terça-feira, 14 de abril de 2009

Serra compra 220 mil assinaturas da Abril

A cumplicidade entre os “barões da mídia” é algo impressionante. Primeiro, as blogs de Paulo Henrique Amorim e Luis Nassif, entre outros, revelaram que o governo de São Paulo comprou 220 mil assinaturas anuais da Revista Nova Escola, publicada pela Editora Abril – a mesma que produz a Veja, porta-voz dos tucanos e do “império do mal”. Na seqüência, a denúncia chegou ao Congresso Nacional num pronunciamento contundente do deputado Ivan Valente (PSOL-SP). Apesar da gravidade do assunto, que pode confirmar o conluio entre o presidenciável tucano e a revista de maior circulação no país, os jornalões e emissoras da televisão evitam abordar o caso.

No seu discurso, o deputado Ivan Valente informou que protocolou uma representação junto ao Ministério Público de São Paulo questionando o contrato firmado entre a Secretaria Estadual de Educação e a Fundação Victor Civita do Grupo Abril para a distribuição da revista Nova Escola aos docentes da rede oficial. Ele questiona o fato da milionária aquisição ter sido realizada sem licitação pública e do governo estadual ainda ter repassado à empresa privada os endereços dos professores, sem qualquer comunicado ou pedido de autorização dos mesmos, o que é ilegal.

Contrato de R$ 3,7 milhões

“Nenhuma consulta a respeito de qual publicação melhor atenderia às necessidades pedagógicas para o exercício de sua atividade profissional foi feita aos professores. Parece mais razoável que haja assinaturas de vários títulos de revistas, assegurando a maior pluralidade possível de pontos de vista no debate educacional e a livre escolha do professor... Cabe questionar também o porque do fornecimento do mesmo título para professores de diferentes séries e modalidades, que variam da primeira série do ensino fundamental à terceira do ensino médio. Esta opção deliberada desconsidera as particularidades dos profissionais de educação”, acrescentou o parlamentar.

Segundo a denúncia, o contrato representa quase 25% da tiragem total desta revista e garantiu à empresa R$ 3,7 milhões. “Este, porém, não é o único compromisso existente entre a Secretaria de Educação e o Grupo Abril. Outro absurdo, que merece ação urgente, é a proposta curricular que reduz o número de aulas de história, geografia e artes do ensino médio e obriga a inclusão de aulas baseadas em edições encalhadas do ‘Guia do Estudante’, também da Abril. Cada vez mais, a editora ocupa espaço nas escolas de São Paulo, tendo até mesmo publicações adotadas como material didático. Isso totaliza, hoje, cerca de R$ 10 milhões de recursos públicos destinados a esta instituição privada, considerado apenas o segundo semestre de 2008”.

Para Ivan Valente, o governo tucano tem uma “preferência deliberada pela editora contratada... São claros os indícios de crime contra a administração pública. A assinatura do contrato feriu os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência, além do que feriu o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, na medida em que há benefícios para a Fundação Victor Civita e prejuízos aos cofres públicos. É isto que esperamos que o Ministério Público investigue, assim como solicitamos que tome as providências legais cabíveis para fazer cessar imediatamente o pagamento das próximas parcelas do contrato”.

15 comentários:

Carlinhos Medeiros disse...

A mídia sabuja deverá aplaudir

Anônimo disse...

Isso atende pelo nome de lavegem cerebral,mas,tb pode ser chamado de imbecilização em massa!Eita pouca vergonha!

Fábio Galvão disse...

Caro Altamiro

Vale a pena ler estes dois textos produzidos pela ong Ação Educativa.

"Contratação de revistas e outros materiais sem licitação é prática recorrente do governo paulista"

http://www.observatoriodaeducacao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=639:contratacao-de-revistas-e-outros-materiais-sem-licitacao-e-pratica-recorrente-do-governo-de-sao-paulo&catid=73:controle-social&Itemid=107


"Cobertura da mídia revela novas formas de privatização do ensino"

http://www.observatoriodaeducacao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=640:cobertura-da-midia-revela-novas-formas-de-privatizacao-do-ensino&catid=55:acao-na-midia&Itemid=60

Unknown disse...

E esse é o político que os grandes grupos de mídia sonham em colocar na Presidência.

A educação em São Paulo tornou-se um caso gravíssimo, de polícia literalmente. Essa proposta de mudança curricular motivada por interesses escusos, não- educacionais, é mais um dos muitos descalabros que fazem o nível da educação no estado ir ladeira abaixo, apesar de as avaliações de desempenho, maquiadas por contorcionismos metodológicos, impedirem uma radiografia fiel da situação.

O pior é que ela afeta gerações de crianças, comprometendo sua formação e seu futuro.

AF Sturt Silva disse...

Lebrando que há a grafica do estado para esse tipo de feito..

Enoisa disse...

Fatos dessa natureza me dão a certeza de pessoas como o Serra já se encontram mergulhadas em alguma espécie de loucura. Já viveram as fases do cinismo e da hipocrisia. De tanto serem cínicos e hipócritas (e sem-vergonhas) se tornaram loucos! E ainda há quem reclame da ousadia dos "bandidos"!! Deixo claro que falo dos que assaltam residências e não dos que assaltam os cofres públicos! UFA!!

|REDE|BLOGO| disse...

Sorria Miro, vc esta na |REDE|BLOGO|

Anônimo disse...

Caro Altamiro.
Não adianta representar ao MP de São Paulo para investigar os tucanos. Eles não fazem nada aqui, o MP está fechado com o PSDB em S. Paulo.
O caminho para que se investigue esse crime contra a educaçã paulista e desvio de dinheiro público em benefício de uma empresa privada, sem licitação, é representar ao Ministério Público Federal em São Paulo, pois o sistema de educação de São Paulo também recebe repasses de verbas federais, e porisso se abre uma possibilidade do MP FEderal investigar essa maracutaia tucana/Veja e responsabilizar o governo de S. Paulo.

Anônimo disse...

Vai acabar em pizza, como sempre... Mas as revistas do grupo Abriu... Tem horas que nem a Playboy salva.

Anônimo disse...

O SERRA JÁ ESTÁ ACOSTUMADO!

LEMBRAM-SE DA FARRA DAS AMBULÂNCIAS?

ELE ESTAVA LÁ, DANDO "TODO O SEU APOIO" COMO MINISTRO DA SAÚDE.

Victor Zacharias disse...

Por falar em Ivan Valente a Luciana ontem falou duramente contra o Daniel Dantas, o banqueiro bandido como diz Protógenes.
Luciana Genro pede que os que denunciam a corrupção não virem réus.
http://www.youtube.com/watch?v=41By2dDtpIw

Ladislau disse...

Uma vergonha deste tamanho não sai na Folha, no Estadão, Jornal Nacional ou da Band, todos estão comunados.....

Morales disse...

Caro Miro...recebi estes comentários sobre seu post. Poderia comentar?

> >São claros os indícios de crime contra a administração pública.
> >A assinatura do contrato feriu os princípios constitucionais da
> >legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência, além do que
> >feriu o princípio da supremacia do interesse público sobre o
> >privado, na medida em que há benefícios para a Fundação Victor
> >Civita e prejuízos aos cofres públicos.
>

Discordo, não existe indício nenhum.

É incrível e lamentável como a esquerda radical (PSOL) reclama
estridentemente da qualidade do ensino e da desvalorização dos
professores o tempo todo, e quanto alguém do governo faz qualquer coisa
para melhorar a situação, lá vem denúncia. Não seria o mesmo se o Lulla
tivesse comprado a mesma revista (que é ótima, aliás, e muito barata,
note que assinatura anual custou apenas 15 reais!!! Não paga nem o
correio. Então não existe superfaturamento). Longe de haver lesão à
legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência, o estado de São
Paulo fez um grande negócio, bem justificado eticamente, e vai ser muito
bom o professorado do estado ter alguma coisa para ler sobre educação e
se informar todo mês, de graça, recebendo a revista em casa. Um
levantamento feito há alguns anos mostrou que quase 40% dos professores
do ensino fundamental paulista não lia nada regularmente, nem jornal...

É bom lembrar que a Fundação Victor Civita, por ser fundação sem fins
lucrativos e voltada ao progresso da educação, é dispensada pela Lei
8666 da licitação. E por ser a única revista brasileira de educação com
grande tiragem e voltada para todos os níveis da educação, também o
contrato é facilmente justificável pela cláusula de notoriedade e
exclusividade.

Na minha opinião, os demais estados deveriam fazer exatamente o mesmo,
quem sabe o custo da assinatura cairia para menos de 10 reais.

Morales, é um absurdo você afirmar que houve prejuizo aos cofres
públicos.Quer dizer que toda vez que o estado compra alguma coisa da
iniciativa privada, há prejuizo? Haveria prejuizo se houvesse indicios
de superfaturamento ou favorecimento. Não houve nem uma coisa nem outra.
Tente assinar a revista individualmente e veja o preço que você vai
pagar (e mesmo nesse preço ela já é subsidiada pela Fundação Victor
Civita, que aplica recursos próprios advindos do lucro da Editora Abril,
para produzir, editar, e distribuir a revista).

Abraços
Sabbatini

Drauzio Milagres disse...

Mais uma ação que é a cara do PSDB. Cadê a "oposição" que não denuncia essa imoralidade? E esse senhor ainda quer ser presidente para poder trazer de volta toda aquele "turminha" do FHC. Triste e infeliz país o nosso que tem políticos/dirigentes desse nível. Um abraço. Drauzio Milagres.

disse...

Essa representação do s parlamentares do PSOL já teve algum resultado, o MP abriu inquérito civil para apurar as denuncias e já cogia romper o contrato, conforme atéria divulgada no site do Dep. Fede. Ivan Valente: http://www.ivanvalente.com.br/CN02/noticias/nots_07_det.asp?id=2231