Charge: Zé Dassilva |
Luiz Edson Fachin ainda não assumiu a cadeira de presidente do Tribunal Superior Eleitoral e já vai dando mostras de que, como o antecessor Luís Roberto Barroso, não entende que a força de um juiz não sai de entrevistas e pronunciamento, mas de decisões.
Dá entrevista à Folha dizendo que a ele “a atividade que a mim me cabe neste momento é de diálogo institucional e republicano com todos os chefes de Poder”.
Errado, doutor: a atividade que lhe cabe é fazer com que as eleições se deem num clima de liberdade, tranquilidade, direito de livre expressão dos candidatos e controle desta praga moderna das “fake news”, disparos em massa nas redes sociais e tudo o mais que “robotiza” a livre formação da opinião do eleitor.
E que poderes, econômicos, administrativos e, sobretudo armados, despertem temores ou, pior, exerçam coação sobre os eleitores.
Mas Fachin, que se julga muito importante, diz que tem “uma mão estendida [a Jair Bolsonaro] e eu espero reciprocidade”, embora diga que “não vai tolerar os intolerantes”.
Ora, doutor, estender a mão ao presidente da Republica que é candidato nas eleições que o senhor organizará, só mesmo se for no ato civilizado de cumprimentar, porque com que o senhor lida, neste momento, é com um candidato e com um candidato que não reconhece a Justiça eleitoral, ao pondo de dizer que os três ministros do Supremo que integram o TSE “têm interesse” em eleger Lula e que são “adolescentes”, ou “canalhas”, quando não “filhos da puta”, todas expressões que ele próprio usou.
Criou-se, assim, um insólito “debate eleitoral”, cuja acusação central é fraude, algo que só interessa a quem quer atribuir a ela a sua péssima situação eleitoral.
Isto é, a Jair Bolsonaro.
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