Por Mauricio Dias, na revista CartaCapital:
Acontecimentos inesperados, como o que se vê agora com a presidenciável Marina Silva, não são um fenômeno decorrente do acaso ou provocado pela força do destino. A surpreendente ascensão eleitoral dela se dá por razões explicáveis, palpáveis, criadas antes e imediatamente após o acidente fatal com Eduardo Campos.
Não há fenômenos na política como há fenômenos na natureza.
Resgatada do ostracismo, por cálculo político da mídia conservadora, em duas semanas ela deixou de ser a sombra de Campos e desarrumou uma eleição que parecia arrumada. Atropelou a candidatura do tucano Aécio Neves e ameaça ultrapassar a petista Dilma Rousseff, com quem poderá disputar o segundo turno.
Uma parte do sucesso de agora foi plantada após a chegada dela em Brasília, em 1995, já eleita senadora pelo PT do Acre. Foi reeleita em 2003. Sustentou um discurso ambientalista rigoroso. Provocou confrontos internos e externos. Finalmente, rompeu com o governo Lula e com o PT ao se demitir do Ministério do Meio Ambiente.
Marina sempre foi contra a comercialização da soja modificada geneticamente. E reagiu à proposta de transposição das águas do São Francisco. A permissão para a realização das obras só foi dada após ela ter deixado o governo. São apenas dois exemplos.
Ao se despedir do ministério, em 2008, já tinha planos políticos e o olho na disputa da eleição presidencial de 2010. Concorreu pelo PV e perdeu. Recusou-se a apoiar, no segundo turno, a petista Dilma ou o tucano Serra.
Foi uma fuga clara e transparente do processo político-eleitoral.
Marina é, teoricamente, a expressão de uma política que não existe. Prega um comportamento quase calvinista. Nesse ponto ela é um retrocesso social.
A mídia conservadora, antigovernista, fez dela um ícone. E, para sacudir a base de administrações petistas, passou a fazer marcação a aliados de Lula e Dilma.
Além da sucessão de denúncias contra políticos, às vezes com razão e outras vezes sem sustentação, a mídia agia com sinais indiretos de que o Brasil seria melhor se não houvesse o Congresso. Quiçá também os políticos.
O caldo disso foi a fantástica mobilização popular nos meses de junho e julho de 2013. Se o turbilhão de manifestantes formasse um clube, haveria na porta de entrada a divisa: “Político não entra”. Talvez alguém acrescentasse: “Exceto Marina”.
Embalada por essas jornadas, ela passou a pregar uma indefinida “nova política” e, para isso, mobilizou militantes fiéis para criar um partido novo. Fracassou. Juntou-se ao PSB e tornou-se vice na chapa do partido.
A morte de Eduardo Campos promoveu a ascensão dela.
Após isso, ela mudou. Amenizou o discurso político mais agressivo e negou o que chamou de “lendas” sobre posições políticas ambientais.
Nos debates, farejando uma possível vitória, acentua que “em todos os partidos há quadros de qualidade”. Nesse momento é mais ardilosa do que Eduardo Campos, que satanizava nomes já satanizados como os de José Sarney, Renan Calheiros e Fernando Collor, entre outros.
A nova Marina age como uma velha raposa. Não dá nome aos bois.
Assim agiam os políticos matreiros nos tempos da “velha política”.
Não há fenômenos na política como há fenômenos na natureza.
Resgatada do ostracismo, por cálculo político da mídia conservadora, em duas semanas ela deixou de ser a sombra de Campos e desarrumou uma eleição que parecia arrumada. Atropelou a candidatura do tucano Aécio Neves e ameaça ultrapassar a petista Dilma Rousseff, com quem poderá disputar o segundo turno.
Uma parte do sucesso de agora foi plantada após a chegada dela em Brasília, em 1995, já eleita senadora pelo PT do Acre. Foi reeleita em 2003. Sustentou um discurso ambientalista rigoroso. Provocou confrontos internos e externos. Finalmente, rompeu com o governo Lula e com o PT ao se demitir do Ministério do Meio Ambiente.
Marina sempre foi contra a comercialização da soja modificada geneticamente. E reagiu à proposta de transposição das águas do São Francisco. A permissão para a realização das obras só foi dada após ela ter deixado o governo. São apenas dois exemplos.
Ao se despedir do ministério, em 2008, já tinha planos políticos e o olho na disputa da eleição presidencial de 2010. Concorreu pelo PV e perdeu. Recusou-se a apoiar, no segundo turno, a petista Dilma ou o tucano Serra.
Foi uma fuga clara e transparente do processo político-eleitoral.
Marina é, teoricamente, a expressão de uma política que não existe. Prega um comportamento quase calvinista. Nesse ponto ela é um retrocesso social.
A mídia conservadora, antigovernista, fez dela um ícone. E, para sacudir a base de administrações petistas, passou a fazer marcação a aliados de Lula e Dilma.
Além da sucessão de denúncias contra políticos, às vezes com razão e outras vezes sem sustentação, a mídia agia com sinais indiretos de que o Brasil seria melhor se não houvesse o Congresso. Quiçá também os políticos.
O caldo disso foi a fantástica mobilização popular nos meses de junho e julho de 2013. Se o turbilhão de manifestantes formasse um clube, haveria na porta de entrada a divisa: “Político não entra”. Talvez alguém acrescentasse: “Exceto Marina”.
Embalada por essas jornadas, ela passou a pregar uma indefinida “nova política” e, para isso, mobilizou militantes fiéis para criar um partido novo. Fracassou. Juntou-se ao PSB e tornou-se vice na chapa do partido.
A morte de Eduardo Campos promoveu a ascensão dela.
Após isso, ela mudou. Amenizou o discurso político mais agressivo e negou o que chamou de “lendas” sobre posições políticas ambientais.
Nos debates, farejando uma possível vitória, acentua que “em todos os partidos há quadros de qualidade”. Nesse momento é mais ardilosa do que Eduardo Campos, que satanizava nomes já satanizados como os de José Sarney, Renan Calheiros e Fernando Collor, entre outros.
A nova Marina age como uma velha raposa. Não dá nome aos bois.
Assim agiam os políticos matreiros nos tempos da “velha política”.
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