Por Dennis de Oliveira, na revista Fórum:
O Brasil construiu a sociedade republicana com base em três pilares: a concentração de renda como mecanismo central de reprodução rápida do capital, uma vez que o capitalismo das bandas de cá se organiza principalmente para atender as demandas externas; o racismo como mecanismo ideológico para legitimar as desigualdades sociais, por isto há uma coincidência entre a pirâmide social e as hierarquias raciais; e a violência como prática política sistemática e não episódica para garantir a manutenção tanto da concentração de renda como do racismo.
Por isto, que lutar contra o racismo tem um caráter radical, no sentido de se pegar o problema pela raiz. Por isto que o racismo atravessa, de forma direta e explícita ou indireta e implícita, os comportamentos das classes hegemônicas brasileiras e também da parcela mais conservadora da classe média. E também é por esta razão que estes setores odeiam governos e partidos que tentam, minimamente, construir uma proposta política que vai contra isto.
O ódio contra o governo de Lula e Dilma, contra o PT, contra o Bolsa-Família, contra as políticas de transferência de renda, expresso nos xingamentos à presidenta na abertura da Copa do Mundo, em São Paulo, na quinta feira dia 12, é o mesmo que alimentou os comentários racistas de parte da “torcida” contra o lateral Marcelo após este ter feito gol contra (“tinha que ser preto”) ou que embasa as falas preconceituosas contra o próprio povo brasileiro – de que o povo brasileiro não presta, que este país não tem jeito, etc.
O interessante é que estes que falam mal do Brasil são exatamente os mesmos que fazem este país ter problemas. São os que criticam a corrupção, mas os primeiros a tentar subornar um policial para não ser multado; são os que adoram o “jornazismo” da revista Veja, em especial as ofensas e grosserias travestidas de opinião de alguns colunistas desta publicação; os que aplaudem as execuções extrajudiciais e torturas e maus tratos praticados por policiais nas periferias; os que praticam ou aplaudem a sonegação de impostos por parte de empresários; os que querem que suas filhas sejam puras mas não hesitam em ter casos extraconjugais (preferencialmente com mulheres negras e pobres); os que se recusam a respeitar os direitos trabalhistas das trabalhadoras domésticas.
Por isto, que lutar contra o racismo tem um caráter radical, no sentido de se pegar o problema pela raiz. Por isto que o racismo atravessa, de forma direta e explícita ou indireta e implícita, os comportamentos das classes hegemônicas brasileiras e também da parcela mais conservadora da classe média. E também é por esta razão que estes setores odeiam governos e partidos que tentam, minimamente, construir uma proposta política que vai contra isto.
O ódio contra o governo de Lula e Dilma, contra o PT, contra o Bolsa-Família, contra as políticas de transferência de renda, expresso nos xingamentos à presidenta na abertura da Copa do Mundo, em São Paulo, na quinta feira dia 12, é o mesmo que alimentou os comentários racistas de parte da “torcida” contra o lateral Marcelo após este ter feito gol contra (“tinha que ser preto”) ou que embasa as falas preconceituosas contra o próprio povo brasileiro – de que o povo brasileiro não presta, que este país não tem jeito, etc.
O interessante é que estes que falam mal do Brasil são exatamente os mesmos que fazem este país ter problemas. São os que criticam a corrupção, mas os primeiros a tentar subornar um policial para não ser multado; são os que adoram o “jornazismo” da revista Veja, em especial as ofensas e grosserias travestidas de opinião de alguns colunistas desta publicação; os que aplaudem as execuções extrajudiciais e torturas e maus tratos praticados por policiais nas periferias; os que praticam ou aplaudem a sonegação de impostos por parte de empresários; os que querem que suas filhas sejam puras mas não hesitam em ter casos extraconjugais (preferencialmente com mulheres negras e pobres); os que se recusam a respeitar os direitos trabalhistas das trabalhadoras domésticas.
Enfim, o “cancro” da sociedade brasileira está justamente nestes que criticam o país, nos racistas, nos que estavam xingando a presidenta Dilma na abertura da Copa – e os seus representantes na grande mídia e nos políticos conservadores.
0 comentários:
Postar um comentário