Por Altamiro Borges
Após longa fritura, o capitão Bolsonaro chutou o general Pazuello. O Brasil finalmente se livrou de “Eduardo Pesadelo”, o tal "craque em logística", o incompetente cúmplice de milhares de mortes por Covid. No seu lugar, como quarto capacho no Ministério da Saúde, entra Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
A mídia ainda tenta traçar o perfil do desconhecido ministro. Um ponto, porém, já é consensual. O médico formado pela Universidade Federal da Paraíba é um bolsonarista convicto. Fez campanha para o neofascista em 2018 e integrou sua equipe de transição. Ele tem tudo para ser tão servil como o milico humilhado e defenestrado – “o presidente manda e eu obedeço”, balbuciava o general.
Ao anunciar o seu novo capacho da Saúde, o próprio Jair Bolsonaro explicitou: "Já o conhecia há alguns anos. Não é uma pessoa que tomei conhecimento há poucos dias. Tem tudo para fazer um bom trabalho, dando prosseguimento em tudo que o Pazuello fez até hoje". Ou seja: o genocídio vai prosseguir! Até final de março, já serão 300 mil mortos! E os números macabros seguirão crescendo!
A complacência da mídia
Segundo postagem da BBC News-Brasil, "Queiroga já tinha demonstrado ter bom trânsito no governo mesmo antes de ser anunciado como ministro. Ele agrada não só Bolsonaro como também a militância do presidente nas redes sociais... Fez parte da equipe de transição do governo na área da saúde e foi indicado por Bolsonaro para cargo de direção da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)".
A BBB News, bastante benévola –, até afirma que o novo ministro defende medidas de isolamento social e é contrário a algumas “bandeiras bolsonaristas, como o uso da cloroquina". A mesma linha editorial cuidadosa, para não dizer ingênua, foi adotada por outros veículos. O site Poder-360, por exemplo, garante que Marcelo Queiroga tem um “perfil moderado”. Ele seria apenas um “técnico” com a missão de “acelerar a vacinação contra a Covid”.
“Nas redes sociais, o novo ministro já curtiu diversos posts de Bolsonaro e de personalidades alinhadas ao Planalto, mas também favoritou reportagens com tom crítico ao governo, como a publicada pelo site O Antagonista com o título: ‘Em Israel, comitiva brasileira inova e usa máscaras’... Assíduo leitor de matérias de jornais, entre os mais curtidos por ele nas redes são G1 (Globo) e Folha de S.Paulo. Ambos já foram duramente criticados por seu novo chefe, Jair Bolsonaro”.
Então, tá! Marcelo Queiroga é um “bolsonarista moderado” – como se essa simbiose fosse possível. Apesar do avanço do fascismo no Brasil – com seus militares, milícias, “pastores”, olavetes e capachos –, ainda tem gente que alisa o “capetão”! Depois não adianta chorar com a tragédia consumada!
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