Por Eric Nepomuceno
Dizem que Luiz XIV, o monarca do absolutismo francês, disse o que ninguém conseguiu provar que disse: “O Estado sou eu”. Anos depois, morreu de gangrena.
Jair Messias diz que não disse o que disse e foi gravado e mostrado para quem quisesse ver.
Na manhã seguinte, se desdisse.
Até aí, nada de novo: em sua versão tão peculiar de integridade, já chegou a desmentir o que havia dito não no dia anterior, mas horas antes.
Agora, uma inovação: ao dizer que não tinha ido apoiar a manifestação de extrema-direita que pedia um golpe militar com ele no poder, Jair Messias lançou sua versão pessoal da tal frase.
Só que em vez de “o Estado”, o tenente transformado em capitão quando saiu do Exército pela porte não dos fundos, mas pelo canil, se esmerou: “Eu sou a Constituição”.
No seu caso pessoal, o que uma gangrena devasta e corrói em velocidade alucinante é o que resta de lucidez.
E mais: seria apenas uma frase extravagante se não correspondesse exatamente ao que Jair Messias acredita com fé de peregrino: é ele, e não a Carta Magna, quem determina os rumos e estruturas do Estado e o que os brasileiros devem e podem fazer.
A sua ida ao encontro de defensores exaltadíssimos de um golpe militar imediato, e ainda mais diante do Quartel General do Exército na capital do país, teve um objetivo central claro: insuflar ainda mais o ânimo dessa camarilha radical que conjuga exatamente os anseios não só do presidente demente, mas de seu trio de filhos hidrófobos.
Aliás, do clã presidencial e também de boa parte dos que o rodeiam no Palácio do Planalto, a começar pelo empijamado general Augusto Heleno.
Afinal, ninguém que, como ele, tenha tido como mentor um general de tenebrosa memória, Silvio Frota (para quem não se lembra, essa figura achava o ditador Ernesto Geisel muito de esquerda e quis tentar um golpe), passa incólume pela vida.
Acontece que, além de cumprir com esse objetivo central claríssimo, Jair Messias conseguiu mergulhar ainda mais em complicações.
Para começo de conversa, irritou profundamente os mais altos mandos que estão na ativa das Forças Armadas. Além disso, aprofundou e alargou ainda mais o desfiladeiro que o separa tanto do Congresso como do Supremo.
Escandalizou a classe política, os partidos que vão da centro-direita à esquerda, movimentos sociais, os meios hegemônicos de comunicação, a parcela de brasileiros lúcidos, enfim, conseguiu mergulhar ainda mais num isolamento muito mais amplo que o isolamento social que ele tanto critica.
Fez o que fez no sábado, fez o que fez no domingo.
E na manhã da segunda fez, ou tentou (porque ninguém contém seus arroubos de ressentimento, rancor, inveja, insegurança e agressividade) fazer, o que os fardados e empijamados de seu governo determinaram que fizesse.
A questão, a estas alturas de um cenário cada vez mais voraz na política, cada vez mais devastador na economia e cada vez mais trágico na expansão da pandemia que Jair Messias ignora, não é exatamente saber o que fazer para tentar conter o tresloucado presidente.
Ele não cansa de dar generosas mostras cotidianas do desequilíbrio típico dos psicopatas.
Vai continuar sendo quem sempre foi ao longo de sua longa vida de político de porão.
É um cão raivoso correndo por aí sem que apareça ninguém capaz de submetê-lo a uma coleira ou focinheira.
A questão agora é saber até que ponto ele pretende chegar.
E os indícios claríssimos são, todos, extremamente preocupantes.
O que se deve fazer com Jair Messias é óbvio: extirpá-lo urgentemente, junto com o trio de filhos hidrófobos e as dúzias e tanto de aberrações nomeadas por ele.
Mas também é óbvio de toda obviedade que não existe, ao menos de momento, a menor condição de seja feito o que deve ser feito.
Jair Messias entrou mais e mais e definitivamente num caminho perigoso e sem volta.
O mais grave, porém, é que está arrastando o Brasil junto com ele.
Dizem que Luiz XIV, o monarca do absolutismo francês, disse o que ninguém conseguiu provar que disse: “O Estado sou eu”. Anos depois, morreu de gangrena.
Jair Messias diz que não disse o que disse e foi gravado e mostrado para quem quisesse ver.
Na manhã seguinte, se desdisse.
Até aí, nada de novo: em sua versão tão peculiar de integridade, já chegou a desmentir o que havia dito não no dia anterior, mas horas antes.
Agora, uma inovação: ao dizer que não tinha ido apoiar a manifestação de extrema-direita que pedia um golpe militar com ele no poder, Jair Messias lançou sua versão pessoal da tal frase.
Só que em vez de “o Estado”, o tenente transformado em capitão quando saiu do Exército pela porte não dos fundos, mas pelo canil, se esmerou: “Eu sou a Constituição”.
No seu caso pessoal, o que uma gangrena devasta e corrói em velocidade alucinante é o que resta de lucidez.
E mais: seria apenas uma frase extravagante se não correspondesse exatamente ao que Jair Messias acredita com fé de peregrino: é ele, e não a Carta Magna, quem determina os rumos e estruturas do Estado e o que os brasileiros devem e podem fazer.
A sua ida ao encontro de defensores exaltadíssimos de um golpe militar imediato, e ainda mais diante do Quartel General do Exército na capital do país, teve um objetivo central claro: insuflar ainda mais o ânimo dessa camarilha radical que conjuga exatamente os anseios não só do presidente demente, mas de seu trio de filhos hidrófobos.
Aliás, do clã presidencial e também de boa parte dos que o rodeiam no Palácio do Planalto, a começar pelo empijamado general Augusto Heleno.
Afinal, ninguém que, como ele, tenha tido como mentor um general de tenebrosa memória, Silvio Frota (para quem não se lembra, essa figura achava o ditador Ernesto Geisel muito de esquerda e quis tentar um golpe), passa incólume pela vida.
Acontece que, além de cumprir com esse objetivo central claríssimo, Jair Messias conseguiu mergulhar ainda mais em complicações.
Para começo de conversa, irritou profundamente os mais altos mandos que estão na ativa das Forças Armadas. Além disso, aprofundou e alargou ainda mais o desfiladeiro que o separa tanto do Congresso como do Supremo.
Escandalizou a classe política, os partidos que vão da centro-direita à esquerda, movimentos sociais, os meios hegemônicos de comunicação, a parcela de brasileiros lúcidos, enfim, conseguiu mergulhar ainda mais num isolamento muito mais amplo que o isolamento social que ele tanto critica.
Fez o que fez no sábado, fez o que fez no domingo.
E na manhã da segunda fez, ou tentou (porque ninguém contém seus arroubos de ressentimento, rancor, inveja, insegurança e agressividade) fazer, o que os fardados e empijamados de seu governo determinaram que fizesse.
A questão, a estas alturas de um cenário cada vez mais voraz na política, cada vez mais devastador na economia e cada vez mais trágico na expansão da pandemia que Jair Messias ignora, não é exatamente saber o que fazer para tentar conter o tresloucado presidente.
Ele não cansa de dar generosas mostras cotidianas do desequilíbrio típico dos psicopatas.
Vai continuar sendo quem sempre foi ao longo de sua longa vida de político de porão.
É um cão raivoso correndo por aí sem que apareça ninguém capaz de submetê-lo a uma coleira ou focinheira.
A questão agora é saber até que ponto ele pretende chegar.
E os indícios claríssimos são, todos, extremamente preocupantes.
O que se deve fazer com Jair Messias é óbvio: extirpá-lo urgentemente, junto com o trio de filhos hidrófobos e as dúzias e tanto de aberrações nomeadas por ele.
Mas também é óbvio de toda obviedade que não existe, ao menos de momento, a menor condição de seja feito o que deve ser feito.
Jair Messias entrou mais e mais e definitivamente num caminho perigoso e sem volta.
O mais grave, porém, é que está arrastando o Brasil junto com ele.
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