Por Camila Tribess, no site Brasil Debate:
O dia 1º de abril é bem mais do que o dia da mentira. É o dia que deve ser lembrado exaustivamente como o dia em que se iniciou no Brasil – em 1964 – a ditadura civil-militar que durou 25 anos, torturou e matou milhares de pessoas, exilou outras tantas, calou a imprensa e as artes, atrasou social e economicamente o país.
Atualmente, a Comissão de Anistia já tem mais de 30 mil anistiados, pessoas que sofreram perseguições políticas, prisões arbitrárias, torturas durante esse período. Muitas dessas anistias são simbólicas, pois seus sujeitos já estão mortos ou nunca foram encontrados. Nessa última sexta, 1º de abril de 2016, a Comissão de Anistia fez sua sessão solene para marcar esta data funesta.
Foram homenageadas e homenageados mulheres e homens lutadores pela democracia no país, as/os que lutaram naquela época e as/os que lutam ainda hoje.
Destaco aqui a homenagem mais do que merecida à deputada Luiza Erundina, que emocionada nos relembrou que nossa democracia ainda é frágil, ainda é dominada pelo monopólio da mídia e que ainda estamos bem longe do ideal democrático pelo qual se luta há décadas.
Mas também lembrou que devemos garantir esta democracia que temos para poder avançar. João Vicente Goulart, filho de Jango, também foi homenageado e representou os filhos e netos de presos e desaparecidos e Iara Xavier Pereira falou em nome da ABAP (Associação Brasileira de Anistiad@s Políticos). Tod@s foram enfáticos em relembrar as crueldades da ditadura civil-militar que se instaurou há 52 anos. Também foram efusivos na defesa das instituições democráticas atuais.
Durante a fala de Paulo Abrão, presidente da Comissão, os presentes na solenidade exibiram fotos de mortos e desaparecidos, fotos que tão simbolicamente representam a dor, a luta e a esperança de cada jovem estudante, de cada camponês, de cada indígena, de cada sindicalista, de cada mulher, de cada afro-descendente, de cada LGBT, de cada ativista político, de cada jornalista… De cada brasileira e brasileiro que teve parte de sua história apagada por uma transição ainda inconclusa e torpe.
Uma transição para a democracia que nunca puniu torturadores, que nunca abriu de fato todos os arquivos da ditadura. Uma transição que ainda nos faz não saber a verdade da nossa história recente – sistematicamente silenciada.
Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça. Com esse lema os trabalhos da Comissão de Anistia – em parceria com as Secretarias de Direitos Humanos, a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, e Comissões estaduais e setoriais da verdade e memória – seguem por mais um ano, tentando levar um pouco dessa história para os holofotes da sociedade e tentando reparar aqueles que tanto sofreram para que hoje possamos desfrutar nossa singela democracia, que, apesar de frágil e distante da democracia que realmente queremos, precisa ser defendida com toda nossa força.
O dia 1º de abril é bem mais do que o dia da mentira. É o dia que deve ser lembrado exaustivamente como o dia em que se iniciou no Brasil – em 1964 – a ditadura civil-militar que durou 25 anos, torturou e matou milhares de pessoas, exilou outras tantas, calou a imprensa e as artes, atrasou social e economicamente o país.
Atualmente, a Comissão de Anistia já tem mais de 30 mil anistiados, pessoas que sofreram perseguições políticas, prisões arbitrárias, torturas durante esse período. Muitas dessas anistias são simbólicas, pois seus sujeitos já estão mortos ou nunca foram encontrados. Nessa última sexta, 1º de abril de 2016, a Comissão de Anistia fez sua sessão solene para marcar esta data funesta.
Foram homenageadas e homenageados mulheres e homens lutadores pela democracia no país, as/os que lutaram naquela época e as/os que lutam ainda hoje.
Destaco aqui a homenagem mais do que merecida à deputada Luiza Erundina, que emocionada nos relembrou que nossa democracia ainda é frágil, ainda é dominada pelo monopólio da mídia e que ainda estamos bem longe do ideal democrático pelo qual se luta há décadas.
Mas também lembrou que devemos garantir esta democracia que temos para poder avançar. João Vicente Goulart, filho de Jango, também foi homenageado e representou os filhos e netos de presos e desaparecidos e Iara Xavier Pereira falou em nome da ABAP (Associação Brasileira de Anistiad@s Políticos). Tod@s foram enfáticos em relembrar as crueldades da ditadura civil-militar que se instaurou há 52 anos. Também foram efusivos na defesa das instituições democráticas atuais.
Durante a fala de Paulo Abrão, presidente da Comissão, os presentes na solenidade exibiram fotos de mortos e desaparecidos, fotos que tão simbolicamente representam a dor, a luta e a esperança de cada jovem estudante, de cada camponês, de cada indígena, de cada sindicalista, de cada mulher, de cada afro-descendente, de cada LGBT, de cada ativista político, de cada jornalista… De cada brasileira e brasileiro que teve parte de sua história apagada por uma transição ainda inconclusa e torpe.
Uma transição para a democracia que nunca puniu torturadores, que nunca abriu de fato todos os arquivos da ditadura. Uma transição que ainda nos faz não saber a verdade da nossa história recente – sistematicamente silenciada.
Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça. Com esse lema os trabalhos da Comissão de Anistia – em parceria com as Secretarias de Direitos Humanos, a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, e Comissões estaduais e setoriais da verdade e memória – seguem por mais um ano, tentando levar um pouco dessa história para os holofotes da sociedade e tentando reparar aqueles que tanto sofreram para que hoje possamos desfrutar nossa singela democracia, que, apesar de frágil e distante da democracia que realmente queremos, precisa ser defendida com toda nossa força.
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