Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
A ausência de Michel Temer da cerimônia de encerramento da Rio 2016 é uma demonstração de fraqueza política do presidente interino, que preferiu não enfrentar a massa reunida na Maracanã.
Temer temeu uma vaia inesquecível e um grito Fora Temer! para entrar na história e quem sabe modificá-la, dias antes do Senado Federal reunir-se para debater o impeachment.
A ausência teve um aspecto didático, porém. Nem Temer nem seus ministros poderiam reivindicar qualquer coisa positiva com uma iniciativa que se mostrou um sucesso no plano da organização e revelou um animador sinal de progresso do esporte brasileiro na última década e meia.
É correto lembrar a dor e o sofrimento de famílias que foram desalojadas de seus lares, sendo que uma pequena parcela recebeu até agora a justa compensação. É um drama a ser encarado, resolvido e denunciado enquanto não tiver uma solução aceitável. Mas a dor dos mais pobres e excluídos nunca foi o motivo real para críticas e profecias de mau agouro, certo?
Como sabem até as águas da baía de Guanabara, todas as medalhas esportivas pertencem aos atletas vitoriosos, seus auxiliares e suas famílias.
Os troféus políticos - de ouro, prata e bronze - são produto do período Lula-Dilma, que trouxe a Olimpíada para o Brasil e demonstrou competência para garantir seu sucesso em parceria com o prefeito Eduardo Paes, do Rio de Janeiro.
Como ocorreu com tantos avanços realizados no período, até mais importantes do que uma Olimpíada, Temer apunhalou essa herança pelas costas ao assumir um golpe de Estado urdido pelos adversários logo após a quarta derrota consecutiva em eleições presidenciais. O número de medalhas é recorde. Em outro feito, nunca o Brasil ganhou tantas de ouro. E é óbvio, como os atletas são os primeiros a reconhecer, que esse resultado é inseparável de um esforço para assegurar, ao esporte brasileiro, um apoio em programas públicos que há muito era reivindicado e nunca foi feito.
O reconhecimento de turistas e visitantes é tão grande que a mentira dos nadadores norte-americanos sobre um assalto numa madrugada de embriaguez mereceu repúdio local e internacional.
O ouro no futebol, primeiro da história, não deixa dúvidas sobre o resultado geral. Após a dramática final contra os alemães, a população tem direito a festejar uma vitória completa, naquele esporte que a partir de ontem pode voltar a ser orgulho nacional.
A principal contribuição do governo interino para a Rio 2016 foi, dias antes, realizar prisões de cidadãos acusados de planejar atos terroristas - iniciativa que, baseada ou não em suspeitas reais, criou pelo espalhafato uma desnecessária tensão política, servindo para alimentar um ambiente injusto de pessimismo e medo.
Tudo que era para dar errado deu certo. E a etiqueta recomenda, nesses casos, que o melhor é sair de fininho.
A ausência de Michel Temer da cerimônia de encerramento da Rio 2016 é uma demonstração de fraqueza política do presidente interino, que preferiu não enfrentar a massa reunida na Maracanã.
Temer temeu uma vaia inesquecível e um grito Fora Temer! para entrar na história e quem sabe modificá-la, dias antes do Senado Federal reunir-se para debater o impeachment.
A ausência teve um aspecto didático, porém. Nem Temer nem seus ministros poderiam reivindicar qualquer coisa positiva com uma iniciativa que se mostrou um sucesso no plano da organização e revelou um animador sinal de progresso do esporte brasileiro na última década e meia.
É correto lembrar a dor e o sofrimento de famílias que foram desalojadas de seus lares, sendo que uma pequena parcela recebeu até agora a justa compensação. É um drama a ser encarado, resolvido e denunciado enquanto não tiver uma solução aceitável. Mas a dor dos mais pobres e excluídos nunca foi o motivo real para críticas e profecias de mau agouro, certo?
Como sabem até as águas da baía de Guanabara, todas as medalhas esportivas pertencem aos atletas vitoriosos, seus auxiliares e suas famílias.
Os troféus políticos - de ouro, prata e bronze - são produto do período Lula-Dilma, que trouxe a Olimpíada para o Brasil e demonstrou competência para garantir seu sucesso em parceria com o prefeito Eduardo Paes, do Rio de Janeiro.
Como ocorreu com tantos avanços realizados no período, até mais importantes do que uma Olimpíada, Temer apunhalou essa herança pelas costas ao assumir um golpe de Estado urdido pelos adversários logo após a quarta derrota consecutiva em eleições presidenciais. O número de medalhas é recorde. Em outro feito, nunca o Brasil ganhou tantas de ouro. E é óbvio, como os atletas são os primeiros a reconhecer, que esse resultado é inseparável de um esforço para assegurar, ao esporte brasileiro, um apoio em programas públicos que há muito era reivindicado e nunca foi feito.
O reconhecimento de turistas e visitantes é tão grande que a mentira dos nadadores norte-americanos sobre um assalto numa madrugada de embriaguez mereceu repúdio local e internacional.
O ouro no futebol, primeiro da história, não deixa dúvidas sobre o resultado geral. Após a dramática final contra os alemães, a população tem direito a festejar uma vitória completa, naquele esporte que a partir de ontem pode voltar a ser orgulho nacional.
A principal contribuição do governo interino para a Rio 2016 foi, dias antes, realizar prisões de cidadãos acusados de planejar atos terroristas - iniciativa que, baseada ou não em suspeitas reais, criou pelo espalhafato uma desnecessária tensão política, servindo para alimentar um ambiente injusto de pessimismo e medo.
Tudo que era para dar errado deu certo. E a etiqueta recomenda, nesses casos, que o melhor é sair de fininho.
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