Por Adalberto Monteiro, na revista Princípios:
Um escândalo atrás do outro, uma punhalada seguida de outra ainda mais funda, nas costas dos trabalhadores, crimes de lesa-pátria sequenciados... Assim, na lama da indignidade, Michel Temer arrasta-se. Chegará até 2018? Mesmo aos farrapos, com seu governo podre, ao custo de sangrar farta e criminosamente o povo brasileiro?
Um escândalo atrás do outro, uma punhalada seguida de outra ainda mais funda, nas costas dos trabalhadores, crimes de lesa-pátria sequenciados... Assim, na lama da indignidade, Michel Temer arrasta-se. Chegará até 2018? Mesmo aos farrapos, com seu governo podre, ao custo de sangrar farta e criminosamente o povo brasileiro?
Rejeitado pela quase totalidade dos cidadãos e cidadãs, é de se questionar como se sustenta e quem o mantém, mesmo cambaleante, à frente da Presidência da República.
As classes dominantes, o consórcio golpista que entronizaram Temer, momentaneamente, estão divididos. Uma parte, com a Globo e a Lava Jato à frente, quer a sua queda, embora siga e continue respaldando as reformas trabalhista e da Previdência, e outros duros ataques contra os direitos do povo e os interesses da Nação.
Outra parte – grandes banqueiros e empresários, a chamada plutocracia, um setor da mídia, a retalhos – vai dando, de modo vacilante e instável, a sobrevida ao usurpador da cadeira presidencial. Desde, é claro, que siga, mesmo que pela metade, entregando a mercadoria: cortando direitos do povo, dos trabalhadores, e dilapidando o patrimônio nacional, como fazem com a venda de ativos da Petrobras.
Esse setor da plutocracia que apoia Temer, o faz, também, na busca de alguma proteção contra a Lava Jato. Quando essa Operação focava somente o PT e a esquerda em geral, bem como o rol de empresas que mais se relacionaram com os governos Lula e Dilma, tais parcelas das classes dominantes aplaudiram os “paladinos” de Curitiba. Grandes bancos que escaparam até aqui das devassas, julgaram que, com Temer, poderiam ter destino diferente do que tiveram, entre outras, a Odebrecht e a JBS.
Temer já teria caído não fora o apoio do PSDB e de um elenco de parlamentares de várias legendas do chamado centrão, que tem servido de escora ao edifício “balança, mas não cai” que se tornou o Palácio do Planalto. Apoio escancaradamente comprado com cargos, verbas, benesses do Governo Federal. Os jornalões dão a conta de R$ 1 bilhão para contemplar as emendas parlamentares de cerca de 300 deputados e senadores.
No início de julho, entretanto, irrompeu uma nova contradição no consórcio golpista. Temer, completamente desmoralizado, vai se tornando imprestável aos olhos do grande empresariado e uma cruz bastante pesada para a base conservadora que o sustenta no Congresso Nacional.
Aumenta a incerteza quanto à capacidade de Temer chegar ao final do mandato que usurpou. De qualquer modo, o campo conservador, em qualquer cenário, tende a manter-se convergente em torno de três objetivos: realizar as reformas ultraliberais, impedir as Diretas Já e excluir o ex-presidente Lula da disputa de 2018.
Os partidários do Brasil e da classe trabalhadora devem prosseguir empreendendo tenaz resistência à regressão em toda a linha patrocinada pelo governo golpista. Ao mesmo tempo, devem repelir a fragmentação e, no transcurso das batalhas, irem se agregando, se unindo, costurando, tecendo uma frente ampla democrática, patriótica, popular, em torno de uma mensagem, de um programa e de uma prática, que reacendam a esperança do povo brasileiro.
Essa mensagem deverá ter como ponto de partida: levantar o Brasil do chão e voltar a fortalecer a soberania nacional, promover a retomada da produção e do crescimento econômico, a geração de empregos, assegurar os direitos do povo e dos trabalhadores, restaurar a democracia e o Estado Democrático de Direito.
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