Uma notícia publicada no excelente site Sul-21 poderia ser a base para o pedido de abertura de um processo contra a senadora Ana Amélia Lemos, ex-serviçal da RBS/Globo, por incitação à violência e ao ódio fascista. “Durante a convenção estadual do PP, neste sábado (24), a senadora parabenizou os ruralistas que protagonizaram durante a semana cenas de selvageria para protestar e impedir o direito de ir e vir da caravana que o ex-presidente Lula realizou pelo interior do Estado entre segunda (19) e sexta-feira (23)... Em seu discurso, ela disse: ‘Quero parabenizar Bagé, Santa Maria, Passo Fundo, São Borja. Botaram a correr aquele povo que foi lá levando um condenado se queixando da democracia. Atirar ovo, levantar o relho, mostra onde estão os gaúchos’”.
Na prática, a moralista sem moral incitou a violência praticada pelas milícias fascistas – e que, segundo a direção nacional do PT, será motivo de denúncia internacional em órgãos como a ONU. Como relata o site Sul-21, “em diversas ocasiões durante a semana, manifestações organizadas por sindicatos rurais culminaram em agressões à caravana e aos apoiadores do ex-presidente. Em Santa Maria, na terça-feira (20), enquanto Lula participava de ato fechado com a reitoria da UFSM, manifestantes contrários ao evento partiram para cima de pessoas que acompanhavam a visita, na sua maioria estudantes. Em Cruz Alta, quatro apoiadoras do ex-presidente foram agredidas. Em outras ocasiões, como em Bagé e São Borja, ovos e pedras foram atirados contra os ônibus que participavam da caravana, chegando a quebrar vidros dos veículos. Além disso, em diversos momentos pessoas armadas foram flagradas participando de atos anti-Lula e um carro carregado de artefatos explosivos foi apreendido”.
O discurso na convenção do PP da senadora Ana Amélia não causa surpresas. Ela é uma expressão grotesca do reacionarismo que tomou conta do país desde a cavalgada golpista que alçou ao poder a quadrilha de Michel Temer. Viúva do senador biônico Octávio Omar Cardoso, um dos expoentes da direita gaúcha durante a ditadura militar, ela só se elegeu em 2010 graças à exposição nos veículos da RBS – afiliada da TV Globo no Sul do país – e ao apoio dos ruralistas e das milícias fascistas do Estado. Nas eleições presidenciais de 2014, ela apoiou o cambaleante tucano Aécio Neves. Já na vergonhosa sessão do Senado que aprovou o impeachment de Dilma Rousseff, em agosto de 2016, ela virou motivo de chacota nas redes sociais ao afirmar que sentia “muita alegria de ser golpista”.
No final do ano passado, Ana Amélia voltou a bombar nas redes sociais após divulgar mentiras contra o MST. Como registrou o site Socialista Morena, “a senadora protagonizou nesta segunda-feira, 6 de novembro, uma patética cena ao embarcar em uma fake news publicada pelo site O Antagonista, conhecido na rede por divulgar notícias falsas e duvidosas. Sem se certificar do ocorrido, Ana Amélia subiu à tribuna no plenário do Senado, espalhou a falsa notícia e aproveitou para espumar ódio ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra e ao ex-presidente Lula, acusando o MST de ter invadido uma área produtiva em Correntina, na Bahia”. Na ocasião, ela já mereceria a abertura de processo pelos crimes de calúnia e difamação. Agora, porém, é mais grave. No discurso na convenção do PP, a ex-serviçal da RBS/Globo defendeu abertamente os atos dos terroristas fascistas.
Em tempo: A fascistoide Ana Amélia Lemos adora posar de vestal da ética. Mas, vale repetir, é bom desconfiar destes moralistas. Geralmente, eles tentam esconder os seus podres, ludibriando os otários. Matéria publicada em março de 2015 pela CartaCapital, assinada pelo jornalista Marcelo Pellegrini, revelou que o partido da senadora gaúcha foi um dos campeões das delações na Operação Lava-Jato. “O PP lidera a lista com folga, com o maior número de políticos investigados no escândalo de corrupção na Petrobras. Ao todo, a lista traz 33 nomes ligados ao PP, sendo seis apenas do Rio Grande do Sul”. A sorte da “ética” Ana Amélia é que a lista nunca ganhou destaque no Jornal Nacional, investigando como a grana foi usada nas campanhas eleitorais no Estado. Isto talvez explique as constantes declarações de amor da senadora ao “justiceiro” Sergio Moro.
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1 comentários:
pode denunciar, mas a esquerda e o PT têm de organizar comitês de auto defesa, só no diálogo e nas denuncias institucionais não dá certo, a lei não mete medo nos fascistas, aliás, as forças da lei os protegem, fascista só conhece a força, a esquerda tem de usar a força física necessária para escorraçar os fascistas.
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