Da Rede Brasil Atual:
Para o advogado Ricardo Gebrim, ex-presidente do Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo e dirigente do Movimento Consulta Popular, a ofensiva contra a democracia no Brasil é determinada pelo interesse do capitalismo internacional nas riquezas do país. Daí o fato de as privatizações de grandes empresas nacionais serem o principal objetivo dos setores golpistas representados por Michel Temer. “O que determina essa ofensiva é a crise (do capitalismo). Nada oferece tanta possibilidade de lucros como Petrobras e o pré-sal, que alimentam uma saída para a crise capitalista”, disse.
Gebrim participou, com o jornalista Paulo Moreira Leite, diretor do site Brasil 247 em Brasília, do debate “Corrupção e Política: o Brasil é um caso perdido?”, promovido na noite de ontem (8) pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FespSP).Os deputados Wadih Damous (PT-RJ) e Luciana Santos (PCdoB-PE), por problemas de agenda, não participaram.
Os dois debatedores ressaltaram a importância de se manter a luta contra o governo interino de Temer e aprofundar a unidade das forças populares e movimento social. Para Gebrim, o golpe em andamento no Brasil faz parte de uma política ligada a “interesses de Estado dos Estados Unidos”, embora, segundo ele, esses interesses não necessariamente partam do governo norte-americano. Em sua opinião, os governos populares do Brasil incomodaram os norte-americanos ao entrar em “uma articulação de grande envergadura, os Brics”.
“Nada vai gerar mais lucro às corporações do que o golpe no Brasil. Mudar o marco regulatório do pré-sal foi o motivo principal do golpe”, disse. E isso não é tudo: “Temos 46% do setor elétrico para privatizar e alimentar o capitalismo em crise. O objetivo principal é se apoderar dessas riquezas essenciais à soberania”, disse Gebrim.
Paulo Moreira Leite também mencionou os interesses norte-americanos no impeachment de Dilma. “É mais fácil saber sobre o presidente interino no WikiLeaks do que na imprensa brasileira. Foi lá que ficamos sabendo que ele era informante da embaixada dos Estados Unidos.” Um dia após a posse de Temer (em 12 de maio), o WikiLeaks afirmou pelo Twitter que Temer fornecia informações aos Estados Unidos quando era deputado federal, em 2006.
“O objetivo desse golpe é inviabilizar o Brasil como nação”, disse o jornalista. “A prioridade é o ataque ao pré-sal e à Petrobras, que permitiriam uma melhor distribuição de renda no nosso país.” Ele acredita que as reformas da Previdência e do Sistema Único de Saúde (SUS) virão na sequência.
Na opinião de Gebrim, as estratégias golpistas desenvolvidas para afastar Dilma Rousseff se desenvolveram, na América Latina, a partir de Honduras (2009), foram aprimoradas no Paraguai (2011) e chegaram ao Brasil mais sofisticadas. Segundo ele, o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, demonstrou que a ideia de derrubar o presidente da Ucrânia Viktor Yanukovich, aliado da Rússia, era “vinculando-o à corrupção” a partir de um “aparato de Estado” formado por agentes policiais, membros do que seria o equivalente ao nosso Ministério Público e juízes. “Há um aperfeiçoamento desse sistema no Brasil”, afirmou o advogado.
Segundo ele, após o clima de grande polarização da eleição de 2014, decidida pela militância nas ruas, a presidenta Dilma cometeu um erro ao sair desse processo “e iniciar 2015 com ajuste fiscal”, quando a conjuntura já não era a mesma de 2003, quando Luiz Inácio Lula da Silva iniciou seu governo após a Carta ao Povo Brasileiro.
Porém, para Gebrim, o golpe no Brasil foi precipitado por parte de seus executores. “Com essa precipitação, fomos ‘salvos’ por Eduardo Cunha, que abriu condições para denunciarmos o golpe. E devido a isso é que podemos até enfrentar uma derrota política, mas não será uma derrota moral.”
Gebrim participou, com o jornalista Paulo Moreira Leite, diretor do site Brasil 247 em Brasília, do debate “Corrupção e Política: o Brasil é um caso perdido?”, promovido na noite de ontem (8) pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FespSP).Os deputados Wadih Damous (PT-RJ) e Luciana Santos (PCdoB-PE), por problemas de agenda, não participaram.
Os dois debatedores ressaltaram a importância de se manter a luta contra o governo interino de Temer e aprofundar a unidade das forças populares e movimento social. Para Gebrim, o golpe em andamento no Brasil faz parte de uma política ligada a “interesses de Estado dos Estados Unidos”, embora, segundo ele, esses interesses não necessariamente partam do governo norte-americano. Em sua opinião, os governos populares do Brasil incomodaram os norte-americanos ao entrar em “uma articulação de grande envergadura, os Brics”.
“Nada vai gerar mais lucro às corporações do que o golpe no Brasil. Mudar o marco regulatório do pré-sal foi o motivo principal do golpe”, disse. E isso não é tudo: “Temos 46% do setor elétrico para privatizar e alimentar o capitalismo em crise. O objetivo principal é se apoderar dessas riquezas essenciais à soberania”, disse Gebrim.
Paulo Moreira Leite também mencionou os interesses norte-americanos no impeachment de Dilma. “É mais fácil saber sobre o presidente interino no WikiLeaks do que na imprensa brasileira. Foi lá que ficamos sabendo que ele era informante da embaixada dos Estados Unidos.” Um dia após a posse de Temer (em 12 de maio), o WikiLeaks afirmou pelo Twitter que Temer fornecia informações aos Estados Unidos quando era deputado federal, em 2006.
“O objetivo desse golpe é inviabilizar o Brasil como nação”, disse o jornalista. “A prioridade é o ataque ao pré-sal e à Petrobras, que permitiriam uma melhor distribuição de renda no nosso país.” Ele acredita que as reformas da Previdência e do Sistema Único de Saúde (SUS) virão na sequência.
Na opinião de Gebrim, as estratégias golpistas desenvolvidas para afastar Dilma Rousseff se desenvolveram, na América Latina, a partir de Honduras (2009), foram aprimoradas no Paraguai (2011) e chegaram ao Brasil mais sofisticadas. Segundo ele, o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, demonstrou que a ideia de derrubar o presidente da Ucrânia Viktor Yanukovich, aliado da Rússia, era “vinculando-o à corrupção” a partir de um “aparato de Estado” formado por agentes policiais, membros do que seria o equivalente ao nosso Ministério Público e juízes. “Há um aperfeiçoamento desse sistema no Brasil”, afirmou o advogado.
Segundo ele, após o clima de grande polarização da eleição de 2014, decidida pela militância nas ruas, a presidenta Dilma cometeu um erro ao sair desse processo “e iniciar 2015 com ajuste fiscal”, quando a conjuntura já não era a mesma de 2003, quando Luiz Inácio Lula da Silva iniciou seu governo após a Carta ao Povo Brasileiro.
Porém, para Gebrim, o golpe no Brasil foi precipitado por parte de seus executores. “Com essa precipitação, fomos ‘salvos’ por Eduardo Cunha, que abriu condições para denunciarmos o golpe. E devido a isso é que podemos até enfrentar uma derrota política, mas não será uma derrota moral.”
"Lacunas"
O advogado elencou quatro “lacunas” dos governos de Lula e Dilma que, segundo ele, facilitaram a execução do golpe contra Dilma: a falta de políticas que desenvolvessem a “capacidade de organização” das massas; a falta de reformas dos meios de comunicação e do sistema político; a utilização, por parte do petismo, do sistema de utilização de doações empresariais a campanhas; e ausência de políticas voltadas à classe média.
Para ilustrar as consequências da falta de políticas de conscientização, disse que, em 2015, uma pesquisa mostrou que 65% dos estudantes que entraram na universidade pelo ProUni eram contra o Bolsa Família.
O advogado elencou quatro “lacunas” dos governos de Lula e Dilma que, segundo ele, facilitaram a execução do golpe contra Dilma: a falta de políticas que desenvolvessem a “capacidade de organização” das massas; a falta de reformas dos meios de comunicação e do sistema político; a utilização, por parte do petismo, do sistema de utilização de doações empresariais a campanhas; e ausência de políticas voltadas à classe média.
Para ilustrar as consequências da falta de políticas de conscientização, disse que, em 2015, uma pesquisa mostrou que 65% dos estudantes que entraram na universidade pelo ProUni eram contra o Bolsa Família.
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