Por Altamiro Borges
Após uma encarniçada guerra de bastidores, Marina Silva deve anunciar hoje (7) a sua saída do Partido Verde (PV). A convivência durou pouco e serviu apenas a projetos eleitorais. A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente precisava da legenda para disputar a Presidência da República em outubro passado – o que lhe rendeu 19,6 milhões de votos. Já o PV, um saco de gatos que reúne de ambientalistas sérios a notórios oportunistas, precisava de Marina para se projetar no cenário político.
Passadas as eleições, o grupo da ex-ministra ainda tentou utilizar seu cacife eleitoral para conquistar a direção do partido, mas foi derrotado pelos setores que sempre comandaram com mão de ferro a legenda. Numa manobra burocrática, o atual presidente do PV, o deputado José Luiz Penna (SP), conseguiu prorrogar o próprio mandato, frustrando os planos dos novos filiados verdes. Marina deve sair da legenda quase que sozinha – somente um deputado federal, dos 15 eleitos em 2010, deve acompanhá-la.
Futuro indefinido dos “marineiros”
Nem mesmo Fernando Gabeira, um verde com bico de tucano, parece disposto a acompanhá-la. Fundador do PV em 1985, o ex-deputado ainda tenta convencer Marina a ficar na legenda. “A sua saída não é boa nem para ela, nem para o partido... Vou fazer todo o possível para que consigamos soluções que evitem o desgaste de uma saída dessas para que a luta ecológica não fique prejudicada... Quero construir pontes, e não fortalecer cisões”, afirmou hoje em entrevista ao portal UOL.
Para o grupo “marineiro”, porém, a saída é inevitável; já o futuro é bem indefinido. Numa palestra em Berlim nesta semana, Marina insinuou que pretende lançar “um novo movimento político-social para pensar novas alternativas políticas”. A fundação imediata de um novo partido não é consenso. A idéia é reunir forças para lançá-lo apenas no final de 2013, no prazo legal para a disputa presidencial do ano seguinte. Tanto que Marina já liberou seus seguidores para se filiarem a outras legendas.
"Certo oportunismo eventual"
Em reunião com os integrantes do Movimento Marina Silva, no final de junho, a ex-ministra autorizou os seus aliados a se abrigarem em outras siglas para disputar as eleições municipais de 2012. Ela prometeu respeitar os acordos que forem fechados em cada Estado. “A orientação é que cada pré-candidato busque abrigo no partido que lhe assegurar espaço na eleição", explica Maurício Brusadin, ex-presidente do PV em São Paulo.
A preocupação é unicamente eleitoral, sem maior consistência política e ideológica. Em São Paulo, por exemplo, os marineiros receberam convite para ingressar no PPS, que faz oposição ao governo federal. Já em Pernambuco, o grupo é ligado ao PSB, que integra a coalizão de Dilma Rousseff. A tendência é de dispersão dos apoiadores de Marina Silva.
Para Jairo Nicolau, professor de ciência política da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, a situação do grupo não é nada fácil. “Marina acabou ficando numa sinuca de bico. Como liderança civil, ela deveria fortalecer sua atuação na sociedade em torno do debate dos grandes temas e só então, depois das eleições do ano que vem - pois não haveria tempo hábil para criar uma sigla agora -, pensar em partido próprio. Sua contribuição é muito maior como liderança civil, descolada de certo oportunismo eventual”.
Após uma encarniçada guerra de bastidores, Marina Silva deve anunciar hoje (7) a sua saída do Partido Verde (PV). A convivência durou pouco e serviu apenas a projetos eleitorais. A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente precisava da legenda para disputar a Presidência da República em outubro passado – o que lhe rendeu 19,6 milhões de votos. Já o PV, um saco de gatos que reúne de ambientalistas sérios a notórios oportunistas, precisava de Marina para se projetar no cenário político.
Passadas as eleições, o grupo da ex-ministra ainda tentou utilizar seu cacife eleitoral para conquistar a direção do partido, mas foi derrotado pelos setores que sempre comandaram com mão de ferro a legenda. Numa manobra burocrática, o atual presidente do PV, o deputado José Luiz Penna (SP), conseguiu prorrogar o próprio mandato, frustrando os planos dos novos filiados verdes. Marina deve sair da legenda quase que sozinha – somente um deputado federal, dos 15 eleitos em 2010, deve acompanhá-la.
Futuro indefinido dos “marineiros”
Nem mesmo Fernando Gabeira, um verde com bico de tucano, parece disposto a acompanhá-la. Fundador do PV em 1985, o ex-deputado ainda tenta convencer Marina a ficar na legenda. “A sua saída não é boa nem para ela, nem para o partido... Vou fazer todo o possível para que consigamos soluções que evitem o desgaste de uma saída dessas para que a luta ecológica não fique prejudicada... Quero construir pontes, e não fortalecer cisões”, afirmou hoje em entrevista ao portal UOL.
Para o grupo “marineiro”, porém, a saída é inevitável; já o futuro é bem indefinido. Numa palestra em Berlim nesta semana, Marina insinuou que pretende lançar “um novo movimento político-social para pensar novas alternativas políticas”. A fundação imediata de um novo partido não é consenso. A idéia é reunir forças para lançá-lo apenas no final de 2013, no prazo legal para a disputa presidencial do ano seguinte. Tanto que Marina já liberou seus seguidores para se filiarem a outras legendas.
"Certo oportunismo eventual"
Em reunião com os integrantes do Movimento Marina Silva, no final de junho, a ex-ministra autorizou os seus aliados a se abrigarem em outras siglas para disputar as eleições municipais de 2012. Ela prometeu respeitar os acordos que forem fechados em cada Estado. “A orientação é que cada pré-candidato busque abrigo no partido que lhe assegurar espaço na eleição", explica Maurício Brusadin, ex-presidente do PV em São Paulo.
A preocupação é unicamente eleitoral, sem maior consistência política e ideológica. Em São Paulo, por exemplo, os marineiros receberam convite para ingressar no PPS, que faz oposição ao governo federal. Já em Pernambuco, o grupo é ligado ao PSB, que integra a coalizão de Dilma Rousseff. A tendência é de dispersão dos apoiadores de Marina Silva.
Para Jairo Nicolau, professor de ciência política da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, a situação do grupo não é nada fácil. “Marina acabou ficando numa sinuca de bico. Como liderança civil, ela deveria fortalecer sua atuação na sociedade em torno do debate dos grandes temas e só então, depois das eleições do ano que vem - pois não haveria tempo hábil para criar uma sigla agora -, pensar em partido próprio. Sua contribuição é muito maior como liderança civil, descolada de certo oportunismo eventual”.
7 comentários:
Marina acabará pagando caro pelo seu oportunismo. E estou torcendo para isso.
Sinceramente, na minha opinião, Marina foi alçada à condição de liderança civil incontestável pela mídia. Mas, ela não teve e não tem o estofo de militância necessário que sustente o seu projeto político-eleitoral. Era mais pertinente ter entrado no Psol do que no PV.
manas e manos,
jose luiz penna deve estar sobressaltado com as revoltas arabes. afinal penna estah ha 12 anos na presidencia deste verde partido. deve ser o proximo da lista...
doutor natas
Concordo em parte com a opinião do amigo Flávio Corrêa. No sentido de Marina não ter conseguido se posicionar definitivamente dentro de uma linha, ou outra, de atuação. Sua imparcialidade e seu vai e vem, agora o seu rompimento com o PV, é um sintoma que só intensifica ainda mais essa sensação de insegurança que sempre esteve à sombra de sua imagem política!
Sinceramente tenho vontade de rir....gargalhar! kkkk Eita oportunismo político! E pensar que o plano de governo para Marina Silva para a área de educação era Maria Alice Setubal....realmente dá vontade de rir....kkkkkkkkkkk
A aventura irresponsável da Marina quase nos custou as reecentes avaços nas politicas sociais do governo Lula. Em política nada é mais letal que ingenuidade. E, aproveito para iNsistir no meu mantra. O PERIGO MORA EM MINAS .
Uma grande mulher com uma grande história, Marina revelou-se uma política medíocre. Junta-se ao hall onde esão o Cristóvão e Heloísa Helena, que perderam por falta de pragmatismo e opção por não fazer nada, a oportunidade de fazer o que era possível fazer. Deus nos livre de uma Marina executiva, decidindo entre gerar crescimento e emprego e o cruzamento de bagres ou uma perereca inédita.
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