Charge: Sinfrônio |
O fim das trevas de Jair Bolsonaro e do seu ministro da devastação ambiental, Ricardo Salles, já traz alívio para a maior floresta tropical do planeta. A área desmatada na Amazônia caiu 61% em janeiro de 2023 em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No total, o desmatamento foi de 167 quilômetros quadrados. Em janeiro de 2022, a área atingida foi de 430 km².
Ainda de acordo com o estudo, a devastação na região no primeiro mês do ano foi a quarta menor da série histórica iniciada em 2016. Os dados são do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), mantido pelo Inpe. A divulgação da pesquisa coincidiu com a visita do presidente Lula aos EUA. No encontro com Joe Biden, foi anunciado que o governo ianque participará do Fundo Amazônia e doará US$ 50 milhões para proteção da floresta.
Como observa Leonardo Sakamoto em matéria no site UOL, o anúncio do apoio tem forte simbologia. “A comparação com o governo Bolsonaro é gritante. Jair não apenas levou ao bloqueio de doações ao fundo como passou vergonha em inglês ao ameaçar Joe Biden com ‘pólvora’ das Forças Armadas devido à pressão para preservar a floresta – as mesmas Forças Armadas que se omitiram diante de mortes entre os yanomamis”.
Um pária climático global
Para o jornalista, os dados da redução do desmatamento “são um indício de que a chegada de Lula, Marina Silva e Sônia Guajajara, entre outros, muda o contexto de Casa da Mãe Joana que permitiu a esbórnia de desmatadores, garimpeiros, grileiros, pecuaristas ilegais. Talvez a principal diferença é a percepção por parte dos criminosos de que a fiscalização, que apanhou diuturnamente nos últimos quatro anos, volta a ter força. Já é uma glória não termos mais um presidente que ameaça fiscais do Ibama, ICMBio, da Funai, Incra... e o presidente dos Estados Unidos”.
“O desmatamento da Amazônia não começou e não terminará com Jair, mas o presidente o transformou em um símbolo de seu governo a ponto de ser visto como um pária climático global e um carrasco das gerações futuras. Em nome da floresta no chão, atacou a fiscalização, passou pano para criminosos, financiou desmatadores. Temendo a derrota daquele que os ajudou, madeireiros e garimpeiros ilegais, grileiros de terra e produtores rurais que agem ao arrepio da lei correram para colocar o máximo de floresta no chão em 2022. Sabem que Lula não daria a mesma vida fácil”.
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