Por Luiz Caetano, no blog Viomundo:
No final do século XIX, os ideais do socialismo comandavam o debate do futuro da humanidade. Mas o capitalismo, com seus trejeitos e malabarismos, foi inventando formas e usando suas marionetes para perpetuar-se na exploração, cada vez mais assustadora, dos meios de produção.
Aprofundando desigualdades, num estágio crescente de desequilíbrio do Planeta e da vida humana em sociedade, o capitalismo inventou até com certa genialidade, no campo político, o que chamou de Social Democracia ou Estado de Bem Estar Social.
Um instrumento eficiente para perpetuar a mais valia, a exploração do trabalho, a concentração de rendas e a absorção de camadas da sociedade; encantadas com o dinheiro e os donos do capital. Muitos, nessa transição, oriundos diretamente dos que se aliavam aos operários e princípios socialistas.
O que se verificou nesse movimento de fundação da Social Democracia?
Aproveitando-se das teorias de John Maynard Keynes, buscou-se “humanizar” o capitalismo, acrescentando-lhe um pouquinho de igualdade e liberdade. Surge, então, o Estado de Bem Estar Social, sobretudo na velha Europa, tendo o Estado como centro da organização econômica, promovendo intervenções anticíclicas na economia, aumentando a demanda interna e buscando o aquecimento da economia.
Esse era o ideário da Social Democracia, que em 25 de junho de 1988, em pleno período das festas juninas, foi solenemente apresentado por Franco Montoro e Mário Covas, anunciando o futuro do Brasil, em meio aos grandes debates populares, na elaboração da nova Constituição Cidadã de 5 de outubro de 1988.
Era o Compromisso com a Democracia, o Estado de Bem Estar Social em Pindorama, a consolidação dos direitos individuais e coletivos, a defesa da soberania nacional, a ordem social justa, o pluralismo de ideias, culturas e etnias, o desenvolvimento econômico com a prevalência do trabalho sobre o capital.
Este é o arcabouço programático da nova social democracia, surgida no Brasil com o PSDB. Em tão pouco tempo, porém, o que assistimos?
O PSDB entrou em crise de identidade. Seus eleitores e membros vivem a maior crise existencial que se tem notícia na história política brasileira. Com mais intensidade do que a que verificamos na Inglaterra, com o Partido Trabalhista de Toni Blair; ou na Alemanha, com o Partido Social Democrata.
A paixão arrebatadora pelo capital transformou rapidamente o PSDB no Partido do Neoliberalismo Brasileiro. Talvez por ciúmes da velha ARENA, do Brasil Colônia, hoje chamado de DEM, que são os porta-vozes do capitalismo selvagem, da desigualdade social, da exploração do trabalho infantil e trabalho escravo, do fim da legislação trabalhista e fim dos direitos sociais.
O Partido do extermínio da aposentadoria para o cidadão menos contemplado com as riquezas produzidas no País, talvez por ciúmes ou inveja mal explicada, o PSDB de Franco Montoro transformou-se no partido de Temer, da Pinguela Para o Futuro, do golpe à democracia, das parcerias estranhas e espúrias com o submundo da política, do suicídio político perante a sociedade a fim de sustentar um governo podre, corrupto, investigado e desmoralizado no Brasil e no exterior.
Depois de 13 anos varrido das urnas presidenciais, espaço que ocupou por obra e graça de um grande brasileiro, Itamar Franco, responsável pela ascensão de FHC ao poder, e ingratamente escondido e esquecido no ninho tucano, a Social Democracia Brasileira se atrapalhou no seu itinerário, abraçou um programa temeroso, neoliberal e perverso, fruto de um golpe de estado, negando seu estatuto, sua história e razão de ser, para atacar direitos sociais e trabalhistas duramente conquistados no Brasil, com sangue suor e lágrimas do movimento operário brasileiro.
Assim, após quatro derrotas presidenciais, encontramos uma força política da ex-social democracia desfigurada, envolvida em graves escândalos, seu presidente afastado do mandato de senador e na iminência de uma prisão, e, o que é pior, submetendo seus membros e eleitores a defender um presidente acusado, investigado pela polícia federal, repudiado por 95% da sociedade brasileira.
Esse é o triste fim dos neoliberais assassinos de direitos sociais, que passarão à história como um aglomerado de senhores feudais que, um dia, se autointitularam social-democratas do Brasil.
* Luiz Caetano é deputado federal (PT/BA) e vice-líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara.
No final do século XIX, os ideais do socialismo comandavam o debate do futuro da humanidade. Mas o capitalismo, com seus trejeitos e malabarismos, foi inventando formas e usando suas marionetes para perpetuar-se na exploração, cada vez mais assustadora, dos meios de produção.
Aprofundando desigualdades, num estágio crescente de desequilíbrio do Planeta e da vida humana em sociedade, o capitalismo inventou até com certa genialidade, no campo político, o que chamou de Social Democracia ou Estado de Bem Estar Social.
Um instrumento eficiente para perpetuar a mais valia, a exploração do trabalho, a concentração de rendas e a absorção de camadas da sociedade; encantadas com o dinheiro e os donos do capital. Muitos, nessa transição, oriundos diretamente dos que se aliavam aos operários e princípios socialistas.
O que se verificou nesse movimento de fundação da Social Democracia?
Aproveitando-se das teorias de John Maynard Keynes, buscou-se “humanizar” o capitalismo, acrescentando-lhe um pouquinho de igualdade e liberdade. Surge, então, o Estado de Bem Estar Social, sobretudo na velha Europa, tendo o Estado como centro da organização econômica, promovendo intervenções anticíclicas na economia, aumentando a demanda interna e buscando o aquecimento da economia.
Esse era o ideário da Social Democracia, que em 25 de junho de 1988, em pleno período das festas juninas, foi solenemente apresentado por Franco Montoro e Mário Covas, anunciando o futuro do Brasil, em meio aos grandes debates populares, na elaboração da nova Constituição Cidadã de 5 de outubro de 1988.
Era o Compromisso com a Democracia, o Estado de Bem Estar Social em Pindorama, a consolidação dos direitos individuais e coletivos, a defesa da soberania nacional, a ordem social justa, o pluralismo de ideias, culturas e etnias, o desenvolvimento econômico com a prevalência do trabalho sobre o capital.
Este é o arcabouço programático da nova social democracia, surgida no Brasil com o PSDB. Em tão pouco tempo, porém, o que assistimos?
O PSDB entrou em crise de identidade. Seus eleitores e membros vivem a maior crise existencial que se tem notícia na história política brasileira. Com mais intensidade do que a que verificamos na Inglaterra, com o Partido Trabalhista de Toni Blair; ou na Alemanha, com o Partido Social Democrata.
A paixão arrebatadora pelo capital transformou rapidamente o PSDB no Partido do Neoliberalismo Brasileiro. Talvez por ciúmes da velha ARENA, do Brasil Colônia, hoje chamado de DEM, que são os porta-vozes do capitalismo selvagem, da desigualdade social, da exploração do trabalho infantil e trabalho escravo, do fim da legislação trabalhista e fim dos direitos sociais.
O Partido do extermínio da aposentadoria para o cidadão menos contemplado com as riquezas produzidas no País, talvez por ciúmes ou inveja mal explicada, o PSDB de Franco Montoro transformou-se no partido de Temer, da Pinguela Para o Futuro, do golpe à democracia, das parcerias estranhas e espúrias com o submundo da política, do suicídio político perante a sociedade a fim de sustentar um governo podre, corrupto, investigado e desmoralizado no Brasil e no exterior.
Depois de 13 anos varrido das urnas presidenciais, espaço que ocupou por obra e graça de um grande brasileiro, Itamar Franco, responsável pela ascensão de FHC ao poder, e ingratamente escondido e esquecido no ninho tucano, a Social Democracia Brasileira se atrapalhou no seu itinerário, abraçou um programa temeroso, neoliberal e perverso, fruto de um golpe de estado, negando seu estatuto, sua história e razão de ser, para atacar direitos sociais e trabalhistas duramente conquistados no Brasil, com sangue suor e lágrimas do movimento operário brasileiro.
Assim, após quatro derrotas presidenciais, encontramos uma força política da ex-social democracia desfigurada, envolvida em graves escândalos, seu presidente afastado do mandato de senador e na iminência de uma prisão, e, o que é pior, submetendo seus membros e eleitores a defender um presidente acusado, investigado pela polícia federal, repudiado por 95% da sociedade brasileira.
Esse é o triste fim dos neoliberais assassinos de direitos sociais, que passarão à história como um aglomerado de senhores feudais que, um dia, se autointitularam social-democratas do Brasil.
* Luiz Caetano é deputado federal (PT/BA) e vice-líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara.
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