A cumplicidade entre os “barões da mídia” é algo impressionante. Primeiro, as blogs de Paulo Henrique Amorim e Luis Nassif, entre outros, revelaram que o governo de São Paulo comprou 220 mil assinaturas anuais da Revista Nova Escola, publicada pela Editora Abril – a mesma que produz a Veja, porta-voz dos tucanos e do “império do mal”. Na seqüência, a denúncia chegou ao Congresso Nacional num pronunciamento contundente do deputado Ivan Valente (PSOL-SP). Apesar da gravidade do assunto, que pode confirmar o conluio entre o presidenciável tucano e a revista de maior circulação no país, os jornalões e emissoras da televisão evitam abordar o caso.
No seu discurso, o deputado Ivan Valente informou que protocolou uma representação junto ao Ministério Público de São Paulo questionando o contrato firmado entre a Secretaria Estadual de Educação e a Fundação Victor Civita do Grupo Abril para a distribuição da revista Nova Escola aos docentes da rede oficial. Ele questiona o fato da milionária aquisição ter sido realizada sem licitação pública e do governo estadual ainda ter repassado à empresa privada os endereços dos professores, sem qualquer comunicado ou pedido de autorização dos mesmos, o que é ilegal.
Contrato de R$ 3,7 milhões
“Nenhuma consulta a respeito de qual publicação melhor atenderia às necessidades pedagógicas para o exercício de sua atividade profissional foi feita aos professores. Parece mais razoável que haja assinaturas de vários títulos de revistas, assegurando a maior pluralidade possível de pontos de vista no debate educacional e a livre escolha do professor... Cabe questionar também o porque do fornecimento do mesmo título para professores de diferentes séries e modalidades, que variam da primeira série do ensino fundamental à terceira do ensino médio. Esta opção deliberada desconsidera as particularidades dos profissionais de educação”, acrescentou o parlamentar.
Segundo a denúncia, o contrato representa quase 25% da tiragem total desta revista e garantiu à empresa R$ 3,7 milhões. “Este, porém, não é o único compromisso existente entre a Secretaria de Educação e o Grupo Abril. Outro absurdo, que merece ação urgente, é a proposta curricular que reduz o número de aulas de história, geografia e artes do ensino médio e obriga a inclusão de aulas baseadas em edições encalhadas do ‘Guia do Estudante’, também da Abril. Cada vez mais, a editora ocupa espaço nas escolas de São Paulo, tendo até mesmo publicações adotadas como material didático. Isso totaliza, hoje, cerca de R$ 10 milhões de recursos públicos destinados a esta instituição privada, considerado apenas o segundo semestre de 2008”.
Para Ivan Valente, o governo tucano tem uma “preferência deliberada pela editora contratada... São claros os indícios de crime contra a administração pública. A assinatura do contrato feriu os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência, além do que feriu o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, na medida em que há benefícios para a Fundação Victor Civita e prejuízos aos cofres públicos. É isto que esperamos que o Ministério Público investigue, assim como solicitamos que tome as providências legais cabíveis para fazer cessar imediatamente o pagamento das próximas parcelas do contrato”.
15 comentários:
A mídia sabuja deverá aplaudir
Isso atende pelo nome de lavegem cerebral,mas,tb pode ser chamado de imbecilização em massa!Eita pouca vergonha!
Caro Altamiro
Vale a pena ler estes dois textos produzidos pela ong Ação Educativa.
"Contratação de revistas e outros materiais sem licitação é prática recorrente do governo paulista"
http://www.observatoriodaeducacao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=639:contratacao-de-revistas-e-outros-materiais-sem-licitacao-e-pratica-recorrente-do-governo-de-sao-paulo&catid=73:controle-social&Itemid=107
"Cobertura da mídia revela novas formas de privatização do ensino"
http://www.observatoriodaeducacao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=640:cobertura-da-midia-revela-novas-formas-de-privatizacao-do-ensino&catid=55:acao-na-midia&Itemid=60
E esse é o político que os grandes grupos de mídia sonham em colocar na Presidência.
A educação em São Paulo tornou-se um caso gravíssimo, de polícia literalmente. Essa proposta de mudança curricular motivada por interesses escusos, não- educacionais, é mais um dos muitos descalabros que fazem o nível da educação no estado ir ladeira abaixo, apesar de as avaliações de desempenho, maquiadas por contorcionismos metodológicos, impedirem uma radiografia fiel da situação.
O pior é que ela afeta gerações de crianças, comprometendo sua formação e seu futuro.
Lebrando que há a grafica do estado para esse tipo de feito..
Fatos dessa natureza me dão a certeza de pessoas como o Serra já se encontram mergulhadas em alguma espécie de loucura. Já viveram as fases do cinismo e da hipocrisia. De tanto serem cínicos e hipócritas (e sem-vergonhas) se tornaram loucos! E ainda há quem reclame da ousadia dos "bandidos"!! Deixo claro que falo dos que assaltam residências e não dos que assaltam os cofres públicos! UFA!!
Sorria Miro, vc esta na |REDE|BLOGO|
Caro Altamiro.
Não adianta representar ao MP de São Paulo para investigar os tucanos. Eles não fazem nada aqui, o MP está fechado com o PSDB em S. Paulo.
O caminho para que se investigue esse crime contra a educaçã paulista e desvio de dinheiro público em benefício de uma empresa privada, sem licitação, é representar ao Ministério Público Federal em São Paulo, pois o sistema de educação de São Paulo também recebe repasses de verbas federais, e porisso se abre uma possibilidade do MP FEderal investigar essa maracutaia tucana/Veja e responsabilizar o governo de S. Paulo.
Vai acabar em pizza, como sempre... Mas as revistas do grupo Abriu... Tem horas que nem a Playboy salva.
O SERRA JÁ ESTÁ ACOSTUMADO!
LEMBRAM-SE DA FARRA DAS AMBULÂNCIAS?
ELE ESTAVA LÁ, DANDO "TODO O SEU APOIO" COMO MINISTRO DA SAÚDE.
Por falar em Ivan Valente a Luciana ontem falou duramente contra o Daniel Dantas, o banqueiro bandido como diz Protógenes.
Luciana Genro pede que os que denunciam a corrupção não virem réus.
http://www.youtube.com/watch?v=41By2dDtpIw
Uma vergonha deste tamanho não sai na Folha, no Estadão, Jornal Nacional ou da Band, todos estão comunados.....
Caro Miro...recebi estes comentários sobre seu post. Poderia comentar?
> >São claros os indícios de crime contra a administração pública.
> >A assinatura do contrato feriu os princípios constitucionais da
> >legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência, além do que
> >feriu o princípio da supremacia do interesse público sobre o
> >privado, na medida em que há benefícios para a Fundação Victor
> >Civita e prejuízos aos cofres públicos.
>
Discordo, não existe indício nenhum.
É incrível e lamentável como a esquerda radical (PSOL) reclama
estridentemente da qualidade do ensino e da desvalorização dos
professores o tempo todo, e quanto alguém do governo faz qualquer coisa
para melhorar a situação, lá vem denúncia. Não seria o mesmo se o Lulla
tivesse comprado a mesma revista (que é ótima, aliás, e muito barata,
note que assinatura anual custou apenas 15 reais!!! Não paga nem o
correio. Então não existe superfaturamento). Longe de haver lesão à
legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência, o estado de São
Paulo fez um grande negócio, bem justificado eticamente, e vai ser muito
bom o professorado do estado ter alguma coisa para ler sobre educação e
se informar todo mês, de graça, recebendo a revista em casa. Um
levantamento feito há alguns anos mostrou que quase 40% dos professores
do ensino fundamental paulista não lia nada regularmente, nem jornal...
É bom lembrar que a Fundação Victor Civita, por ser fundação sem fins
lucrativos e voltada ao progresso da educação, é dispensada pela Lei
8666 da licitação. E por ser a única revista brasileira de educação com
grande tiragem e voltada para todos os níveis da educação, também o
contrato é facilmente justificável pela cláusula de notoriedade e
exclusividade.
Na minha opinião, os demais estados deveriam fazer exatamente o mesmo,
quem sabe o custo da assinatura cairia para menos de 10 reais.
Morales, é um absurdo você afirmar que houve prejuizo aos cofres
públicos.Quer dizer que toda vez que o estado compra alguma coisa da
iniciativa privada, há prejuizo? Haveria prejuizo se houvesse indicios
de superfaturamento ou favorecimento. Não houve nem uma coisa nem outra.
Tente assinar a revista individualmente e veja o preço que você vai
pagar (e mesmo nesse preço ela já é subsidiada pela Fundação Victor
Civita, que aplica recursos próprios advindos do lucro da Editora Abril,
para produzir, editar, e distribuir a revista).
Abraços
Sabbatini
Mais uma ação que é a cara do PSDB. Cadê a "oposição" que não denuncia essa imoralidade? E esse senhor ainda quer ser presidente para poder trazer de volta toda aquele "turminha" do FHC. Triste e infeliz país o nosso que tem políticos/dirigentes desse nível. Um abraço. Drauzio Milagres.
Essa representação do s parlamentares do PSOL já teve algum resultado, o MP abriu inquérito civil para apurar as denuncias e já cogia romper o contrato, conforme atéria divulgada no site do Dep. Fede. Ivan Valente: http://www.ivanvalente.com.br/CN02/noticias/nots_07_det.asp?id=2231
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