Por Paulo Motoryn, no jornal Brasil de Fato:
O pastor Silas Malafaia foi alvo de uma série de respostas de evangélicos nas redes sociais negando que os fiéis da religião não votam no ex-presidente Lula (PT) ou em outros candidatos, como Ciro Gomes (PDT) e Sergio Moro (Podemos).
Em entrevista ao Metrópoles publicada nesta quinta-feira (17), Malafaia disse que os adversários do presidente Jair Bolsonaro (PL) no pleito "vão quebrar a cara com os evangélicos".
Segundo ele, quem não apoia o atual chefe do Executivo "representa 1% dos evangélicos, são famosos zé-ninguém”.
“O que é esse jogo de Ciro, Lula e Moro? Eles perceberam que Bolsonaro foi eleito graças ao voto dos evangélicos. Nós representamos 32% do eleitorado. Só que os sistemas e os meios que estão usando não são meios para conquistar. Estão enganados e vão quebrar a cara com os evangélicos”, afirmou Malafaia.
Pouco depois da publicação da entrevista, uma série de comentários foram feitos nas redes sociais contrapondo as falas de Malafaia.
Em parte deles, evangélicos se manifestaram afirmando que votariam em Lula e que o pastor não os representa.
O Brasil de Fato conversou com o ativista evangélico Vinicius Lima, um dos fundadores do SPInvisível.
Segundo ele, "um evangélico, um seguidor de Jesus, deve apoiar aquele candidato que melhor reflete esses valores de Jesus: vida em abundância, dignidade para todas as pessoas, respeito e tolerância".
"O Malafaia disse que não deve apoiar nem o Lula nem o Moro. Quem que ele está falando que deve apoiar? O Bolsonaro? É o Bolsonaro que reflete a vida em abundância, num governo que deixou morrer milhares de pessoas por causa do negligência com a covid-19? É o Bolsonaro que o evangélico deve apoiar? Um governo que é intolerante com pretos, LGBT, com mulheres, com indígenas, com quilombolas. É o Bolsonaro que um evangélico deve apoiar? Um governo que deixou milhares de pessoas na fome de novo?", disse.
Vinicius é um dos evangélicos que contrariam a tese de Malafaia.
Ele disse à reportagem que apoia a candidatura de Lula: "Eu também acredito que esse candidato que eu, evangélico deve apoiar também não é o Moro pelo que o Moro fez enquanto era juiz e enquanto foi ministro. Nada disso refletia a verdade, que também é o valor do evangelho, também é um valor de Jesus Cristo. Isso é pela minha visão do que é seguir Jesus. Eu não falo pelos evangélicos, até porque o evangélico é heterogêneo. Eu falo por mim, e na minha visão, hoje o candidato que melhor representa esses valores é a candidatura do presidente Lula".
"A candidatura do Bolsonaro e a candidatura do Moro representam o ódio a intolerância, a mentira, a fome a morte. Por isso acredito que o evangélico não deve apoiar esses dois nomes, mas sim qualquer outro que represente a vida", finalizou.
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