Por Tereza Cruvinel, em seu blog:
A eleição do presidente da Câmara para o biênio 2017-2018, marcada para primeiro de fevereiro próximo, foi objeto de duas pajelanças nas últimas horas. Temer jantou com os tucanos Aécio Neves e Tasso Jereissati na segunda-feira, para tratar do assunto, e na terça os partidos do “Centrão” se reuniram e fincaram pé no lançamento de uma candidatura do bloco, o que deve acontecer logo depois da reunião que marcaram para o dia 22 próximo. Há uma racha anunciado na base de Temer, pois os partidos da antiga oposição ao PT – PSDB, DEM e PPS – não admitem apoiar um nome do Centrão. Depois do jantar com Temer, os tucanos passaram a admitir o apoio ao atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), desistindo da candidatura própria. Maia, entretanto, só poderá concorrer se conseguir aprovar uma mudança no regimento que permita a reeleição dentro da mesma legislatura. Hoje, ela só é permitida quando ocorre a renovação da Câmara, depois de uma eleição parlamentar. Sem os votos do Centrão, a mudança não prospera.
No jantar com os tucanos Temer expressou sua preocupação com o racha: se houver disputa dentro de sua base, as sequelas poderão comprometer a votação das reformas que ele está empurrando para 2017, como a previdenciária e a trabalhista. Pregou a unidade, pedindo o empenho dos tucanos pela construção de uma candidatura governista de unidade, Dificilmente isso acontecerá, a não ser que PSDB, DEM e PPS assimilem a escolha de um nome do Centrão. No Senado o bloco liderado pelos tucanos não terá chance, pois ali a bancada majoritária é a do PMDB. E o candidato até já tem nome. É Eunício Oliveira, apoiado por Renan Calheiros.
O Centrão é composto por 13 partidos médios e pequenos e reúne cerca de 200 deputados. Para ser eleito, um candidato precisa obter a maioria absoluta de votos, ou 257. Logo, com alguns acordos o Centrão poderá obter os 57 votos faltantes. Já o bloco da antiga oposição tem apenas 85. Chega a 116 se atrair o PSB, que hoje é governista.
A escolha do Centrão tende a recair sobre o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) , que foi presidente da comissão especial do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara e disputou a presidência com Rodrigo Maia para o mandato tampão em curso, que complementa o período para o qual Eduardo Cunha foi eleito. Mas tem se apresentado também como pré-candidato o relator do processo de impeachment na Câmara, Jovair Arantes (PTB-GO), que é taxativo: “estamos buscando a convergência, não haverá trombada entre nós“.
Mas com o outro bloco da base, a trombada é quase inevitável. Maia seria o melhor candidato da tríade PSDB-DEM-PPS, pois agrada ao Planalto e tem capacidade para atrair apoios de outros partidos, inclusive da atual oposição. Na eleição para a substituição de Cunha, teve votos do PT, do PC do B e da Rede, por exemplo. Mas ele enfrenta o problema regimental, que dificilmente será contornado sem os votos do Centrão. Os nomes cogitados pelos tucanos eram o de Antonio Imbassahy (BA), líder da bancada, o do Carlos Sampaio (SP) e o do atual ministro das Cidades, Bruno Araújo. Os três foram articuladores agressivos do golpe contra Dilma, especialmente Sampaio, tido como o “pitbull” do PSDB. Como nenhum deles seria apoiado pelos partidos de esquerda, só teriam chances se fossem assimilados pelo Centrão. E não serão. Por isso mesmo admitiram se retirar da disputa, ficando com um crédito junto a Temer e a Maia.
Aliás, o PT, com a segunda maior bancada, de 58 deputados, terá um papel importante nesta disputa. Terá que escolher entre lançar um nome próprio para marcar posição ou fazer uma opção pragmática pelo nome que reduzir os danos que já sofre na condição de partido apeado do poder e derrotado na eleição municipal. Foi o que fez ao liberar a bancada depois da cassação de Cunha, permitindo que boa parte dos deputados votasse em Maia. Embora fiel a Temer e à sua agenda, Maia fez alguns gestos pacificadores dentro da Casa. Com outro, as coisas ainda estariam piores para o PT. Mas sua candidatura, por ora, ainda carece de viabilidade.
Se o racha anunciado se confirmar, a partir de fevereiro começa outro tempo para Temer. As sequelas terão mesmo reflexos sobre a votação de reformas que devem provocar fortes reações sociais. Possivelmente maiores que as provocadas pela PEC 55. Depois da disputa que parece inevitável, Temer terá que negociar mais, conceder mais, gastar mais, liberar mais emendas, apesar do discurso da austeridade. Se a economia continuar travada e o presidente, impopular, mais complicadas serão estas negociações.
A eleição do presidente da Câmara para o biênio 2017-2018, marcada para primeiro de fevereiro próximo, foi objeto de duas pajelanças nas últimas horas. Temer jantou com os tucanos Aécio Neves e Tasso Jereissati na segunda-feira, para tratar do assunto, e na terça os partidos do “Centrão” se reuniram e fincaram pé no lançamento de uma candidatura do bloco, o que deve acontecer logo depois da reunião que marcaram para o dia 22 próximo. Há uma racha anunciado na base de Temer, pois os partidos da antiga oposição ao PT – PSDB, DEM e PPS – não admitem apoiar um nome do Centrão. Depois do jantar com Temer, os tucanos passaram a admitir o apoio ao atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), desistindo da candidatura própria. Maia, entretanto, só poderá concorrer se conseguir aprovar uma mudança no regimento que permita a reeleição dentro da mesma legislatura. Hoje, ela só é permitida quando ocorre a renovação da Câmara, depois de uma eleição parlamentar. Sem os votos do Centrão, a mudança não prospera.
No jantar com os tucanos Temer expressou sua preocupação com o racha: se houver disputa dentro de sua base, as sequelas poderão comprometer a votação das reformas que ele está empurrando para 2017, como a previdenciária e a trabalhista. Pregou a unidade, pedindo o empenho dos tucanos pela construção de uma candidatura governista de unidade, Dificilmente isso acontecerá, a não ser que PSDB, DEM e PPS assimilem a escolha de um nome do Centrão. No Senado o bloco liderado pelos tucanos não terá chance, pois ali a bancada majoritária é a do PMDB. E o candidato até já tem nome. É Eunício Oliveira, apoiado por Renan Calheiros.
O Centrão é composto por 13 partidos médios e pequenos e reúne cerca de 200 deputados. Para ser eleito, um candidato precisa obter a maioria absoluta de votos, ou 257. Logo, com alguns acordos o Centrão poderá obter os 57 votos faltantes. Já o bloco da antiga oposição tem apenas 85. Chega a 116 se atrair o PSB, que hoje é governista.
A escolha do Centrão tende a recair sobre o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) , que foi presidente da comissão especial do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara e disputou a presidência com Rodrigo Maia para o mandato tampão em curso, que complementa o período para o qual Eduardo Cunha foi eleito. Mas tem se apresentado também como pré-candidato o relator do processo de impeachment na Câmara, Jovair Arantes (PTB-GO), que é taxativo: “estamos buscando a convergência, não haverá trombada entre nós“.
Mas com o outro bloco da base, a trombada é quase inevitável. Maia seria o melhor candidato da tríade PSDB-DEM-PPS, pois agrada ao Planalto e tem capacidade para atrair apoios de outros partidos, inclusive da atual oposição. Na eleição para a substituição de Cunha, teve votos do PT, do PC do B e da Rede, por exemplo. Mas ele enfrenta o problema regimental, que dificilmente será contornado sem os votos do Centrão. Os nomes cogitados pelos tucanos eram o de Antonio Imbassahy (BA), líder da bancada, o do Carlos Sampaio (SP) e o do atual ministro das Cidades, Bruno Araújo. Os três foram articuladores agressivos do golpe contra Dilma, especialmente Sampaio, tido como o “pitbull” do PSDB. Como nenhum deles seria apoiado pelos partidos de esquerda, só teriam chances se fossem assimilados pelo Centrão. E não serão. Por isso mesmo admitiram se retirar da disputa, ficando com um crédito junto a Temer e a Maia.
Aliás, o PT, com a segunda maior bancada, de 58 deputados, terá um papel importante nesta disputa. Terá que escolher entre lançar um nome próprio para marcar posição ou fazer uma opção pragmática pelo nome que reduzir os danos que já sofre na condição de partido apeado do poder e derrotado na eleição municipal. Foi o que fez ao liberar a bancada depois da cassação de Cunha, permitindo que boa parte dos deputados votasse em Maia. Embora fiel a Temer e à sua agenda, Maia fez alguns gestos pacificadores dentro da Casa. Com outro, as coisas ainda estariam piores para o PT. Mas sua candidatura, por ora, ainda carece de viabilidade.
Se o racha anunciado se confirmar, a partir de fevereiro começa outro tempo para Temer. As sequelas terão mesmo reflexos sobre a votação de reformas que devem provocar fortes reações sociais. Possivelmente maiores que as provocadas pela PEC 55. Depois da disputa que parece inevitável, Temer terá que negociar mais, conceder mais, gastar mais, liberar mais emendas, apesar do discurso da austeridade. Se a economia continuar travada e o presidente, impopular, mais complicadas serão estas negociações.
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