi o mais acintoso, mais grave e mais afrontoso ataque contra o pouco que resta do Estado de Direito no Brasil.
A pauta bolsonarista e as circunstâncias da participação do Bolsonaro não poderiam ser mais impactantes: [1] o protesto aconteceu no dia do Exército brasileiro; [2] o ato com a presença presidencial foi realizado no portão do Quartel-General do Exército do qual ele é o Comandante Supremo; e [3] a matilha bolsonarista reunida, em quem Bolsonaro disse “acreditar”, pedia “intervenção militar com Bolsonaro no poder”, o fechamento do Congresso e o fechamento do STF.
Abaixo o moralismo financeiro
Por Luiz Gonzaga Belluzzo, na revista CartaCapital:
O sistema financeiro é a instância dominante nas relações econômicas do capitalismo de todos os tempos e em todos os tempos.
Um sábio atilado chamou o dinheiro e suas instituições capitalistas de comunidade.
Na posteridade da Segunda Guerra, os sistemas financeiros foram severamente disciplinados.
Salvo pequenos incidentes, a economia deslizou nos trilhos do crédito dirigido, dos controles de capitais entre os países, do gasto público amparado em sistemas fiscais progressivos.
A coisa andou tão bem que, nos anos 1970, o sistema regulado de relações monetárias e financeiras sucumbiu ao seu próprio sucesso.
Um sábio atilado chamou o dinheiro e suas instituições capitalistas de comunidade.
Na posteridade da Segunda Guerra, os sistemas financeiros foram severamente disciplinados.
Salvo pequenos incidentes, a economia deslizou nos trilhos do crédito dirigido, dos controles de capitais entre os países, do gasto público amparado em sistemas fiscais progressivos.
A coisa andou tão bem que, nos anos 1970, o sistema regulado de relações monetárias e financeiras sucumbiu ao seu próprio sucesso.
Cai a blindagem dos Bolsonaro na Justiça
Por Luis Nassif, no Jornal GGN:
A opinião pública, na mídia, mas especialmente nas corporações públicas são extremamente suscetíveis aos movimentos de manada.
Cria-se o movimento em uma direção. A manada vai atrás, endossando.
Não sei a terminologia das boiadas autênticas.
No caso da boiada da opinião pública, há um conjunto de personagens padrão.
Na frente, vai o boi condutor, liderando o estouro.
Até que vai se aproximando de um precipício.
Surgem os radares, sinalizando o perigo, mas não sendo ouvidos de cara.
A opinião pública, na mídia, mas especialmente nas corporações públicas são extremamente suscetíveis aos movimentos de manada.
Cria-se o movimento em uma direção. A manada vai atrás, endossando.
Não sei a terminologia das boiadas autênticas.
No caso da boiada da opinião pública, há um conjunto de personagens padrão.
Na frente, vai o boi condutor, liderando o estouro.
Até que vai se aproximando de um precipício.
Surgem os radares, sinalizando o perigo, mas não sendo ouvidos de cara.
Bolsonaro é perigoso para a democracia
Por Paulo Moreira Leite, no site Brasil-247:
Está lá, no artigo 78 da Constituição, que sintetiza o dever inaugural de um presidente da República, um juramento obrigatório, no dia da posse: "Manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil".
Parte do ritual obrigatório da República, sem esse juramento um presidente eleito nem toma posse.
Por isso, desde ontem, a questão é saber como as forças comprometidas pela defesa da democracia irão reagir a um presidente que, em vez de "manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis", insistiu em fazer o contrário, na frente de todos.
Está lá, no artigo 78 da Constituição, que sintetiza o dever inaugural de um presidente da República, um juramento obrigatório, no dia da posse: "Manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil".
Parte do ritual obrigatório da República, sem esse juramento um presidente eleito nem toma posse.
Por isso, desde ontem, a questão é saber como as forças comprometidas pela defesa da democracia irão reagir a um presidente que, em vez de "manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis", insistiu em fazer o contrário, na frente de todos.
terça-feira, 21 de abril de 2020
O “mensageiro da morte” ataca o Maranhão
Por Altamiro Borges
Mensageiro da morte, Jair Bolsonaro ainda dificulta as ações de quem procura salvar vidas. Em mais uma ação macabra, a Receita Federal, ligada ao presidente-coveiro e ao abutre Paulo Guedes, "afirma que a operação do governo do Maranhão para trazer 107 respiradores da China foi ilegal", informa a Folha nesta segunda-feira (20).
O jornal relata que a Receita "tomará medidas legais cabíveis contra as pessoas envolvidas" na arrojada operação do governo do Maranhão. "Ela envolveu o envio dos respiradores à Etiópia, para escapar dos radares dos EUA e Europa, e o fretamento de avião de Guarulhos para São Luís" para escapar da sabotagem do miliciano Bolsonaro.
"O desembaraço na Receita foi feito no Maranhão, e não em São Paulo, para evitar risco de que os equipamentos fossem retidos. A estratégia foi montada depois que o governador Flávio Dino (PCdoB) reservou respiradores três vezes e foi atravessado pelo governo federal, pela Alemanha e pelos EUA".
Mensageiro da morte, Jair Bolsonaro ainda dificulta as ações de quem procura salvar vidas. Em mais uma ação macabra, a Receita Federal, ligada ao presidente-coveiro e ao abutre Paulo Guedes, "afirma que a operação do governo do Maranhão para trazer 107 respiradores da China foi ilegal", informa a Folha nesta segunda-feira (20).
O jornal relata que a Receita "tomará medidas legais cabíveis contra as pessoas envolvidas" na arrojada operação do governo do Maranhão. "Ela envolveu o envio dos respiradores à Etiópia, para escapar dos radares dos EUA e Europa, e o fretamento de avião de Guarulhos para São Luís" para escapar da sabotagem do miliciano Bolsonaro.
"O desembaraço na Receita foi feito no Maranhão, e não em São Paulo, para evitar risco de que os equipamentos fossem retidos. A estratégia foi montada depois que o governador Flávio Dino (PCdoB) reservou respiradores três vezes e foi atravessado pelo governo federal, pela Alemanha e pelos EUA".
O mito morreu de Covid-19
Por Luís Fernando Vitagliano, no site Brasil Debate:
Mais uma vítima fatal do Covid-19 foi confirmada: o mito de Bolsonaro. Não, o governo ainda não morreu; embora sua sustentação se torne cada vez mais crítica daqui em diante. Tampouco e muito menos o próprio presidente tenha morrido. Este, pelo contrário, aparenta desfrutar de boa saúde. O que morreu, de fato, foi a subjetividade construída em torno da figura do presidente. Subjetividade tão cara que o tornou popular nas urnas e nas redes e que o fez sustentar medidas bastante impopulares de governo.
Mais uma vítima fatal do Covid-19 foi confirmada: o mito de Bolsonaro. Não, o governo ainda não morreu; embora sua sustentação se torne cada vez mais crítica daqui em diante. Tampouco e muito menos o próprio presidente tenha morrido. Este, pelo contrário, aparenta desfrutar de boa saúde. O que morreu, de fato, foi a subjetividade construída em torno da figura do presidente. Subjetividade tão cara que o tornou popular nas urnas e nas redes e que o fez sustentar medidas bastante impopulares de governo.
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