Em São Leopoldo/RS. Foto: Ricardo Stuckert |
Não haverá, como disse aqui, “folga” para os ministros do STF até o dia 4, quando volta à pauta o habeas corpus de Lula.
Com alguns dias, foi possível saber como a “viagem” de Marco Aurélio Mello, sacada com maestria – e até assumindo um desgaste pessoal -, acabou impedindo uma manobra, possivelmente combinada entre Cármen Lúcia e Luiz Edson Fachin, para criar um fato consumado.
Fachin daria seu voto contrário e, como a ordem de votação se iniciava com Alexandre de Moares e Luiz Roberto Barroso. 3 a zero contra Lula e julgamento suspenso pelo “adiantado da hora”. Segunda-feira, o TRF confirmaria a sentença e -feito! – Lula seria preso às vésperas ou durante a Semana Santa, tranquilizando que tem medo da repercussão de sua detenção.
Com Lula já na cadeia e um placar altamente favorável, o quarto voto, de Rosa Weber, na sessão de reabertura da votação, cobraria um preço muito maior para ser dado em favor do ex-presidente.
O movimento de Mello e a presteza com que a defesa pediu de imediato a liminar de salvo-conduto desmontaram a estratégia torpe de manipulação do julgamento, começada com a antecipação do julgamento do habeas corpus em lugar das ações de inconstitucionalidade, de alcance geral e, por óbvio, muito mais adequadas, pela impessoalidade.
Agora, será pressão diária.
Os batedores de panela remanescentes – agora que a turma do Kim entrou no seu ocaso midiático – gritam nos jornais. Três deles – Eliane Cantanhede, no Estadão, e, em O Globo, Ascânio Seleme e Merval Pereira vociferam contra o Tribunal.
Invocam o pecado de que o STF mude sua jurisprudência por um habeas corpus, convenientemente esquecidos de que foi através de um habeas corpus que se estabeleceu esta inconcebível decisão de “revogar” o princípio constitucional da presunção da inocência.
Acenam com o “perigo” de que a decisão represente a libertação de centenas, milhares de condenados em segunda instância, como se todos não estivessem vendo, até pela reação dos “heróis” da Lava Jato que a decisão apenas poria fim a um conjunto de atos praticados com muitas motivações, menos a de fazer justiça.
Tudo isso porque se apavoram com a possibilidade de que Lula, em liberdade, frustre os planos de afundar de vez o Brasil no autoritarismo.
Fazem pressão, todo o tempo, com a ajuda da “Carminha” que não se envergonha de antecipar, no rádio, o voto que dará em favor desta violência.
Mas não têm para onde apontar, porque tudo que este processo de destruição da política conseguiu produzir foi um personagem sinistramente caricato: Jair Bolsonaro.
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