Por Altamiro Borges
As derrotas do tucano
Alguns “calunistas” da mídia já concluíram, com base na
pesquisa Datafolha da semana passada, que o Aécio Neves é “imbatível” nas
eleições para a prefeitura de Belo Horizonte. O seu candidato, Márcio Lacerda,
um aecista infiltrado no PSB, aparece com 17 pontos de vantagem sobre o petista
Patrus Ananias – 44% contra 27% das intenções de voto dos entrevistados. A sua
gestão, um exótico condomínio de vários partidos, também é bem avaliada pelo
eleitor da capital mineira.
Daí a conclusão açodada de que a eleição será um passeio e
de que o atual prefeito pode até ser reeleito no primeiro turno. Nesta análise,
porém, prevalece a vontade de alguns desesperados “calunistas”. O pleito em “Beagá”
é visto como decisivo para pavimentar a cambaleante candidatura de Aécio Neves para
as eleições presidenciais de 2014. Uma derrota na capital seria uma tragédia
para o senador mineiro, que até agora não empolgou nem os próprios tucanos e que
convive com o sangrento “fogo amigo” no interior do PSDB.
Eleição local, dimensão nacional
A disputa na capital mineira promete muita adrenalina e será
uma das vedetes das eleições deste ano. Além das questões locais, ela terá forte
dimensão nacional. Não é para menos que o “conciliador” Aécio Neves implodiu a
ampla aliança existente na prefeitura, costurada pragmaticamente por ele e pelo
ministro petista Fernando Pimentel, e decidiu apostar na polarização do pleito.
Não é para menos, também, que ele indicou a sua irmã, a “censora” Andrea Neves,
para comandar a campanha de Márcio Lacerda.
No outro canto do ringue, a candidatura de Patrus Ananias
também será turbinada. A própria presidenta Dilma não esconde a sua intenção de
baixar a crista do tucano. Ela participou diretamente das articulações para
reforçar a coligação do petista, inclusive das conversas para atrair o PSD de
Gilberto Kassab. A iniciativa visava equilibrar a propaganda de rádio e tevê, mas
foi questionada pela direção local da sigla e abortada pela Justiça Eleitoral –
garantindo 14 minutos diários para Lacerda e apenas oito para o petista.
Além disso, Patrus Ananias é uma liderança respeitada em
Minas Gerais. Já foi prefeito de Belo Horizonte e deixou o cargo com alta
popularidade. Ele também foi ministro no governo Lula, sendo um dos principais
responsáveis pela implantação do programa Bolsa Família. Patrus só ingressou na
disputa pela prefeitura há três semanas, quando implodiu a aliança existente.
Neste curto espaço de tempo, já despontou com mais de 20% das intenções de voto,
o que evidencia o enorme potencial da sua candidatura.
Para o cientista político Malco Camargos, entrevistado por Luiz Carlos Azenha, do blog Viomundo, a campanha de Patrus
Ananias, numa coligação do PT, PMDB e PCdoB, é bastante competitiva e o cabo
eleitoral Aécio Neves “não é imbatível”. Ele lembra que em 1993 o tucano foi
derrotado pelo próprio Patrus na disputa pela prefeitura. Já nas eleições
presidenciais de 2010, Marina Silva foi a mais votada em Belo Horizonte,
deixando para trás José Serra, formalmente apoiado por Aécio Neves.
Serra e Kassab estão atentos
Ainda é cedo para prever o desfecho desta batalha, apesar da
torcida entusiasta de alguns “calunistas”. Uma coisa, porém, já é certa. O fim
da exótica aliança na prefeitura local dará muita dor de cabeça para Aécio
Neves. Se ele pretendia alçar voos maiores nas eleições de outubro, estrelando palanques
de vários estados, agora será forçado a se concentrar em Belo Horizonte. Uma
derrota na capital mineira será fatal para o seu sonho presidencial. Serra e Kassab
acompanham com muita atenção esta contenda!
3 comentários:
Interessante, enquanto o PT tinha o vive prefeito, Roberto Carvalho, a irmã do aecio nao era censora, a o joguinho pra tentar ser senador do Pimentel era aliança pragmática (o PSDB apoiou o Itamar franco) agora os tucanos de minas sao o que tem de pior e o PT com kassab vai salvar a cidade, alias o kassab nao presta em sao paulo em BH ele é vanguarda. Nossa tem canalha demais na política e tem muito blog tratando o leitor como idiota.
Eu tô louca ou interpretação de texto não é o forte do colega PSDBista acima?
2014 haverá disputa para o governo do Estado. Quem será candidato? Quem for prefeito fica amarrado por 4 anos, pelo menos.
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