Por Altamiro Borges
A determinação do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que o Senado instale a CPI da Covid-19 fez tremer o "covardão" Jair Bolsonaro. Em entrevista à CNN-Brasil nesta sexta-feira (9), o genocida pediu "menos conflitos" e criticou a "interferência do Supremo nos poderes". Haja cinismo do belicista que vive agredindo os outros poderes!
"O Brasil está sofrendo demais e o que menos precisamos é de conflitos", choramingou o hipócrita. Mas o pedido de paz durou pouco e o vingativo logo partiu para a agressão. "Será que a decisão não tem que ser a mesma para o Senado colocar em pauta o pedido de impeachment de ministros do Supremo?", ameaçou o fascistoide.
"Por que a CPI para investigar o governo federal? Por que não bota estadual e municipal? Nós fizemos a nossa parte. O Pazuello comprou vacinas no ano passado”, relinchou o farsante, que chamou a Covid-19 de “gripezinha” e “histeria da mídia”, tratou a Coronavac como “vachina” e nada fez para conter a pandemia que já matou quase 350 mil brasileiros.
Rodrigo Pacheco boicotou pedido de 32 senadores
A determinação para que o Senado finalmente instale uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os responsáveis pela tragédia da pandemia foi tomada pelo ministro Luís Roberto Barroso nesta quinta-feira (8). Ele atendeu a queixa apresentada pelos senadores Alessandro Vieira (SE) e Jorge Kajuru (GO), ambos do partido Cidadania.
O ministro concedeu liminar (decisão provisória) e encaminhou a questão para julgamento no plenário do STF. Ele alegou que a urgência se deve ao agravamento da crise sanitária no país, que está “em seu pior momento, batendo lamentáveis recordes de mortes diárias e casos de infecção”.
O pedido de criação da CPI foi feito em fevereiro e teve a adesão de 32 senadores – cinco a mais que as 27 necessárias para a sua instalação. Mas ele foi rejeitado de forma arbitrária pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o demo aliado do "capetão". Daí a determinação do ministro do STF em “respeito ao direito das minorias”.
A resistência dos bolsonaristas e dos militares
Conforme apontou Luís Roberto Barroso, a instalação de uma CPI não se submete ao “juízo discricionário do presidente ou do plenário da casa legislativa... Não pode o órgão diretivo ou a maioria parlamentar se opor a tal requerimento por questões de conveniência e oportunidade políticas".
"Atendidas as exigências constitucionais, impõe-se a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito... Ressalto que é incontroverso que o objeto da investigação proposta, por estar relacionado à maior crise sanitária dos últimos tempos, é dotado de caráter prioritário”, argumentou.
Diante da sentença, o demo Rodrigo Pacheco chiou, mas disse que cumprirá a decisão judicial e que instalará a comissão já na próxima semana. A conferir! A pressão do laranjal bolsonariano será violenta para evitar esse trauma. Como dizia o experiente Ulysses Guimarães, todo mundo sabe como uma CPI começa, mas ninguém sabe como ela termina.
A CPI da Covid-19 pode inaugurar a pior crise política do desgoverno de Jair Bolsonaro. Há provas suficientes sobre a ação e omissão criminosa diante do avanço dessa tragédia. O medo não apavora apenas o “capetão”. Os generais também dispararão seus tuites ameaçadores para defender a “honra” da instituição e para salvar a pele do servil Eduardo Pazuello – já batizado de “Eduardo Pesadelo”.
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