Charge: Miguel Paiva |
O general Braga Netto disse a um grupo de empresários cariocas que a eleição não sai, se o TSE não aceitar uma auditoria paralela imposta por Bolsonaro e pelos militares.
Num grupo fechado de 40 pessoas, sempre há alguém que se encarrega de vazar as conversas. Mesmo que quase todos sejam de direita e extrema direita.
Mas há um detalhe importante na notícia sobre a ameaça, divulgada hoje no Globo, na coluna de Malu Gaspar.
Esse é o detalhe que preocupa: a reunião com o aviso de golpe ocorreu no dia 24 na Firjan, a federação das indústrias do Rio.
Uma ameaça feita na sexta-feira da semana passada, pelo ex-ministro da Defesa e agora candidato a vice de Bolsonaro, só foi revelada agora.
O vazador da informação, que pode ser um empresário, um assessor ou alguém que circulava pela sala, levou uma semana para passar a notícia à jornalista.
É grave, porque tira da informação o sentido de urgência. Uma ameaça de golpe não pode ser guardada como segredo por tanto tempo.
Outro detalhe a ser observado também não é irrelevante. O empresariado carioca aderiu ao bolsonarismo sem pudor.
A elite carioca, no comércio e na indústria, faz hoje o que a elite paulista da Fiesp e do pato amarelo sempre fez como golpista.
O empresariado paulista de direita foi substituído pelo empresariado carioca de extrema direita, alinhado ao fascismo.
Na Associação Comercial do Rio, no início de junho, Bolsonaro foi aplaudido por empresários ao dizer que não acatará decisões do Supremo.
Debochou do ministro Edson Fachin, referiu-se a Lula como nove dedos, provocou gargalhadas e saiu dali ainda mais líder daquelas sorridentes hienas.
O Rio não é um Estado miliciano apenas por causa das milícias.
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