Editorial do site Vermelho:
Historicamente a força das ruas teve participação direta nos principais momentos de viragem política e social no Brasil. Foi assim na década de 1880, quando teve papel decisivo na luta contra a escravidão que levou à abolição em 1888. E contra a monarquia, que culminou com a proclamação da República, em 1889. Igualmente nas décadas seguintes, como a chamada Campanha Civilista dos anos 1910 e nos movimentos populares da década de 1920, que culminaram com a revolução de 1930.
A força das ruas se manifestou no final do Estado Novo (1945) e no apoio à Constituinte de 1946; nas campanhas memoráveis da década de 1950 (sobretudo O Petróleo é Nosso!) e em defesa das Reformas de Base, no governo de João Goulart.
Um século depois da mobilização abolicionista, esta força marcou o final da ditadura militar, em 1985 – com a gigantesca campanha das Diretas Já e, depois, em defesa da candidatura de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral da ditadura.
Em pelo menos duas ocasiões a direita teve força nas ruas, com consequências nefastas. Uma delas foi nos dias que antecederam o golpe militar de 1964, que depôs o presidente João Goulart. O resultado foi a ditadura que, nos 21 anos seguintes, infelicitou o país.
O outro momento desse domínio das ruas pela direita foi o que levou ao golpe midiático-parlamentar-judicial de 2016, que afastou a presidenta legítima Dilma Rousseff e levou Michel Temer ao cargo máximo do país.
Foram momentos nos quais parte do povo foi às ruas iludido por acusações de corrupção contra governantes legítimos, agravadas pelo medo da subversão insuflado por uma mídia extremamente conservadora e manipuladora.
Mesmo assim são mobilizações que, contraditoriamente, a direita teme. A bandeira moralizante que agita mal esconde seu programa antidemocrático, antipopular e antinacional, o qual impõe ao país assim que passa a controlar o poder maior.
Situação que o povo brasileiro presencia nestes poucos meses depois da ascensão de Michel Temer ao governo. Exemplos maiores do retrocesso são a investidas contra direitos duramente conquistados, com a aprovação da PEC do teto dos gastos (que corta verbas governamentais nas áreas da saúde, educação e investimentos públicos previstos na Constituição), e agora contra a aposentadoria, a legislação trabalhista e a regulamentação das relações entre capital e trabalho.
As chamadas reformas da Previdência e trabalhista são clara e diretamente compreendidas pela população, formada em sua imensa maioria por trabalhadores que não aceitam a ceifa de direitos que o governo golpista tenta promover.
Neste contexto os sinais que a rua emite são fortes. O mês de março indicou uma importante mudança na conjuntura: as manifestações de mulheres e trabalhadores, nos dias 8 e 15, apontaram para a retomada da força da luta contra as investidas do governo golpista, e o fiasco da direita, no dia 26, revelou a perda de capacidade de mobilização daqueles que, nos meses anteriores, haviam conseguido manipular o sentimento popular para afastar Dilma Rousseff da presidência.
A atual retomada da força das ruas traz outra notícia auspiciosa: ela une na ação política todas as centrais sindicais (Central ds Sindicatos Brasileiros – CSB; Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB; Central Única dos Trabalhadores – CUT; Força Sindical – FS; Nova Central Sindical de Trabalhadores – NCST; União Geral dos Trabalhadores – UGT; Central Geral dos Trabalhadores do Brasil – CGTB; Intersindical; CSP-Conlutas).
Elas se uniram e convocaram a greve geral para o dia 28 de abril, com a realização do “esquenta” em 31 de março, o Dia Nacional de Mobilização Rumo à Greve Geral.
A unidade não é só das centrais sindicais – ela inclui também os movimentos sociais e os partidos de esquerda e democráticos. Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, e os partidos da esquerda que se uniram para garantir o êxito da greve geral contra a reforma da Previdência e a favor da aposentadoria, e contra a reforma trabalhista que precariza o trabalho e extingue direitos sociais.
Historicamente a força das ruas teve participação direta nos principais momentos de viragem política e social no Brasil. Foi assim na década de 1880, quando teve papel decisivo na luta contra a escravidão que levou à abolição em 1888. E contra a monarquia, que culminou com a proclamação da República, em 1889. Igualmente nas décadas seguintes, como a chamada Campanha Civilista dos anos 1910 e nos movimentos populares da década de 1920, que culminaram com a revolução de 1930.
A força das ruas se manifestou no final do Estado Novo (1945) e no apoio à Constituinte de 1946; nas campanhas memoráveis da década de 1950 (sobretudo O Petróleo é Nosso!) e em defesa das Reformas de Base, no governo de João Goulart.
Um século depois da mobilização abolicionista, esta força marcou o final da ditadura militar, em 1985 – com a gigantesca campanha das Diretas Já e, depois, em defesa da candidatura de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral da ditadura.
Em pelo menos duas ocasiões a direita teve força nas ruas, com consequências nefastas. Uma delas foi nos dias que antecederam o golpe militar de 1964, que depôs o presidente João Goulart. O resultado foi a ditadura que, nos 21 anos seguintes, infelicitou o país.
O outro momento desse domínio das ruas pela direita foi o que levou ao golpe midiático-parlamentar-judicial de 2016, que afastou a presidenta legítima Dilma Rousseff e levou Michel Temer ao cargo máximo do país.
Foram momentos nos quais parte do povo foi às ruas iludido por acusações de corrupção contra governantes legítimos, agravadas pelo medo da subversão insuflado por uma mídia extremamente conservadora e manipuladora.
Mesmo assim são mobilizações que, contraditoriamente, a direita teme. A bandeira moralizante que agita mal esconde seu programa antidemocrático, antipopular e antinacional, o qual impõe ao país assim que passa a controlar o poder maior.
Situação que o povo brasileiro presencia nestes poucos meses depois da ascensão de Michel Temer ao governo. Exemplos maiores do retrocesso são a investidas contra direitos duramente conquistados, com a aprovação da PEC do teto dos gastos (que corta verbas governamentais nas áreas da saúde, educação e investimentos públicos previstos na Constituição), e agora contra a aposentadoria, a legislação trabalhista e a regulamentação das relações entre capital e trabalho.
As chamadas reformas da Previdência e trabalhista são clara e diretamente compreendidas pela população, formada em sua imensa maioria por trabalhadores que não aceitam a ceifa de direitos que o governo golpista tenta promover.
Neste contexto os sinais que a rua emite são fortes. O mês de março indicou uma importante mudança na conjuntura: as manifestações de mulheres e trabalhadores, nos dias 8 e 15, apontaram para a retomada da força da luta contra as investidas do governo golpista, e o fiasco da direita, no dia 26, revelou a perda de capacidade de mobilização daqueles que, nos meses anteriores, haviam conseguido manipular o sentimento popular para afastar Dilma Rousseff da presidência.
A atual retomada da força das ruas traz outra notícia auspiciosa: ela une na ação política todas as centrais sindicais (Central ds Sindicatos Brasileiros – CSB; Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB; Central Única dos Trabalhadores – CUT; Força Sindical – FS; Nova Central Sindical de Trabalhadores – NCST; União Geral dos Trabalhadores – UGT; Central Geral dos Trabalhadores do Brasil – CGTB; Intersindical; CSP-Conlutas).
Elas se uniram e convocaram a greve geral para o dia 28 de abril, com a realização do “esquenta” em 31 de março, o Dia Nacional de Mobilização Rumo à Greve Geral.
A unidade não é só das centrais sindicais – ela inclui também os movimentos sociais e os partidos de esquerda e democráticos. Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, e os partidos da esquerda que se uniram para garantir o êxito da greve geral contra a reforma da Previdência e a favor da aposentadoria, e contra a reforma trabalhista que precariza o trabalho e extingue direitos sociais.
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