Da Rede Brasil Atual:
A filha do ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, Miruna, lançou na noite de ontem (17) o livro Felicidade fechada, após o debate “O linchamento midiático no Brasil”, realizado no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo. Pedagoga, ela dividiu a mesa com os jornalistas Paulo Moreira Leite e Maria Inês Nassif. Genoino assistiu ao debate na plateia.
Miruna destaca dois aspectos de Felicidade fechada: o livro reconta a história do pai, condenado antecipadamente pela mídia tradicional antes mesmo de ser julgado no âmbito da Ação Penal 470, o chamado “mensalão”, e fala das angústias e sofrimento das pessoas da família de uma pessoa colocada na situação do petista.
Toda a experiência, diz a autora, mostra no contexto de hoje, quando o “linchamento” midiático continua a avançar no país, “que a gente precisa estar atenta para o modo como a mídia julga as pessoas antes que o processo aconteça”.
Ela conta que a realização do livro mostrou a força de outros canais além da “grande imprensa”. A ideia da obra começou a se concretizar a partir de uma simples postagem no facebook. “Os amigos compartilhavam e com isso eu conseguia contar coisas diferentes do que era veiculado.”
Já do lado da mídia comercial, a história de José Genoino é anterior e bem diferente daquela que ela e a família conseguiram disseminar pelas redes sociais. A versão bombardeada por jornais, revistas e televisão, com destaque para a Rede Globo, desencadeou o massacre da reputação e a condenação antecipada, desfecho semelhante a de outros políticos, como José Dirceu.
“Meu pai foi condenado sem provas antes até do julgamento, quando decidiram transmitir o julgamento pela televisão”, disse Miruna à RBA. “Com isso, conseguiram tirá-lo do cenário político. Além de julgá-lo antecipadamente, nenhum respeito foi dado à família. Existe uma família por trás. Todas as pessoas, culpadas ou inocentes, como meu pai, merecem respeito.” Para ela, o ex-presidente do PT “poderia estar fazendo muita coisa hoje”.
Depois de todo o processo, Miruna avalia que Genoino, ao final, e com a publicação do livro, se saiu fortalecido. “Mas teve que sair da política.”
No debate, ela contou que a família passou por dois momentos: o das denúncias e o dos julgamentos. “O momento das denúncias foi muito mais difícil, a gente se sentiu sozinho, os amigos se afastaram, e a mídia alternativa não chegava com a força que chega hoje. A gente não tinha canal. O canal era o e-mail.”
Com a expansão das redes sociais, o apoio cresceu. “As coisas mudaram bastante do ponto de vista do apoio. A gente continuou sofrendo linchamento, mas se fortaleceu e abriram outros espaços para encontrar apoio.”
A conclusão, diz Miruna, é que a luta pela verdade compensa. “Apesar do linchamento midiático da grande mídia, vale a pena cavar espaços para recontar e contar outra história. Conseguimos esse espaço falando a verdade e utilizando a palavra escrita. Fruto da minha veia de educadora”, contou.
A filha do ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, Miruna, lançou na noite de ontem (17) o livro Felicidade fechada, após o debate “O linchamento midiático no Brasil”, realizado no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo. Pedagoga, ela dividiu a mesa com os jornalistas Paulo Moreira Leite e Maria Inês Nassif. Genoino assistiu ao debate na plateia.
Miruna destaca dois aspectos de Felicidade fechada: o livro reconta a história do pai, condenado antecipadamente pela mídia tradicional antes mesmo de ser julgado no âmbito da Ação Penal 470, o chamado “mensalão”, e fala das angústias e sofrimento das pessoas da família de uma pessoa colocada na situação do petista.
Toda a experiência, diz a autora, mostra no contexto de hoje, quando o “linchamento” midiático continua a avançar no país, “que a gente precisa estar atenta para o modo como a mídia julga as pessoas antes que o processo aconteça”.
Ela conta que a realização do livro mostrou a força de outros canais além da “grande imprensa”. A ideia da obra começou a se concretizar a partir de uma simples postagem no facebook. “Os amigos compartilhavam e com isso eu conseguia contar coisas diferentes do que era veiculado.”
Já do lado da mídia comercial, a história de José Genoino é anterior e bem diferente daquela que ela e a família conseguiram disseminar pelas redes sociais. A versão bombardeada por jornais, revistas e televisão, com destaque para a Rede Globo, desencadeou o massacre da reputação e a condenação antecipada, desfecho semelhante a de outros políticos, como José Dirceu.
“Meu pai foi condenado sem provas antes até do julgamento, quando decidiram transmitir o julgamento pela televisão”, disse Miruna à RBA. “Com isso, conseguiram tirá-lo do cenário político. Além de julgá-lo antecipadamente, nenhum respeito foi dado à família. Existe uma família por trás. Todas as pessoas, culpadas ou inocentes, como meu pai, merecem respeito.” Para ela, o ex-presidente do PT “poderia estar fazendo muita coisa hoje”.
Depois de todo o processo, Miruna avalia que Genoino, ao final, e com a publicação do livro, se saiu fortalecido. “Mas teve que sair da política.”
No debate, ela contou que a família passou por dois momentos: o das denúncias e o dos julgamentos. “O momento das denúncias foi muito mais difícil, a gente se sentiu sozinho, os amigos se afastaram, e a mídia alternativa não chegava com a força que chega hoje. A gente não tinha canal. O canal era o e-mail.”
Com a expansão das redes sociais, o apoio cresceu. “As coisas mudaram bastante do ponto de vista do apoio. A gente continuou sofrendo linchamento, mas se fortaleceu e abriram outros espaços para encontrar apoio.”
A conclusão, diz Miruna, é que a luta pela verdade compensa. “Apesar do linchamento midiático da grande mídia, vale a pena cavar espaços para recontar e contar outra história. Conseguimos esse espaço falando a verdade e utilizando a palavra escrita. Fruto da minha veia de educadora”, contou.
Moro e inquérito militar
Para Maria Inês Nassif, o livro faz pensar na responsabilidade sobre a vida das pessoas e o que o jornalismo pode provocar nesse sentido. Por isso, disse, nunca pensou em ser jornalista investigativa. “O que aconteceria com as pessoas se eu estivesse errado?”
Maria Inês citou o famoso caso da Escola Base (1994) como paradigmático da destruição que o jornalismo pode provocar na família das pessoas. A intenção política por trás da atual onda de denúncias mostra que “a gente aprendeu pouco com a história”. Ela lembra que, como hoje, o udenismo e o lacerdismo (referência ao empresário e político Carlos Lacerda) “foram parte da estratégia de negação da política para derrubar um governo”. Para isso, é necessário destruir reputações. “A justiça do (Sérgio) Moro nada mais é do que um inquérito policial militar. Em nada difere. Os opositores vão sendo derrubados um a um.”
Para Paulo Moreira Leite, “hoje estamos vendo uma situação de linchamento de consciências, de direitos e de nossa história”.
Para Maria Inês Nassif, o livro faz pensar na responsabilidade sobre a vida das pessoas e o que o jornalismo pode provocar nesse sentido. Por isso, disse, nunca pensou em ser jornalista investigativa. “O que aconteceria com as pessoas se eu estivesse errado?”
Maria Inês citou o famoso caso da Escola Base (1994) como paradigmático da destruição que o jornalismo pode provocar na família das pessoas. A intenção política por trás da atual onda de denúncias mostra que “a gente aprendeu pouco com a história”. Ela lembra que, como hoje, o udenismo e o lacerdismo (referência ao empresário e político Carlos Lacerda) “foram parte da estratégia de negação da política para derrubar um governo”. Para isso, é necessário destruir reputações. “A justiça do (Sérgio) Moro nada mais é do que um inquérito policial militar. Em nada difere. Os opositores vão sendo derrubados um a um.”
Para Paulo Moreira Leite, “hoje estamos vendo uma situação de linchamento de consciências, de direitos e de nossa história”.
1 comentários:
Puxa. Eu tenho o livro inclusive colaborei para ser impresso . Recebi. Mas não soube que iria fazer o lançamento no Barão de Itarare. Foi pena. Gostaria de dar um grande abraço no Genuíno e na Miruna. Mas fica aqui registrado. Ralph Panzutti
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