Foto: Ricardo Stuckert |
É curiosa a reação do “mercado financeiro” às declarações de Lula de que a austeridade fiscal não pode ser obtida à custa de que os brasileiros passem fome.
Afinal de contas, é algo tão óbvio que milhões de pessoas todos os dias o fazem, sacrificando tudo e mais um pouco para dar de comer aos seus filhos e duvido que qualquer um dos bem-educados senhores que administram fortunas, se precisassem, fariam em suas próprias casas.
Tudo, aliás, é investimento quando se trata de cuidar dos seus: a escola cara, o carro luxuoso, o apartamento espaçoso, a roupa de grife…
O que de absurdo disse Lula, para estarem agitados como formigas? Veja só:
“Não é possível que se tenha cortado dinheiro da Farmácia Popular em nome que temos de cumprir a meta fiscal, cumprir a regra de ouro. Sabe qual é a regra de ouro nesse país? É garantir que nenhuma criança vá dormir sem tomar um copo de leite e acorde sem ter um pão com manteiga para comer todo dia.”
O que há de diferente nisso do que faríamos em nossas próprias casas?
Porque escandalizar-se com isso, vindo de quem governou oito anos produzindo superávits primários e criando reservas cambiais como jamais o país teve, exceto, talvez, nos anos da 2ª Guerra, quando os fluxos comerciais e financeiros murcharam e pudemos “acumular gorduras”, logo dissipadas em negócio ruinosos para o Brasil?
Lula não poderia estar dando mais demonstrações de que pretende fazer um governo amplo, com todas as forças que, de boa vontade, estiverem dispostas a apostar na retomada do desenvolvimento nacional.
Mas o resultado das eleições e sua vitória, que ninguém duvide, vieram do povo mais pobre e não dos senhores do “teto acima de tudo”.
Há lugar para todos no “ônibus” deste governo, mas o volante está nas mãos de quem o povo brasileiro escolheu para dirigi-lo.
E que deu, hoje, uma “freada de arrumação”. Cabe todo mundo que quiser, mas o itinerário é o da justiça social.
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