Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
Em tempo (atualizado às 13h30):
Aécio Neves confirmou, após reunião da Executiva Nacional do PSDB, em Brasília, o nome do senador Aloysio Nunes Ferreira como candidato a vice na sua chapa.
Parece sina. A cada eleição presidencial, a história se repete: os tucanos não conseguem se entender para escolher o nome do vice e ficam discutindo a relação até o último segundo. Depois de promover um grande suspense na semana passada, anunciando uma possível surpresa que poderia ser "até uma mulher", Aécio Neves passou esta madrugada de domingo para segunda-feira acertando com o ex-presidente FHC e o governador Geraldo Alckmin quem deveria ser seu companheiro de chapa.
O nome ainda não havia sido anunciado até o meio-dia de hoje, quando comecei a escrever, mas tudo leva a crer que os três se fixaram mesmo numa chapa puro-sangue, com o senador paulista Aloysio Nunes Ferreira de vice, o primeiro nome que havia sido cogitado quando se consolidou a candidatura de Aécio e começou a disputa pela vaga.
Mais uma vez, como aconteceu em campanhas passadas, no epicentro do imbróglio apareceu o ex-governador paulista José Serra, duas vezes derrotado como candidato presidencial do PSDB, após superar Aécio Neves nas disputas internas. Bem que Serra gostaria de ser de novo o presidenciável tucano, mas logo desistiu, ainda no ano passado, ao se convencer de que ficou em franca minoria no partido.
A partir daí, recomeçou a ciranda de sempre, com as especulações em torno do nome do ex-governador, alimentadas por seus seguidores, até o último momento permitido pelos prazos da Justiça Eleitoral. FHC e Alckmin ainda tentaram fazer dele o vice de Aécio, mas o senador mineiro, seu maior inimigo cordial, não podia nem ouvir falar nesta possibilidade. Tudo menos isso.
Aécio queria que Serra fosse candidato ao Senado na chapa de Alckmin, e ele até topou, mas surgiram muitas pedras no caminho _ e o eterno candidato a tudo não queria correr o risco de perder mais uma disputa majoritária. Queria ser o candidato único na aliança do PSDB paulista.
O ex-prefeito Gilberto Kassab, que cobiçava ser vice na chapa de Alckmin para levar seu PSD a se unir aos tucanos, embora apoie Dilma na eleição presidencial, perdeu a boquinha quando o governador fechou acordo com o PSB do presidenciável Eduardo Campos, que indicou o deputado federal Márcio França para o lugar. Restava a Kassab a vaga de candidato ao Senado na chapa PSDB-PSD, mas aí quem rodou a baiana foi Serra por não aceitar esta infidelidade do afilhado político que deixou em seu lugar, quando largou a Prefeitura para disputar o governo do Estado. E foi lhe comunicar isso pessoalmente ao interpela-lo no apartamento do ex-prefeito.
Mágoas passadas são o pano de fundo desta confusão toda no arraial tucano. Na eleição municipal de 2008, Serra apoiou Kassab para prefeito, embora o candidato tucano fosse Alckmin, que ficou de fora do segundo turno. Serra, por sua vez, não se conforma até hoje por não ter recebido o esperado apoio de Aécio em Minas, onde perdeu feio nas duas disputas presidenciais contra Lula e Dilma.
Agora, chegou a hora de Serra se vingar de todos de uma vez, cuidando apenas da sua campanha a deputado federal, a única possibilidade que lhe restou para continuar na política. Resumo da ópera: Gilberto Kassab largou os tucanos e levou seu partido para Paulo Skaf, o principal adversário de Alckmin, e ainda não se sabe quem será o candidato do PSDB de São Paulo ao Senado.
O leitor está achando este todo enredo muito confuso? Pois eu também, mas o PSDB é assim mesmo: o maior inimigo dos tucanos é sempre um outro tucano. Nem precisam de adversários.
O nome ainda não havia sido anunciado até o meio-dia de hoje, quando comecei a escrever, mas tudo leva a crer que os três se fixaram mesmo numa chapa puro-sangue, com o senador paulista Aloysio Nunes Ferreira de vice, o primeiro nome que havia sido cogitado quando se consolidou a candidatura de Aécio e começou a disputa pela vaga.
Mais uma vez, como aconteceu em campanhas passadas, no epicentro do imbróglio apareceu o ex-governador paulista José Serra, duas vezes derrotado como candidato presidencial do PSDB, após superar Aécio Neves nas disputas internas. Bem que Serra gostaria de ser de novo o presidenciável tucano, mas logo desistiu, ainda no ano passado, ao se convencer de que ficou em franca minoria no partido.
A partir daí, recomeçou a ciranda de sempre, com as especulações em torno do nome do ex-governador, alimentadas por seus seguidores, até o último momento permitido pelos prazos da Justiça Eleitoral. FHC e Alckmin ainda tentaram fazer dele o vice de Aécio, mas o senador mineiro, seu maior inimigo cordial, não podia nem ouvir falar nesta possibilidade. Tudo menos isso.
Aécio queria que Serra fosse candidato ao Senado na chapa de Alckmin, e ele até topou, mas surgiram muitas pedras no caminho _ e o eterno candidato a tudo não queria correr o risco de perder mais uma disputa majoritária. Queria ser o candidato único na aliança do PSDB paulista.
O ex-prefeito Gilberto Kassab, que cobiçava ser vice na chapa de Alckmin para levar seu PSD a se unir aos tucanos, embora apoie Dilma na eleição presidencial, perdeu a boquinha quando o governador fechou acordo com o PSB do presidenciável Eduardo Campos, que indicou o deputado federal Márcio França para o lugar. Restava a Kassab a vaga de candidato ao Senado na chapa PSDB-PSD, mas aí quem rodou a baiana foi Serra por não aceitar esta infidelidade do afilhado político que deixou em seu lugar, quando largou a Prefeitura para disputar o governo do Estado. E foi lhe comunicar isso pessoalmente ao interpela-lo no apartamento do ex-prefeito.
Mágoas passadas são o pano de fundo desta confusão toda no arraial tucano. Na eleição municipal de 2008, Serra apoiou Kassab para prefeito, embora o candidato tucano fosse Alckmin, que ficou de fora do segundo turno. Serra, por sua vez, não se conforma até hoje por não ter recebido o esperado apoio de Aécio em Minas, onde perdeu feio nas duas disputas presidenciais contra Lula e Dilma.
Agora, chegou a hora de Serra se vingar de todos de uma vez, cuidando apenas da sua campanha a deputado federal, a única possibilidade que lhe restou para continuar na política. Resumo da ópera: Gilberto Kassab largou os tucanos e levou seu partido para Paulo Skaf, o principal adversário de Alckmin, e ainda não se sabe quem será o candidato do PSDB de São Paulo ao Senado.
O leitor está achando este todo enredo muito confuso? Pois eu também, mas o PSDB é assim mesmo: o maior inimigo dos tucanos é sempre um outro tucano. Nem precisam de adversários.
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Em tempo (atualizado às 13h30):
Aécio Neves confirmou, após reunião da Executiva Nacional do PSDB, em Brasília, o nome do senador Aloysio Nunes Ferreira como candidato a vice na sua chapa.
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