Por Altamiro Borges
Expressão do declínio e da degradação dos EUA, o presidente Donald Trump acaba de nomear uma homicida assumida para chefiar a famigerada CIA – a agência de espionagem e terrorismo do império. Gina Haspel ganhou notoriedade mundial ao se exibir em vídeos diante de prisioneiros espancados ou mortos. Como lembra o professor Matias Spektor, da Fundação Getúlio Vargas, a primeira mulher a dirigir a CIA “comandou um centro clandestino de tortura no auge da chamada ‘guerra ao terror’ do governo de George W. Bush. Sob sua responsabilidade, suspeitos de terrorismo foram submetidos a práticas tais como afogamento, sufocamento forçado, aplicação de drogas, privação de sono e pau de arara. À época, o endosso da Casa Branca a esse tipo de conduta contribuiu para legitimar a tortura como instrumento de política pública em todo o planeta”.
Já na gestão de Barack Obama – que manteve a ingerência imperialista no exterior, mas sempre com a aparência de maior civilidade –, Gina Haspel foi afastada do chamado Serviço Nacional Clandestino da CIA sob a acusação de promover torturas. Como registra a agência France Presse, o seu histórico prejudicava a nova imagem do império. Na época, um relatório secreto com 6.700 páginas, elaborado em 2014 pelo Comitê de Inteligência do Senado, revelou as barbaridades da agente do serviço de espionagem. Alguns documentos e vídeos até vazaram, revelando o uso de “técnicas proibidas, como a simulação de afogamento ou a privação de sono para obter confissões... O ex-presidente Barack Obama, que temia que o relatório fosse enterrado, manteve uma cópia para sua livraria presidencial de Chicago. Mas ele permanecerá classificado até 2029”.
Apesar deste histórico sinistro, Donald Trump não vacilou em nomeá-la agora para chefiar a CIA, o que reforça a suspeita de que o mundo corre grave risco com este facínora na presidência dos EUA. Conforme aponta o editorial do jornal mexicano La Jornada, publicado na sexta-feira passada (16), “a designação de Gina Haspel – uma agente veterana vinculada a práticas regulares de tortura em prisões no exterior – como nova chefa do mais poderoso serviço de inteligência do mundo, mostra uma aposta do presidente Donald Trump em aprofundar a hostilidade do seu governo para com a comunidade internacional, e escancara o caos que a atual administração estadunidense promove, e que poderia levar o planeta a tempos ainda mais obscuros para a vigência dos direitos humanos e da legalidade no contexto internacional”.
“O mais alarmante em tudo isso é o fato de que, em meio a toda essa hostilidade exalada pelo governante estadunidense, é muito difícil encontrar uma estratégia política definida e clara. Pelo contrário, tudo parece indicar que Trump se move por reações viscerais e imprevisíveis, seja para distrair a atenção interna dos múltiplos escândalos nos que está envolvido, seja para dar soluções conjunturais e imediatas aos interesses corporativos aos que ele representa, e para satisfazer os setores mais atrasados e brutais da sociedade estadunidense – os quais, no fim das contas, são os que conformam sua base eleitoral”.
Leia também:
- Donald Trump: o perigoso narcisista
- Trump e a escalada da ignorância
- Donald Trump foi racista a vida inteira
- A inspiração da política externa de Trump?
- O imprevisível, mas previsível Trump
- Janaina não foi ao ato pró-Trump na Paulista
- Um nazista na Casa Branca
- Estados Unidos, o império hidrófobo
- A agenda tóxica de Donald Trump
Expressão do declínio e da degradação dos EUA, o presidente Donald Trump acaba de nomear uma homicida assumida para chefiar a famigerada CIA – a agência de espionagem e terrorismo do império. Gina Haspel ganhou notoriedade mundial ao se exibir em vídeos diante de prisioneiros espancados ou mortos. Como lembra o professor Matias Spektor, da Fundação Getúlio Vargas, a primeira mulher a dirigir a CIA “comandou um centro clandestino de tortura no auge da chamada ‘guerra ao terror’ do governo de George W. Bush. Sob sua responsabilidade, suspeitos de terrorismo foram submetidos a práticas tais como afogamento, sufocamento forçado, aplicação de drogas, privação de sono e pau de arara. À época, o endosso da Casa Branca a esse tipo de conduta contribuiu para legitimar a tortura como instrumento de política pública em todo o planeta”.
Já na gestão de Barack Obama – que manteve a ingerência imperialista no exterior, mas sempre com a aparência de maior civilidade –, Gina Haspel foi afastada do chamado Serviço Nacional Clandestino da CIA sob a acusação de promover torturas. Como registra a agência France Presse, o seu histórico prejudicava a nova imagem do império. Na época, um relatório secreto com 6.700 páginas, elaborado em 2014 pelo Comitê de Inteligência do Senado, revelou as barbaridades da agente do serviço de espionagem. Alguns documentos e vídeos até vazaram, revelando o uso de “técnicas proibidas, como a simulação de afogamento ou a privação de sono para obter confissões... O ex-presidente Barack Obama, que temia que o relatório fosse enterrado, manteve uma cópia para sua livraria presidencial de Chicago. Mas ele permanecerá classificado até 2029”.
Apesar deste histórico sinistro, Donald Trump não vacilou em nomeá-la agora para chefiar a CIA, o que reforça a suspeita de que o mundo corre grave risco com este facínora na presidência dos EUA. Conforme aponta o editorial do jornal mexicano La Jornada, publicado na sexta-feira passada (16), “a designação de Gina Haspel – uma agente veterana vinculada a práticas regulares de tortura em prisões no exterior – como nova chefa do mais poderoso serviço de inteligência do mundo, mostra uma aposta do presidente Donald Trump em aprofundar a hostilidade do seu governo para com a comunidade internacional, e escancara o caos que a atual administração estadunidense promove, e que poderia levar o planeta a tempos ainda mais obscuros para a vigência dos direitos humanos e da legalidade no contexto internacional”.
“O mais alarmante em tudo isso é o fato de que, em meio a toda essa hostilidade exalada pelo governante estadunidense, é muito difícil encontrar uma estratégia política definida e clara. Pelo contrário, tudo parece indicar que Trump se move por reações viscerais e imprevisíveis, seja para distrair a atenção interna dos múltiplos escândalos nos que está envolvido, seja para dar soluções conjunturais e imediatas aos interesses corporativos aos que ele representa, e para satisfazer os setores mais atrasados e brutais da sociedade estadunidense – os quais, no fim das contas, são os que conformam sua base eleitoral”.
*****
- Donald Trump: o perigoso narcisista
- Trump e a escalada da ignorância
- Donald Trump foi racista a vida inteira
- A inspiração da política externa de Trump?
- O imprevisível, mas previsível Trump
- Janaina não foi ao ato pró-Trump na Paulista
- Um nazista na Casa Branca
- Estados Unidos, o império hidrófobo
- A agenda tóxica de Donald Trump
2 comentários:
Haspel é o equivalente ao Cel.Brilhante Ustra do Brasil. Terroristas oficiciais de govertnos de ultra direita.
Nice article
Postar um comentário