Por Altamiro Borges
Após alardear que o PSD iria aderir à base de apoio do governo,
desde que fosse agraciado com dois ministérios, o ex-prefeito rompeu as negociações
e insinuou que pode rumar para a oposição em 2014. Em jantar com a presidenta
Dilma, Gilberto Kassab anunciou que o seu partido seguirá “independente”. “Eu
disse a ela que esta era uma decisão definitiva, oficial, e que reflete o desejo
majoritário no partido... Não teria sentido integrar o governo agora. Vamos
manter a nossa independência”, justificou.
Na fundação do PSD, o ex-prefeito Gilberto
Kassab teorizou que o seu partido “não é de esquerda, nem de direita e nem de
centro” – quase a mesma tese “pós-moderna” defendida por Marina Silva na
criação da Rede. Esta definição serve para muitas coisas, inclusive para justificar
o pragmatismo exacerbado. No caso do ex-demo, ela possibilita que o novo
partido faça acordos com a oposição e a situação, num jogo matreiro do
vale-tudo. Isto ficou nítido nesta semana, quando Kassab deu um fora em Dilma
Rousseff.
A brusca e inesperada mudança de posição gerou muita especulação.
Os mais afoitos garantem que a nova sigla apoiará a candidatura de Eduardo
Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB – que nem está
concretizada. Lembram que há dois anos, quando se preparava para criar o PSD,
Kassab e Campos discutiram a possibilidade de fusão das duas legendas no
futuro. Outros garantem que o ex-demo já fechou um acordo “vantajoso” com o
PSDB, que incluiria a partilha de São Paulo.
Mas nada está definido. Com a quarta maior bancada na
Câmara Federal e farto tempo na propaganda eleitoral de rádio e tevê, o PSD
será disputado à tapa tanto pela situação como pela oposição. Neste jogo de
sedução, o pragmático Kassab tentará se cacifar ao máximo, reforçando seu
projeto pessoal e partidário. No mês passado, o ex-demo assustou os tucanos ao
anunciar que disputaria o governo paulista, rompendo a antiga aliança com
Alckmin. Agora, ele já negocia a vice na chapa do PSDB.
O PSD não é um partido ideológico. Ele é uma frente gelatinosa
que reúne vários caciques, muitos deles que saltaram do barco à deriva da oposição
demotucana. A sigla tenta se viabilizar através do mais escancarado governismo,
ocupando todos os espaços disponíveis. Isto explica o zigue-zague do chefão da
legenda. O cálculo é sempre pragmático. Se a presidenta Dilma mantiver sua alta
popularidade, Kassab estará com ela em 2014. Se o governador Alckmin continuar
afundando nas pesquisas, ele abandonará o ninho tucano.
2 comentários:
Perfeito
Miro, você foi ao ponto.
Kassab não está fechado com o PSDB e muito menos como o Dudu/PSB a coisa é essa mesma:
Valorização de um passe que para o mesmo posto tem mais craque que a seleção de 70 e 80.
É o que eu digo e volto a dizer:
Dilma está certissima, ela tem que PRIMEIRO, adoçar as bocas dos que estão com o PT desde 2002. O PSB? Tudo bem, sempre esteve com o PT, mas a grande miopia de uma jovem cujo os hormonios SEXUAIS ainda estão muito ativos deu no que deu, fez o Dudu se comportar como um macho alfa em uma alcateia que só tem fêmeas alfas. O poder está nas mãos de uma matriarca que sabe o deve fazer para conter machos como Dudu. Esse rapaz é muito obtuso mesmo.
Com relação ao Kassab,é isso que você disse . Ele vai ficar num balanço dizendo que vai, mas volta dizendo que volta, mas vai. Um dia ele cansa, desce do balanço e volta para a vida real e a realidade é que Dilma ganha em 2014 no primeiro turno, que em SP o Lula vai fazer outro poste e assim caminha a revolução luludilmista:
Só no sapatinho sambando na cabeça dos tucanos fazendo um barulhinho bom.
Eu adoro tudo isso.
O que eu acho estranho na posição dos blogueiros "sujos" é o fato de não se discutir quem são os "apoiadores" da Dilma. De um lado ela tem o pmdb do "trama", de outro aquele monte de "PÊs" que nada significam na política, exceto,pelo pastor canalha da comissão das minorias. Na minha modestíssima opinião com os "aliados" que tem o governo nem precisa de inimigos.
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