quarta-feira, 16 de novembro de 2011

FHC adere à “marcha contra corrupção”?

Por Altamiro Borges

O golpista Carlos Lacerda que se cuide! FHC quer lhe roubar o título de maior falso moralista da história do Brasil. Nos últimos dias, em artigos e discursos, ele encarnou a figura do udenista e desembestou a falar em “ética”. Se bobear, vai propor que a “marcha contra a corrupção” vire uma ONG, no modelito neoliberal, e que ele, sempre tão modesto, seja eleito seu presidente de honra.


Ontem, num seminário da Cato Institute, nos EUA – só podia ser neste país “sofisticado”, como dizem as socialites paulistas –, FHC voltou a afirmar que a corrupção é o maior problema do Brasil. Malandro, novamente tentou jogar na divisão entre Lula e Dilma, afirmando que a presidenta recebeu uma “herança maldita” do governo anterior. FHC ainda vai cortar os pulsos de inveja do Lula!

A tática marota do ex-presidente

“O maior desafio político da presidente Dilma Rousseff será desmontar o sistema de corrupção e de fisiologismo criado ao longo do segundo mandato do ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva”, argumentou o tucano, segundo relato da Agência Estado. Na avaliação do “puro” FHC, Lula cedeu “certos pedaços do Estado” aos partidos aliados na sua “obsessão” pelo poder.

Além de atacar a “herança maldita”, estimulando a cizânia entre Lula e Dilma, FHC também investiu no desmanche da base aliada. O bicho não é bobo! Ele sabe que implodindo a governabilidade, ele emperra de vez o atual governo. “Espero que a presidente Dilma consiga avançar mais [no combate à corrupção]. Mas, para isso, ela terá de alterar as bases de sustentação do governo”.

A retórica udenista não se sustenta

A retórica udenista de FHC não deve enganar nem os estadunidenses. No que se refere à praga da corrupção, o ex-presidente não tem moral para tratar do tema. É só lembrar os escândalos da privataria das estatais, da compra de votos para a sua reeleição, do Proer para os banqueiros ou do Sivam. O mar de lama só não foi maior devido à blindagem da mídia aliada e subsidiada.

Quanto à “herança maldita”, FHC deveria evitar este termo. Ele é que deixou o país destruído para o seu sucessor, de joelhos para o FMI e devastado pelo tsunami neoliberal de desmonte do estado, da nação e do trabalho. A sociedade conhece bem a “herança maldita” do tucano, com recordes de desemprego, destruição das leis trabalhistas, precarização do trabalho.

Chega de afagos e de intermediários

Por último, quanto à implosão da base de aliada, fica a pergunta: FHC quer que Dilma chame para o seu governo os fisiológicos do PSDB e do DEM? É certo que a situação destes partidos é trágica, com brigas internas, deserções e risco de extinção. Mas não dá para tê-los como aliados. É certo também que alguns partidos governistas são complicados. Mas eles já foram da base de apoio do próprio FHC.

É certo, também, que Dilma insiste em fazer agrados à oposição demotucana – inclusive convidando FHC para jantar no Palácio do Planalto. Mas seria muita ingenuidade implodir a sua governabilidade para agradar o ex-presidente! Se o grão-tucano deseja desgastar e derrotar o governo Dilma, o melhor é ele ir às ruas e bancar de vez, sem intermediários, a sua “marchinha contra a corrupção”!

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